O minimalismo de Ludovico Einaudi

Fãs de música clássica e new age conhecem o talento do pianista e compositor Ludovico Einaudi há anos. De família de músicos e políticos (seu avô foi presidente da Itália entre 1948 e 1955), Ludovico começou a escrever música ainda adolescente. Das salas de concerto para o cinema era um trajeto natural e, em 2021, duas trilhas sonoras suas estão em filmes indicados ao Oscar: Nomadland e Meu Pai. Mas pasme, ele não foi indicado por nenhuma delas. Mesmo que Nomadland (que é um álbum de 2019) não pudesse, ainda digo: INJUSTO!

A carreira de Ludovico começou a ter destaque ainda nos anos 1980s, com colaborações de vídeo, balé e piano, em uma vertente multimídia. Sua primeira trilha sonora só surgiu na metade dos anos 1990s, com Da qualche parte in città, de Michele Sordillo. Não demorou para acumular prêmios na Europa por seu trabalho e a primeira indicação ao Oscar veio em 2000, com Fuori del mondo. Mas foi na onda do mega sucesso de Intocáveis que sua música se estabeleceu para um público maior.

Seu álbum, In a Time Lapse, de 2013, é perfeição.

As composições de Ludovico Einaudi, assim como Philip Glass, são usualmente “espirais”. Sua formação clássica dá maior dimensão para suas entradas em estilos mais populares também. Como ele diz, é a busca pela conexão e atemporalidade.

No caso específico de Meu Pai, a música de Ludovico é essencial para entender a personagem, seus sentimentos e nos guiar pelos estranhos corredores do apartamento e da mente de um homem perdendo a razão. A tensão da trama, a ansiedade e o ritmo da mente são traduzidos pelas notas da melodia, contribuindo para a angústia que compartilhamos com ele. É intensa e precisa.

Já em Nomadland, o minimalismo do piano do compositor é o que ressalta o vazio que conduz Frances McDormand. Chloe Zhao é quase certa para levar o Oscar de direção e filme em 2021 e, como em muitos filmes, é a trilha que nos conduz nas emoções. Atriz e diretora escolheram juntas Ludovico, que partilhou a visão delas em um projeto tão elogiado. Ele deu permissão que usassem seu álbum de 2019, Seven Days of Walking, como trilha sonora.

O álbum foi criado a partir de caminhadas do compositor nos alpes italianos, em 2018. As fotos que fez durante os passeios serviram de base para a melodia, cada uma refletindo diferentes emoções, mesmo em locais parecidos.

Ouça aqui os álbuns:

A trilha usada para Nomadland

E Meu Pai


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