Inimaginável, mas 111 anos depois da trágica viagem do transatlântico Titanic, com mais de 1.500 pessoas mortas, o desaparecimento de cinco pessoas que estavam em uma ‘expedição turística’ para ver os restos do navio no fundo do ma está mobilizando o mundo. Atônitos, ansiosos e críticos, vemos o quanto a ganância e irresponsabilidade não avançam no tempo.
Os restos do Titanic ficaram desaparecidos por décadas, até serem localizados em setembro de 1985. Estão na costa de Terra Nova, a cerca de 600 quilômetros e aproximadamente 1.151 km de Halifax, Canadá e a 2.012 km de Nova York (destino final da viagem original). Para dor no coração, está a cerca de 21,2 km das coordenadas imprecisas dadas pelos operadores de rádio do Titanic na noite do naufrágio.

Desde que foram localizados os restos do transatlântico, as viagens científicas se multiplicaram, em especial com o avanço da tecnologia. O Titanic está cerca a quase 4.000 m abaixo da superfície, onde a pressão da água é superior a 6.500 libras por polegada quadrada (45.000 kPa). Descobriu-se que o Titanic havia “partido em dois”, provavelmente perto ou na superfície, antes de afundar no fundo do mar porque o fundo do mar as seções de proa e popa estão separadas, sendo que a proa (imortalizada no filme de 1997, de James Cameron), é a seção mais intacta, em comparação à popa que foi encontrada completamente destruída, com os conveses desabados uns sobre os outros e grande parte do revestimento do casco espalhado pelo fundo do mar. Também foram localizados ítens pessoais das vítimas que morreram e afundaram naquela noite.
Infelizmente a curiosidade mórbida vai além da história triste daquelas pessoas que terminaram suas vidas naquela fria noite de abril. Desde 1985, os destroços foram revisitados em várias ocasiões por exploradores e cientistas, mas também cineastas e turistas milionários. Muitos recuperaram milhares de itens entre os destroços que estão em exibição pública. A pressa é por conta da previsão de que em outros 50 anos não vai restar mais do que ferrugem quando toda estrutura colapsar.

Portanto é tragicamente próximo do que houve o desaparecimento do submersível na noite de 18 de junho de 2023. A corrida contra o tempo e a incerteza se ainda há esperança nos jogam para a mesma sensação que muitas pessoas tiveram há 111 anos. A torcida, especialmente de o resgate seja feito nessas menos de 24h nas quais se imagina ainda haver oxigênio para os passageiros. Hoje, 21 de junho, acreditam ter detectado “ruídos subaquáticos” na área de busca perto do Titanic. A comunicação com o submersível, batizado como Titan, de 6,5 metros de comprimento, foi perdida quase duas horas depois de iniciar a descida em direção aos vestígios. Uma aventura ousada, arriscada e esperamos, ainda assim, com final feliz.
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