Reptile é um filme policial “clássido”: um crime, uma cidade pequena, um mistério que persiste até a reviravolta final. O longa que marca a estreia de Grant Singer como diretor, não agradou à todos mas ninguém nega o peso do elenco: Benicio Del Toro, Alicia Silverstone, Justin Timberkale, Frances Focher e Eric Bogosian, não é nada que já não tenhamos visto, mas graças ao talento de Benicio (que co-assina o roteiro), segura bem.

Will Grady (Justin Timberlake) é um magnata do setor imobiliário de Scarborough, que, sob a orientação de sua mãe, Camille (Frances Fisher), explora o mercado de execuções hipotecárias de casas caras na cidade. Will trabalha com a namorada, Summer (Matilda Lutz), mas um dia quando vai ao encontro dela a encontra brutalmente assassinada dentro de uma das casas que iam vender. A investigação do crime vai parar com o detetive Tom Nichols (Benicio Del Toro) e seu parceiro Dan Cleary (Ato Essandoh), que descobrem a morte de Summer não apenas tem uma lista significativa de suspeitos, como esconde outros segredos da cidade. Para decifrar esse mistério, Tom conta com o apoio incondicional de sua esperta esposa, Judy (Alicia Silverstone).
Há muitas reviravoltas e falsas pistas, mas Benicio e Alicia, amigos de longa data repetem a inegável química entre os dois, explorada há mais de 30 anos quando ela era a estrela e ele um ator em ascensão. Críticos se queixam no fato que Singer, que trabalhou com vídeos de Weeknd, entre outros, prioriza a lentidão, o silêncio e o visual. Mas eu gostei. Homens cínicos, calados e observadores é o ponto alto na carreira de Benicio Del Toro e ele é preciso em compartilhar dor, desconfiança e raiva ao mesmo tempo. E aqui está a vantagem de Reptile, um ator vencedor do Oscar, avesso à fama e que sabe não apenas se conectar com o público, com detalhes e domínio total da história. Os detalhes do cotidiano, como cada gesto seu reforça o que vamos descobrindo sobre Tom aos poucos.

Não vou revelar o final da história porque dar spoiler aqui estraga bastante a narrativa. Não é uma história que não tenha sido contada antes e, de certa forma, deixa muita coisa em aberto, incluindo a estranha participação de Michael Pitt e até sua conclusão inesperada. Mesmo sem responder o que achávamos que precisávamos saber, demonstra o potencial de Grant Singer e nos mata a saudade de uma estrela tão elusiva como Benicio. Vale conferir.
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