Robin Hood da Disney completa 50 anos

Em abril de 2020, a Disney anunciou que estava trabalhando no projeto de adaptar mais um clássico de animação, o desenho Robin Hood, que trazia o fora-da-lei em forma de raposa. Com direção de Carlos Lopez Estrada (de Encanto) e roteiro de Kari Granlund – que adaptou A Dama e o Vagabundo – segundo o IMDBpro o filme ainda está em desenvolvimento três anos depois, correndo o risco talvez de se ultrapassado pelo projeto de adaptar Bambi, anunciado hoje e a talvez ser dirigido por Sarah Polley. Será?

Com uma inesquecível trilha sonora, Robin Hood completou 50 anos em 2023 e seria uma ótima aposta do estúdio. Dirigido por Wolfgang Reitherman, a animação focou no antagonismo de Robin com o Príncipe João, com apoio de João Pequeno, Frei Tuck, e da Donzela Marian, sempre escapando do Xerife de Nottingham. O drama da história é econômico, Robin Hood luta contra os impostos excessivos do príncipe John que deixa seus súditos na miséria.

O desenho demorou um pouco para chegar às telas e não era algo que Walt Disney tenha curtido quando ainda estava vivo. Ainda quando estava trabalhando em Branca de Neve e os Sete Anões, em 1937, ele queria adaptar a lenda do século XII sobre Reynard, a Raposa, mas como não era exatamente sobre uma personagem heróica, foi perdendo a vez diante de outros filmes. O animador Ken Anderson bucou um “conto clássico” e encontrou a história de Robin Hood que manteria a estratégia de manter os desenhos com personagens de animais e transformaria Robin em uma raposa esperta, usando suas habilidades para proteger a comunidade do bosque de Nottingham.

Nem tudo foram flores e Anderson ficou um tanto frustrado com algumas mudanças nos seus desenhos, por exemplo, ele queria o Xerife como uma cabra, mas o diretor Wolfgang Reitherman insistindo que tinha que ser um lobo para manter o estereótipo de vilão. Outra mudança do diretor, inspirado pelo sucesso de Butch Cassidy e Sundance Kid (1969) reduziu o número de amigos de Robin à figura de João Pequeno como principal parceiro. Reitherman, que dirigiu ou codirigiu todos os filmes de animação desde A Bela Adormecida e era um dos “Nove Velhos” de confiança do próprio Walt, liderava o departamento de animação, seguindo a lógica de ação e do ritmo, não elaborando profundamente a história, juntando várias situações mais do que sendo fiel à lenda.

Para dublar a animação – em tempos pré famosos – a Disney escolheu Brian Bedford (Robin) e Monica Evans (Lady Marian), trazendo o icônico Peter Ustinov para uma inspirada interpretação do Príncipe João, irmão caçula de Ricardo Coração-de-Leão. Quem viu Mogli, lançado em 1967, vai reconhecer que João Pequeno é uma reedição do urso Baloo, com o ator Phil Harris dando voz ao hilário personagem (Phil, aliás, também dublou o gato O’Malley de Aristogatas). Falando em Mogli, um astro que ficou irritado de ter ficado de fora de Robin Hood foi Louis Prima, que tinha feito sucesso como o macaco Rei Louie, que chamou seu álbum seguinte de Let’s “Hear” it For Robin Hood.

Se há um grande destaque em Robin Hood é a trilha sonora assinada pelo astro da country music, Roger Miller (que dubla o Galo Menestréu). Composta alguns anos antes do filme chegar às telas, inclui clássicos como Oo-de-Lally e Love (indicada ao Oscar), assim como linda Not in Nottingham. Aliás, Robin não canta no filme, apenas Marian e João Pequeno, além do Galo. A divertida canção The Phony King of England é inspirada e se parece com a canção folclórica inglesa, sendo que as danças são uma reedição das sequências de Aristogatas, Mogli e Branca de Neve.

Robin Hood chegou aos cinemas em novembro de 1973, com uma recepção morna da crítica mas conseguindo uma bilheteria respeitável de 33 milhões de dólares (custou 5 milhões). A promessa original da plataforma da Disney Plus era a de lançar o novo Robin Hood ainda esse ano. Será que consegue?


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