O mundo do entretenimento é feito de parasitas e idiotas, segundo The Idol, por isso uma figura patética como Tedros (The Weeknd) aparece do nada e toma conta da vida de quem somos apresentados como “a maior artista pop do momento”. É tão ridículo, tão mal gravado, interpretado e costurado que a série ultrapassa qualquer referência de má qualidade anterior, talvez só estando em paralelo com Showgirls, de 1995. O sexo é gratuito, grosseiro e nem sexy como poderia ser ou pornô como tenta. É uma sequência de constrangimentos que, pra mim, acaba com a credibilidade do showrunner Sam Levinson, de Weeknd (apesar de gostar de sua voz e música) e elenco. Porém, como membro do culto de tortura, agradecida que serão poucos episódios, sigo no masoquismo de comentar o absurdo que é a HBO dar sua plataforma (e dinheiro) para um projeto de tão má qualidade.
Reencontramos Tedro e Jocelyn (Lily-Rose Depp, nua, obviamente)) na cama e combinando de ir fazer compras. Além de terem aproveitado o conversível em uma rua que em geral não é possível acelerar em Los Angeles para mais sexo em slow motion, apenas para tirar a visão de Leia (Rachel Sennott) e nos enjoar logo de cara, eles param em Rodeo Drive com um constrangedor número de pessoas esperando de câmera em punho para uma Jocelyn (de novo com uma roupa que não cobre muito) se sentir adorada. Quem já passou por lá sabe que não rola esse tipo de abordagem. Mas no mundo de Weeknd é assim, temos que aceitar.

Dentro da loja só piora. Um product placement mais obvio do que vemos da marca Valentino é intercalada com mais sexo gráfico, uma sequência de diálogos non sense e mais sexo grosseiro. Tedros já começa seu abuso, chamando o guarda-roupa de Jocelyn de cafona (me pareceu que íamos embarcar no culto dele porque finalmente alguém fala a verdade para ela!) e por isso “ele” está escolhendo com ela o que levar. Paralelamente vemos que Leia já pediu socorro à Chaim (Hank Azaria) – que anda armado – mas veremos que não ajudou muito. Leia comentou sobre a demissão do chef que Jocelyn aceitou após a imposição de Tedros, mas desculpem, o chef é lindo mas ficar tocando na barriga da dona casa para elogiar sua forma física é realmente preocupante. Mais ainda, me dá raiva de que Tedros esteja certo pela segunda vez em cinco minutos!
Quando Tedros é confrontado por Chaim e Destiny (Da’vine) parece que ele também consegue enrolá-los, mas o consentimento dos dois de mantê-lo vem do reconhecimento que será complexo tirá-lo de lá. Para deixar Leia ainda mais exposta, nem Xander (Troye Sivan) colabora porque não apenas ele revela importantes informações de bastidores para Tedros, como tem a queixa mais ridícula que suas ideias “brilhantes’ são sempre bloqueadas pela gravadora, ideas do tipo de usar a foto de Jocelyn com esperma na cara como a capa do próximo álbum. Que raiva! Tenho que dar ponto para Nikki (Jane Adams) mas finalmente tiro um de Tedros, que adora.
Para piorar, Xander o fofoqueiro revela que a relação de Jocelyn com sua mãe era “única”, o que leva para um jantar tenso no qual a artista revela que sua mãe batia nela com uma escova de cabelo até que sangrasse e “se inspirasse”. Voltaremos à questão, para tirar o pouco do resto que ainda está no caminho.
Vemos em mais uma cena de sexo constrangerora que, enquanto Tedros age em Jocelyn, Dyanne grava o clipe no lugar de Jocelyn, que já está demitida e nem percebe. Ela está cercada pela entourage do namorado, um trio esquisito que explica que Tedros é o “yes man”, proibindo qualquer um de negar perigos ou desafios. Temos a sugestão de que Jocelyn tem mais controle do que parece, e confirmamos o erro no tal jantar que já mencionei.

Ela enfrenta Tedros o colocando no lugar quando ele a questiona sobre suas escolhas artísticas, mas, de novo, um ponto pra ele porque Jocelyn alega que quer fazer “música que inspira” as pessoas e pelo que vimos, seu guarda-roupa e letras (me coma, me coma do Freak), é um desafio concordar com ela. Porém, aparentemente, há muita gente dizendo a ela que a música “salvou vidas”. Ao se ouvir, pode ser que Jocelyn tenha se toado do ridículo que sua crença seja, mesmo com Leia e Xander reforçando seu valor. É quando Tedros vira o jogo fazendo com que Jocelyn conte aos que não sabiam como sua mãe a fazia ficar focada no trabalho: com surras de escova de cabelo. O processo servia para tudo, desde desobediência profissional como pessoal e Xander – ‘fofinho’ – está repetindo sua cumplicidade. Não apenas não impediu ou denunciou os abusos antes como passou o bastão para Tedros, que instrui Jocelyn a pegar a escova de cabelo e usá-la nela novamente.
Nos despedimos com Jocelyn se submetendo 100% à Tedros após uma surra. Como assim, HBO?
Com a estratégia da gravadora de seguir com Dyanne, o segredo da mãe de Jocelyn revelado, há apenas duas perguntas: a origem de Tedros e sua conexão com a futura estrela substituta de Jocelyn. Mesmo com o trailer sugerindo que Chaim e Destiny vão contemplar um plano de assassinar o suspeito dono de boate, sabemos que Jocelyn fará seu show lotado para os Angels (está no trailer da temporada), o que nos faz entrar no torturante jogo de sofrer para ver o quanto mais ridículo The Idol pode ser. O pior é que parece mal ter começado! Pena que a trilha sonora espetacular esteja sempre associada à esse lixo.
Descubra mais sobre
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.
