É fato que Catarina, a Grande, mandou matar seu marido, Peter, mas que a principio manteve sua morte em segredo, até que as fofocas ficaram tantas e um ex-soldado chamado Purgachev incitando as massas como se fosse o Czar, a forçou a confirmar o crime. Claro, como detestava o marido, não houve sofrimento, o adiamento da informação era mais uma estratégia de controle da Corte. Em The Great, onde a verdade só é usada ocasionalmente, há um elemento de sofrimento pessoal que compartilhamos com Catherine.

A morte acidental de Peter, um marido que aprendeu a amar tortuosamente, a deixou em um estado mental de negação, que faz parte do luto, mas que é perigoso no momento em que Purgachev alimenta as massas contra os Nobres e que a Corte não gosta da Czarina. Em uma histeria que a cega para o que está realmente acontecendo, vemos Catherine (Elle Fanning) perigosamente ser manipulada e se afastar de seus objetivos.
É um tanto triste o que a comédia sensacional de The Great não explora dramaticamente: a solidão de Catherine, não importa o que faça. Não sequer uma única relação desinteressada ou honestamente focada nela. Georgina (Charity Wakefield) finalmente revela seu plano de destruir a imperatriz, agora redobrado com o sentimento de vingança por Peter. Apenas ela e Grigor (Gwilym Lee), que compartilharam uma sofrida infância com Peter (Nicholas Hoult) o entendiam e amavam, em especial Grigor. Todos os outros têm algum tipo de prioridade nas relações com poder.

Tentanto adiar ao máximo a verdade, para ela e para todos, Catherine aceita a proposta de Georgina de um dia de “diversão” onde piadas e verdades serão ditas, não importa para quem. Ao mesmo tempo, Purgachev (Nicholas Hoult também) vai crescendo como líder, tocando o povo com verdades que não são ditas, mais colocando Marial (Phoebe Fox) como a antagonista inconsciente da “amiga”. Ela tem a oportunidade de mata-lo, mas deliberadamente desiste.

Quando a peça teatral de Katya é encenada para toda Corte, ridicularizando Catherine e a lembrando de todos da hipocrisia das ideias dela, assim como as pessoas que foi perdendo no caminho, há um relance do que fez ela ser chamada A Grande. Uma frieza e consciência, mas ainda com a dor da perda a dominando. Georgina consegue atingir duas rivais ao mesmo tempo, Katya e Catherine, mas é um plano arriscado. Logo a verdade do que aconteceu com Peter vai se espalhando e o torpor é deixado de lado. Como Catherine vai recuperar a Rússia sem Peter? É a virada que tanto queria, mas que ainda tem muitos obstáculos pela frente, mas a venda dos olhos foi tirada, pelo menos, em parte.
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