Se você for millenial e não entender a empolgação dos mais velhos com a notícia de que “Frasier está de volta”, fique tranquilo. Frasier faz parte da lenda da TV, mas está fora do ar há 19 anos, mas é impressionante em números. Foram 11 anos no ar e na época um recorde de nada menos do que 37 Emmys, incluindo multplos anos de Melhor Série de Comédia. E era. Por isso a Paramount Plus decidiu apostar em um reboot que estreia em 12 de outubro e traz nosso querido Frasier para as plataformas digitais. E que jornada!

A trajetória da personagem é icônica em todos meios. Primeiro, o psiquiatra Dr. Frasier Crane (Kelsey Grammer) era uma personagem secundária de uma outra sitcom de enorme sucesso nos anos 1980s, Cheers, estrelada por Ted Danson. Cheers também ficou no ar 11 anos, apresentou ao mundo talentos como o de Woody Harrelson e acabou ofuscada pelo sucesso arrasador de seu spin-off. Frasier começou a aparecer como ponta na terceira temporada de Cheers, inicialmente como interesse amoroso de Diane Chambers (Shelley Long) e na quinta temporada, depois que é abandonado por ela no altar, entrou para o elenco fixo.

É no bar “onde todos sabem o seu nome” que ele conhece Lilith Sternin (Bebe Neuwirth), com quem se casa e tem um filho, Frederick. Quando Frasier se se para de Lilith, ele volta para casa, em Seattle, onde estrela um programa de rádio de sucesso. O gancho para a sua série é justamente esse: seu retorno para casa e tendo que lidar com o irmão competitivo, também psiquiatra, Dr. Niles (David Hyde Pierce) e com o pai, policial aposentado, Martin (John Mahoney). As frescuras intelectuais dos dois irmãos e confusões amorosas de ambos renderam alguns dos momentos mais hilários da História da TV mundial. Frasier era, efetivamente, genial e simples. Funcionava pela química perfeita do elenco que colecionou prêmios enquanto esteve no ar. Curiosamente, estreou há exatos 30 anos: dia 16 de setembro de 1993.

Muitos ficaram surpresos quando foi anunciada uma segunda volta do psiquiatra mais confuso da cultura pop, mas é boa notícia. Vários personagens de Cheers apareceram na série ao longo dos anos e fora uma correção aqui e ali – por exemplo, em Cheers Frasier se apresentava como filho único – a história de Frasier é bem amarrada.

Embora tivesse sido inicialmente relutante em repetir a personagem mesmo quando ela seria a principal da série, Kelsey Grammer não duvidou em trabalhar no que chama de “o terceiro ato” de Frasier Crane. E será curioso. Afinal, uma parte igualmente divertida e emocionante do sitcom era o conflituoso relacionamento que tinha com seu pai (o falecido Mahoney) e agora o reencontramos invertendo papéis com um Frederick adulto.

Será bem mais complexo para Frasier reconquistar seu lugar e não ameaçar um legado de perfeição, mas é algo nostálgico também. Particularmente não vejo o estilo do humor inteligente da série “funcionar” com uma geração mais nova, mas não é como se surpresas fossem impossíveis. O trailer sugere que teremos muitas referências clássicas. Eu, pelo menos, estou celebrando!

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