A volta de Nick Fury (Samuel L. Jackson) em uma ansiada série da Disney não trouxe o furor de outros tempos. E, assim como ele, parece que os fãs apreciam, seguem na luta, porém mais cansados. Afinal, ele tentou de tudo, mas perdeu muita gente no processo. A fase ainda soturna do universo Marvel reflete coincidentemente muito do que vivemos nos últimos anos. Eles sobreviveram a Thanos e seu estalar de dedos que matou metade do Planeta (incluindo Fury), e nós sobrevivemos à uma Pandemia de Covid-19 perdemos cerca 6,943,390 de pessoas. Dá para traçar o paralelo.
Assim como todos os sobreviventes, talvez especialmente os que foram trazidos de volta à vida 5 anos depois, como o ex-diretor da SHIELD, Nick Fury está mais cínico e sem a mesma energia para se colocar à frente das crises ainda ocorrendo na Terra. Sem sutileza, o episódio da ‘volta’ se chama “Ressurreição” que reflete esse sentimento. Como vimos no final do filme do Homen-Aranha, Fury estava no espaço, a bordo da estação espacial SABRE, meio que de ‘férias’ ou aposentado. Aqui em baixo as confusões de metaverso estavam rolando soltas, mas ele estava por lá, “descansando”, como Maria Hill (Cobie Smulders) se queixa. O que o traz de volta? Seus amigos Skrulls. É que 30 anos depois de receberem promessas não cumpridas de ter um novo planeta, uma parcela dos refugiados decide agir e tomar a Terra mesmo. Eles são liderados por Gravik (Kingsley Ben-Adir), cuja estratégia de ação é a antiga e batida de iniciar uma guerra entre a Rússia e os EUA para criar a oportunidade de tomar conta do que sobrar.

Quem recebe Nick, além de Maria, é seu amigo, Talos (Ben Mendelsohn), agora viúvo e afastado de sua filha, G’iah (Emilia Clarke, de Game of Thrones), desde que ela se associou ao grupo de Gravik. Portanto os dois estão tentando várias coisas ao mesmo tempo, impedir que os Skrulls consigam invadir, que não haja Guerra e que G’iah se reconcilie com o pai. No encalço dos dois, além do antagonista, está Sonya Falsworth (Olivia Colman), agente do MI6 que adota medidas não muito populares para conseguir erradicar a ameaça.
O problema, como alerta Maria, é que nos anos em que esteve fora do planeta, muita coisa mudou, mas o nosso herói aparentemente não se dá conta. Por exemplo, como os Skrulls conseguem se passar por humanos, já estão posicionados em papéis geopolíticos importantes, sendo difícil identificá-los. Uma morte inesperada pode tirar Fury dessa inércia, um tanto tarde demais.
Assim como And Just Like That parece que ou nos cansamos do que vemos ou temos expectativas inalcançáveis. O episódio é ótimo e Samuel L. Jackson está maravilhoso como sempre, mas fora sua interação com Olivia Colman, ficamos na mesma lentidão da personagem circulando em um universo confuso, meio que sem propósito. Os efeitos especiais não são conviventes o suficiente, a revolta de Gravik ainda sem nenhuma empatia e menos ainda a decisão de G ‘iah de ir contra seus pais. Sem surpresa, a reação foi morna, a ver como seguem os próximos episódios (são apenas 6 nos total). Senão, discussão como a do uso de Inteligência Artificial para criar os créditos de abertura vão ganhar o protagonismo e Nick Fury merece mais do que isso.
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