A terceira temporada de Only Murders in the Building tem sido um curso intensivo para quem não é familiar com o universo do teatro, que é bem diferente do cinema. Os vocabulários, os truques, os ensaios, os camarins e, claro as superstições, que vão muito além de não desejar sorte a alguém antes de entrar no palco (para não dar azar) ou um ator falar “MacBeth”. No caso da série, é o ‘fantasma’ de um ator, Gideon Goosebury, um ator que morreu na estreia de uma peça e agora põe o elenco do musical Death Rattle, criado por Oliver (Martin Short).
Como Howard Morris (Michael Cyril Creighton) explica na abertura, Gideon precisa de uma série de ações para não amedrontar o elenco, como “varrer o palco antes da apresentação”. Howard “falhou” justamente na noite de estreia e teria contribuído para que Ben Glenroy (Paul Rudd) tenha sido assassinado. Dentre o que vemos no episódio, a luz acesa para os fantasmas do teatro é um fato! Sabiam? Vamos lembrar algumas delas.

1- O medo de (dizer) Macbeth
Essa é séria: atores só chamam o clássico de Shakespeare de “a peça escocesa”. Se chamar pelo nome, e dentro do teatro, é azar na certa. E é digno de tantas piadas (video abaixo é uma delas) que todos querem provocar atores, mas os supersticiosos respeitam. Recitar qualquer frase da peça Dois Cavalheiros de Verona, também do bardo inglês, traz equilíbrio caso alguém diga “Macbeth”. Ou, se tiver memória, recitar a frase de Sonho de uma noite de verão: “Se nós, sombras, ofendemos, pense, mas isso e tudo está consertado, que você apenas dormiu aqui, enquanto essas visões apareceram.” Mas não basta recitar, tem que sair do teatro, girar três vezes em círculo e cuspir.
Ninguém tem certeza como surgiu a superstição, mas como há bruxaria na história, não ajuda. Outros dizem que o ator original que interpretou Macbeth morreu tragicamente durante a apresentação e o show foi amaldiçoado desde então. Não há provas. Mas pelo sim, pelo não…
2- Desejar um acidente, é sorte
Pois é, em francês se deseja “merda” antes de entrar no palco, simplesmente uma palavra que resume tudo de ruim. Em inglês é mais específico, em vez de boa sorte -que dá azar – se deseja que o ator “quebre uma perna”.
A crença é que espíritos travessos no palco que usam sua magia para forçar o oposto do que você deseja que aconteça, mas podem ser algo mais técnico. A palavra perna seria uma referência às coxias, ou as cortinas teatrais que tentam esconder os bastidores para que o público não veja como a peça está sendo montada. Essas cortinas, em inglês, são conhecidas como “pernas”. “Quebrar uma perna” significa que o ator saiu dos bastidores para o palco. Não parece fazer muito sentido com a superstição, né?
3- A luz fantasma tem que ficar acesa
Como vemos em Only Murders in the Building, tradicionalmente há mesmo uma luz que fica acesa no teatro e que tem que ficar acesa. Embora a superstição seja que a luz mantém os fantasmas afastados, há uma lógica maior. E prática! Como há muitas armadilhas potenciais, como alçapões abertos e fossos de orquestra que podem ser perigosos se uma pessoa cair, fora outros elementos do palco, a luz “fantasma” permanece acesa no centro do palco quando todas as outras luzes são apagadas. Mais uma vez, o nome “fantasma” contribui para que é para que os espíritos de artistas ali tenham uma área iluminada para atuarem. Sem gerar novos fantasmas!

4- Assobiar nos bastidores de um teatro é considerado azar
Também há uma referência no episódio de Only Murders In the Building, com as quedas dos sacos de areia que ajudam a fechar ou abrir as cortinas. Mas um tanto diferente. Na verdade a superstição é de que assobiar nos bastidores dá azar. Isso porque antigamente o cenário era levantado manualmente içados com cordas e os ajudantes de palco davam dicas uns aos outros assobiando. Um desavisado ator assobiou os homens acharam que era um sinal e ele quase morreu esmagado por dos sacos de areia. Dessa forma, afim de que tenham menos fantasmas, surgiu a regra do azar de assobiar. Justificado!

5- Não há Gideon Goosebury, mas sim o fantasma de David Belasco
A referência de Gideon Goosebury tem dupla referência em OMIBT porque o Teatro Belasco, na rua 44 da Broadway, tem um dos fantasmas mais famosos do mundo teatral. O teatro tem o nome do empresário David Belasco, que um dia foi apelidado de “O Bispo da Broadway” e dizem que seu fantasma é obcecado por supervisionar tudo no local. Muitos dizem ter visto seu espírito sentado sozinho na varanda ou vagando pelos saguões. Na série há a explicação do que está acontecendo, mas supersticiosos respeitam qualquer situação de respeito espiritual.
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