O investimento da Netflix nas histórias de Lupin – a resposta francesa para Sherlock Holmes – foi uma ótima sacada da plataforma. Unir o carisma de Omar Sy e a beleza inegável de Paris é uma fórmula certeira, ou seria, porque nunca imaginei que seria tão cansativo e ineficaz como nessa terceira temporada da série, liberada em 2023.

As histórias de Assane Diop (Omar Sy), espelhadas nos clássicos do detetive Arsène Lupin, são irreais propositalmente, mas divertidas por sua impossibilidade. Nessa temporada, Assane sente falta de sua família e planeja “o último golpe” antes de fugir, o que é a desculpa para uma série de roubos, armadilhas e usos dos sorriso contagiante de Omar. Mais uma vez sempre começamos com um ‘possível erro’ do assaltante, apenas para voltarmos no tempo e perceber que ele está sempre muitos passos à frente. É tão obvio que se torna cansativo. A graça, antecipando que ele está nos enganando e sabemos disso, é tentar decifrar o “como” antes que ele faça, mas obviamente levamos em consideração fatos que a fantasia ignora e nunca acertamos. O problema não seria esse porque ela é a proposta da série, mas que uma vez colocados na posição de sempre sermos surpreendidos, ficamos passivamente esperando a reviravolta, tirando de nós qualquer desejo de torcer ou se preocupar uma vez que Assane é imbatível.
Lupin fica sempre entre os mais vistos da Netflix e os fãs têm como certa a volta para mais aventuras, embora não tenham sido confirmadas ainda. No “surpreendente” final no qual Assane Diop vai preso, ele é colocado em uma cela justamente próxima demais de seu arqui inimigo, o ricaço Hubert Pellegrini (Hervé Pierre), que quer vingança e garante que há um traidor no círculo mais próximo do protagonista. Minha reação não foi a de ficar sequer remotamente preocupada, ou ansiosa por mais. Bateu preguiça pela interminável aventura. Uma que certamente ainda não chegou ao fim.
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