Já é quase seguro dizer que há um filme típico de Gerard Butler, assim como Liam Neeson. Os dois atores são os líderes de um subgênero que funciona há décadas em Hollywood: o do sessentão justiceiro. Enquanto as mulheres acima dos 40 ainda têm menos ofertas, a curva para os homens vem aos 50, com essa opção de fazer bilheteria e se manter em atividade. Não são os primeiros, dificilmente serão os últimos.

No caso de Gerard, Missão de Sobrevivência (Kandahar) muda o cenário, mas mantém a premissa. Ele é o melhor no que faz, enfrenta dezenas de antagonistas e tem pouco tempo para escapar e voltar para sua família. No caso aqui, o agente secreto Tom Harris que aceita uma missão perigosa no Afeganistão que rapidamente vira suicida quando se vê encurralado em meio a um território hostil após ter sua identidade revelada pela TV local. Ele precisa sair do deserto e chegar o mais rápido possível em uma base em Kandahar, fugindo de forças de elite inimigas e de espiões internacionais que querem matá-lo.

A premissa é simples e funciona, graças ao carisma de Gerard, assim como a participação de Travis Fimmell, o eterno “rouba-cena” quando está na tela, mesmo que em uma participação menor.

Já Liam Neeson estrela Vingança a Sangue Frio, que o coloca no papel de um pai vingador, em mais um thriller repleto de cenas violentas, mas uma proposta mais interessante. Enquanto Missão de Sobrevivência (Kandahar) parece explorar mais clichês, Vingança a Sangue Frio (Cold Pursuit), que passou pelos cinemas em 2019 e só chegou à Netflix em novembro de 2023, ensaia algumas “surpresas” na narrativa. Não darei spoilers. Na trama, Nels Coxman (Liam Neeson) tem sua vida virada de cabeça para baixo quando seu filho é assassinado por um traficante de drogas e decide vingá-lo.

São opções para quem quer se distrair com adrenalina. É só uma pena que tantos atores com maiores habilidades fiquem nessa gaveta. Culpa dos negócios? Enquanto ficarem, como estão, liderando os mais vistos, parecem justificados.

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