Para quem segue há anos a dramática Yellowstone sabe que mais do que no elenco de estrelas a Paramount Plus acertou na parceria com o showrunner Taylor Sheridan. Desde que lançou o filme Sicario, em 2015, algumas coisas ficaram claras em seus conteúdos: podemos esperar violência e personagens femininos fortes, tramas complexas e reviravoltas. E estrelas. Além dos dois Sicarios ele também assinou A Qualquer Custo (Hell or High Water), Terra Selvagem (Wild River), Sem Remorso, Tulsa King, e The Mayor of Kingstown, para citar alguns. Claro, recentemente é a saga dos Dutton em Yellowstone, 1823 e 1923 que vem acumulando elogios, mas Operação Lioness promete.

O elenco traz uma Nicole Kidman como coadjuvante de Zoe Saldaña e Laysla DeOliveira, as duas principais e extremamente convincentes líderes nesse drama que é inspirado em uma operação real da CIA, que navega pelo universo de espiões e agentes secretos. Aqui, uma fuzileira naval (Laysla) é recrutada pela CIA (Zoe e Nicole) para fazer amizade com a filha de um bilionário ligado a grupos terroristas, para que a agência possa derrubar a organização. A idéia é dar o protagonismo feminino (ensaiado no primeiro Sicario) em um thriller que te mantém tensa enquanto está no ar.

A série já começa com uma operação dando errado e Joe (Zoe Saldaña), a líder da Operação Leoa fazendo uma decisão dolorosa, mas rápida. Paralelamente vemos como Cruz Manuelos (Laysla DeOliveira), vinda de uma existência de abusos e violência, é selecionada pela CIA para ser a nova agente das Leoas. Tudo é extremamente convincente e a falta de confiança mútua é necessária, justificada e um elemento incômodo que nos deixa adivinhando o que pode acontecer. Típico Sheridan, com personagens duras, determinadas e expostas à cenários perigosos, a começar que Cruz é escalada para se aproximar de  Aaliyah Amrohi (Stephanie Nur) e já está claro que as duas terão que tomar algumas decisões extremadas mais à frente.

Em três episódios, Operação Lioness foi tudo menos obvio. Além de Nicole Kidman, ainda teremos Morgan Freeman no elenco, o que confirma o prestígio do showrunner. O que é interessante é que é uma série de espionagem e ação crível com elenco feminino. São apenas oito episódios, ou seja, mais uma vez algo curto, mas poderoso. Recomendo acompanhar!

Para quem não se importa com spoiler: no primeiro episódio, vemos como Joe sofre com sua vida dupla: em casa não sabe bancar a mãe padrão, em campo não quer ser a colega bacana. Em sua precaução de não se envolver para poder tomar decisões extremas, ela encontra em Cruz sua agente ideal, mas em permanente teste. Sobrevivente de abusos, Cruz é tão resguardada e ressentida como Joe e a dinâmica de ódio mútuo imediato faz a série ter uma dinâmica diferente. No segundo episódio a relação é testada, mas é agora que Cruz já está correndo risco que ambas vão descobrir se podem efetivamente se ajudar. Particularmente estou achando que tem sido fácil demais para Cruz… será que estou certa?

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