O isolamento do Poder em The Great

Catherine (Ellen Fanning) está longe de ser aquela adolescente sonhadora, petulante e até inocente com o sonho de que vai transformar a Rússia em um país moderno e democrático. Para quem acompanha The Great desde o início, é um deleite acompanhar a evolução da história e atuação do elenco. E o quarto episódio da terceira temporada deixou ainda mais claro a qualidade da série, mesmo com todas suas ‘liberdades’ para contar uma história ocasionalmente verdadeira.

Catherine é a definição da pessoa sem noção, em todos os sentidos. Sua arrogância de superioridade quanto ao que julga animalesco da cultura nacional é ainda impressionante. Ela entende que para avançar, a Rússia tem que mudar, e radicalmente, porém essa atitude a isola de tudo e de todos. Quem quer mudança acha que está devagar demais, quem quer manter a tradição, muito rápido. Peter (Nicholas Hoult) está mudando no ritmo que o país mudaria, em pequenos momentos, mas infelizmente o casal (que apenas na ficção se ama tortuosamente) não tem chance. É um tanto amargo saber o que vem pela frente, que ninguém efetivamente celebra que dentro de todas as impossibilidades, os dois estão encontrando o equilíbrio. E o futuro da temporada, que vai encerrar com uma grande virada, se desenha nesse episódio. Em uma única tacada, por muito pouco e por ignorar o ótimo argumento de Peter, Catherine conseguiu os dois piores inimigos que poderia ter.

Claro que tudo começa com mais um ritual maluco, no qual Peter precisa atirar em um veado sem ferir o bebê Paul, que será amarrado ao animal. Outra tradição, que anima mais Archie (Adam Godley) é a ordenação de Paul, mas Catherine interrompe os preparativos temendo que seu filho se torne como o pai e a ordenação. Isso também desagarada Elizabeth (Belinda Bromilow) porque eles sabem que se Paul não for legitimado aos olhos de Deus, o trono russo deixará de ser hereditário. Não adianta que seja essa tradição que tenha garantido à Catherine o poder e que, ao cancelar, arrisque a legitimidade de seu próprio governo. Ninguém consegue fazer a imperatriz entender o tamanho do engano que está cometendo por capricho.

E é justamente via Marial (Phoebe Fox) que a derrocada é plantada. Ela comenta com Archie que Pugachev (Nicholas Hoult) sobreviveu às facadas e que está vivendo entre os criados, ainda sabendo personifica Peter com perfeição o que o leva a dar início a um plano perigoso.

Em um momento tocante, vemos que Catherine tem um motivo mais pessoal para evitar a ordenação de Paul: as pessoas poderiam se livrar dela e torná-lo governante. Está em um conflito delicado que desagrada justamente a perspicaz e perigosa Elizabeth.

A reviravolta iniciada por Archie promete momentos dramáticos para a Imperatriz que infelizmente não tem em Mariel a melhor aconselhadora. E pior, a própria Catherine tinha reconhecido que precisava de Elizabeth e Archie para se manter no poder e mudar a Rússia. Ela perdeu os dois e nunca esteve mais sozinha. O futuro não parece promissor para ela…


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