A história do empresário brasileiro de origem libanesa, Carlos Ghosn, ex-presidente da Renault-Nissan, é material de filme de ação e drama. Cheio de reviravoltas, momentos emocionantes e surpresas, sem esquecer do drama. Celebrado no setor automotivo, foi preso no Japão em 2018, acusado de negociações escusas e hoje vive foragido no Líbano desde que escapou dentro de uma caixa (sim, igualzinho ao Tyrion de Game of Thrones), em dezembro de 2019. Sua ascensão e queda estão no coração do processos legais que estão rolando no Japão e na França e recontar o que aconteceu não é uma tarefa fácil. Porém, James Jones, o diretor de Procurado – A Fuga de Carlos Ghosn dá uma aula, fazendo um documentário claro, equilibrado, rico de imagens e entrevistas. Nada menos do que sensacional.

A história é complexa e cheia de antagonistas que custam a serem revelados, mas distribuída em quatro episódios que mantém ritmo e interesse. É tão impressionante que é difícil lembrar que é um documentário e não uma série de ficção.
Carlos Ghosn chegou a ser considerado um executivo brilhante, lendário por sua praticidade e frieza de tomar decisões e medidas impopulares para manter as empresas no lucro. Com isso, chegou a ser chamado de “titã da indústria automobilística global”, construindo um império e liderando as duas empresas mais famosas da época: Nissan e Renault. No entanto, foi surpreendido e surpreendeu a todos quando foi preso no Japão no final de 2018 por acusações de má conduta financeira. O período de privação e as diferenças culturais da Justiça japonesa e francesa são gritantes e complexos, jamais deixando claro se ele é culpado ou se tem razão de alegar que há uma conspiração por parte da Nissan para bloquear a fusão que estava em andamento com a Renault.
Se você não conhece os detalhes do processo, ainda em andamento, vai ficar muito chocado por isso evitarei spoilers. Mas recomendo muito que assista, em especial em tempos de propagandas maquiadas como documentários. Procurado – A Fuga de Carlos Ghosn não se priva de cutucar a ferida, de expor as partes mais obscuras de uma história que ainda não foi encerrada. Está na Apple TV Plus é é obrigatório para quem gosta de qualidade, isenção e profissionalismo. Nota mil.
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