Em Death Rattle – o deslumbrante chocalho em tradução livre – trigêmeos recém nascidos são os principais suspeitos de um crime sem motivo aparente. A babá se entrega para protegê-los, e antes que o detetive revele o verdadeiro culpado, ele cai morto no palco. Assim abre a terceira temporada de Only Murders in the Building, ou melhor, assim encerrou a segunda temporada. E no episódio 9, tradicionalmente o que amarra a trajetória da vítima e revela o culpado, finalmente saberemos “qual dos trigêmeos matou”, como a canção de Charles (Steve Martin) sugere.

Primeiro, a trama. Aliás, primeiro o aviso de SPOILER. Cantei o (s) culpado (s) quase no início, falou quase porque mudei um pouco de ideia ao longo do caminho e agora confirmei a suspeita. Especialmente porque os títulos das faixas da trilha sonora entregam também, ou confirmam. Chegaremos lá.
Começamos com Mabel (Selena Gomez) e o mais desnecessário pesadelo de ser mãe de gêmeos, trigêmeos, sendo que eles são Charles, Oliver (Martin Short) e o podcast. Não foi remotamente engraçado os rostos de Martin Short e Steve Martin na cabeça dos bebês. Ugh. Então Oliver sobreviveu ao infarto colocando um stent e é liberado para casa, onde o trio grava o podcast e decifra o verdadeiro culpado pela morte de Ben Glenroy (Paul Rudd). Eles sabem que Loretta (Meryl Streep) assumiu o crime para proteger seu filho, Dickie (Jeremy Shamos) e querem salvá-la, mas estão sem tempo pois se passaram cinco dias e já é hora de setenciá-la.


Na corrida contra o tempo, os três resgatam a linha do tempo dos últimos passos de Ben, uma figura até o momento descrita como narcisista, insensível e até agressiva. E aí, amigos, os fãs podem se parabenizar. Quase todas as teorias que estavam rolando nas redes sociais são verdadeiras. O vídeo de Ben falando sozinho era dele resistindo ao biscoito (envenenado), foi o próprio Ben que escreveu no espelho que era um f********* pig. Mas as dicas seguintes são as mais reveladoras e vão de encontro ao meu palpite revisado na semana passada.
Ao contextualizar todos os passos das últimas horas do ator, os podcasters humanizam Ben, que estava sob pressão, em uma dieta estrita e sabendo que não estava bem como o detetive em Death Rattle. A crítica ia arrasá-lo, mas, como o principal nome do elenco também iria destruir a temporada. Como Donna (Linda Edmond) não queria que o primeiro investimento de Cliff (Wesley Taylor) desse errado, ela envenenou os biscoitos para matar Ben. Uma mãe protegendo seu filho, como o monólogo de abertura da temporada avisou. Porém tem pegadinha!!

Pois é, como sabemos, Ben não morreu por causa do veneno, mas porque foi empurrado no fosso do elevador quebrado. Portanto o assassino estava na festa sim, mas não acho que foi Donna. Cliff discutiu com Ben e deu o safanão que acidentalmente (?) acabou com a vida da estrela de sua peça. Quando Oliver resgata a produção e a transforma em musical, criando agora um sucesso potencial, Donna inicialmente foi contra, mas nunca consegue dizer não ao filho que embarcou no sonho de ser um produtor de sucesso da Broadway.
Mesmo sacando a possibilidade, que repete em parte uma linha da primeira temporada, a conclusão de Only Murders in the Building será satisfatória. A temporada foi estonteantemente divertida e inteligente, com músicas lindas e ótimas atuações. A criatividade narrativa dos roteiristas tira meu fôlego, seja o episódio “surdo” da primeira temporada ou à metalinguagem da terceira. Uma série que só tem um problema de destruir o valor imobiliário do Arconia com nada menos do que três assassinatos seguidos no mesmo endereço. O que fazer? Todo mundo adora um true crime, a essa altura a quarta temporada (tomara que confirmem!) vai certamente endereçar a publicidade involuntária do endereço macabro de Upper West. Esperamos com Mabel morando lá!
Descubra mais sobre
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.
