Eu queria ter gostado da (nova) A Pequena Sereia…

Quando A Pequena Sereia chegou aos cinemas no final dos anos 1980s foi um grande sucesso, mas seu prestígio foi crescendo ao longo dos anos virando mais do que um fenômeno mas um filme cult, que é ainda maior prestígio. O filme original o é PERFEITO. Simplesmente, perfeito. A refilmagem? Nem tanto. Partiu meu coração.

Desde que a refilmagem foi anunciada como live-action, A (nova) Pequena Sereia foi salpicada de controvérsias, desde o elenco onde houve racismo com as reclamações da escolha de Halle Bailley como Ariel (um absurdo pois está ótima) e até Melissa McCarthy como Ursula (infelizmente, um desapontamento). Ao contrário da maré, eu estava animada e torcendo pelo filme, mas não fui ao cinema, esperei chegar à plataforma da Disney. Ainda bem, teria ficado chateada.

Uma das maiores decepções que tive com A Pequena Sereia foi justamente a música! Me cancelem porque eu não aprecio a música de Lin-Manuel Miranda. Nunca gostei, não vejo melodia, não vejo nada de mais nele. A única canção que curti foi We Don’t Talk About Bruno de Encanto. Aqui ele destoou das melodias fáceis e envolventes de Alan Menken com três canções simplesmente feias: Wild Charted Waters, For The First Time e The Scuttlebutt. Igualmente a direção destoa do que vimos ter sido a orientação específica de Howard Ashman de que Part of your World fosse sussurrado (as notas esticadas de Halle mostram potência, mas desnecessária) e a ironia da lendária e inigualável Pat Carroll como Ursula deixou um pesadelo para Melissa, embora Queen Latiffah tenha tirado de letra anos atrás.

A Pequena Sereia reescreveu poucas coisas: Ariel ainda larga tudo para se casar com o príncipe, por quem inclusive chegou a sacrificar sua voz. Não é exatamente a mensagem que se passa para as meninas, ainda mais tendo que escolher entre marido ou família para ser feliz. Preservar a essência original ficou fofo, não estou reclamando, só que – pra quem viu o clássico de 1989 – a refilmagem ficou muito aquém. Gerações novas devem apreciar e foi para ela que a Disney quis fazer o filme. Portanto, se for ver com filhos e sobrinhos, esqueça o que já era perfeito. Dá para curtir, só não é de se apaixonar.


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