Jason Statham é um ator carismático, sortudo e astuto. Desde que ‘surgiu’ há 25 anos, em 1998, via o sucesso de Guy Ritchie, Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (Lock, stock and two smoking barrels), virou estrela internacional, ocupando um espaço de “ator de filmes de ação” deixado órfão sem Bruce Willis, que tinha ‘evoluído’ para conteúdos ‘mais sérios’. Desde então, Jason reina praticamente sozinho em um gênero que nunca perde público: os filmes de ação, mas especificamente, de golpes ou espionagem.

Além de ter o biotipo perfeito para os papéis, Jason Statham tem o talento certeiro entre humor e ação, talvez o mais próximo de Sean Connery como James Bond, aquele que nos convence como atleta, como líder, como charmoso, como divertido e até hilário. E o fato de que entende suas forças e fraquezas, sem se incomodar de ser ocasionalmente coadjuvante e parecer viver sempre a mesma persona, faz dele uma estrela interessantemente inteligente e que dá segurança aos fãs do que entrega, como é o caso de Esquema de Risco: Operação Fortune (Operation Fortune: Ruse de Guerre), mais um filme de sua marca registrada e assinada por Guy Ritchie, já disponível na Amazon Prime Video.

Quando crescia na Inglaterra, Jason certamente jamais imaginaria que seria um dia um dos maiores astros em Hollywood. Filho de uma dançarina e um comerciante de rua, o ator conviveu de perto com o universo que é frequente retratado em seus filmes – cercado de golpistas e bandidos – pois seus pais também organizavam leilões falsos com os quais enganavam pessoas, algo que ele passou a fazer parte assim que pôde. Amigo de infância do jogador de futebol Vinnie Jones, Jason aproveitou sua aptidão para esporte para tentar uma carreira séria como atleta. Se destacou no mergulho, chegando a fazer parte do time britânico de mergulho por doze anos e representou a Seleção Britânica nos Jogos da Commonwealth no mergulho trampolim, em 1990. Passou pelo Exército, mas não se encontrou nas Forças Armadas e passou a se dedicar às artes marciais.

A sobrevivência, no entanto, não era paga o suficiente porque segundo consta, para ganhar a vida, Jason seguiu no caminho da infância e fazia leilões falsos e vendia perfumes e joias falsas na rua, onde começou a fazer incursões teatrais também, fazendo sucesso. Não precisou seguir por muito tempo nessa linha porque nos anos 1990s saiu das ruas para as revistas, como modelo e namorado da atriz Kelly Brook. Foi nesse circuito que cruzou com o diretor Guy Ritchie que o chamou para um papel no seu filme de estréia e que fez enorme sucesso mundial e a dobradinha foi repetida dois anos depois, com Snatch, abrindo as portas para Hollywood no momento certo em que atores que se destacavam em filmes de ação queriam passar a fazer dramas. Jason chegou para ficar com a coroa.

A franquia Transporter comprovou sua habilidade para liderar o elenco, mas não negava nenhuma oportunidade, mesmo com papéis menores. Esteve em Os Mercenários, Hitman, The Italian Job, Collateral, Crank, War, The Bank Job, Adrenalina, entre outros. Sua passagem pela extremamente lucrativa franquia Fast & Furious rendeu um spin-off, Hobbs e Shaw. Um de seus papéis favoritos e mais divertidos foi a na comédia A Espiã que Sabia de Menos (The Spy), onde viveu um “anti-Bond” como Rick Ford e que já rendeu uma continuação em produção.

Há 13 anos Jason vive com a modelo inglesa Rosie Huntington-Whiteley, com quem tem um filho. Em Hollywood sua habilidade em artes marciais o ajuda a dar veracidade aos filmes que estrela. Voltou a trabalhar com Ritchie nos últimos anos e, apesar da recepção morna de Operação de Risco, é claramente mais uma franquia divertida com seu nome, em especial com a perfeita sintonia com Audrey Plaza.

Das ruas e dos trampolins para o estrelato, Jason hoje é tão em demanda como Dwayne Johnson, Tom Cruise e Keanu Reeves, para contextualizar sua importância. Uma história de sucesso que Hollywood ama tanto, assim como nós.

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