E a guerra pelo título está apenas começando. O comércio de jovens americanas ricas, unidas à nobres falidos, pode ter dado pompa para muitas famílias na época de ouro, mas também trouxe muita infelicidade. E sempre antecipamos que Bertha Russell (Carrie Coon) daria uma de Alva Vanderbilt quando se trata-se do eleito para Gladys (Taissa Farmiga). Com a chegada do Duque de Buckingham (Ben Lamb), essa parte do drama começa a se desenrolar, mas não sem muito drama e lágrimas. Infelizmente, se seguir as convenções, o destino de Gladys está mesmo nas mãos de Bertha. A única esperança da moça? A competição será ferrenha!

Desde a primeira temporada que Bertha deixou claro algumas coisas sobre a vida de sua filha: amor não é importante, quem decide com quem a jovem deve se relacionar ou até casar é apenas ela mesma, a mãe protetora que tem um plano social no qual Gladys é uma peça importante. Sabe o que me preocupa? Até o momento, George (Morgan Spector) pode discordar, mas não ousa enfrentar a esposa na questão. Seja porque ele também não gostou dos dois pretendentes até o momento ou porque tem mais medo de Bertha do que admite, ele segue a orientação dela. Alguém duvida que a promessa que ele fez à Gladys – de que a apoiaria incondicionalmente quando ela se apaixonasse de verdade – voltará para atormentá-lo?
Nem Archie, nem ninguém: quem Bertha queria para Gladys?
A estreia de The Gilded Age apresentou uma Gladys ressentida com o controle excessivo de sua mãe, que controlava cada passo seu fora de casa e às vezes a ‘prendia’ sutilmente para evitar que saísse sem permissão. Ela não poderia estar nos jantares ou ir às festas porque Bertha atrasou sua entrada na sociedade como debutante. Literalmente, Gladys é um passarinho preso em uma gaiola de outro.
De alguma forma, e até por conta da repressão, percebemos que Gladys é impulsiva e anseia poder decidir sozinha sua própria vida, e mesmo com todo controle, teve um pretendente à sua altura na primeira temporada, um tímido Archie Baldwin (Tom Blyth), que não passou pela aprovação de Bertha (sem surpresa) ou de George, que o apavorou no inquérito para julgá-lo se era merecedor da atenção de Gladys.


Quando questionada por George a razão de sequer dar uma chance à Archie, Bertha explicou que ele não era quem ela queria, mas que o marido saberia o que ela planejava quando ela identificasse o candidato certo. Para quem sabe a vida de Consuelo Vanderbilt, essa frase deu frio na espinha.
Gladys sempre foi usada pela mãe. Quando ela e Carrie Astor (Amy Forsyth) viraram melhores amigas justamente por se ressentirem pela interferência materna nos assuntos de coração (Caroline Astor (Donna Murphy) também desaprovou a escolha de Carrie), Bertha incentivou como louca a proximidade das duas, fazendo um baile de debutante para Gladys não porque a filha queria, mas porque era a melhor oportunidade de receber sua inimiga, Caroline, e de exibir a casa com um baile inesquecível. Podemos gostar e torcer por Bertha, mas ela está longe de ser defensável.


Turner sabe dos planos de Bertha e sempre tentou miná-los
A maior rivalidade momentânea de Bertha não tem sido apenas Caroline, mas sua ex-camareira, Enid Turner (Kelley Curran), que conhece cada insegurança e intenção da ex-patroa, desde sempre jogando contra ela. Não apenas tentou seduzir George, jogou charme para Larry (Harry Richardson), como ajudou Oscar Van Rhijn (Blake Ritson), que queria encontrar uma candidata para um casamento de fachada, a cortejar a jovem. Ironicamente, o papel de Turner na vida de Gladys está ainda longe de acabar.
Oscar conseguiu chegar perto do que queria, nem tanto porque conquistou o coração de Gladys, mas porque argumentou com ela que, uma vez sendo Sra. Van Rhijn, ele daria a ela total liberdade para viver como queria. Se não ia se casar por amor, ela pensou, Oscar servia e aceitou temporariamente o pedido de casamento, um que Bertha nem desconfia ter acontecido. Quem deu freio à derrapada foi George, que negou veemente a possibilidade de permitir a união e fez um pacto com Gladys: quando ela realmente estivesse apaixonada, ele a defenderia para Bertha. Tolinhos!

Se Oscar errou, foi porque não ouviu Turner. Ela sempre avisou que o ponto de discórdia do casal sempre foi o destino de Gladys. George quer um casamento por amor e Bertha não tem coração como prioridade. Se Oscar tivesse seguido a estratégia de Turner, teria conquistado George primeiro e aí sim aumentado suas chances. Perdeu o jogo.
Agora que Turner é a Sra. Winterton, ela irritou Bertha por várias coisas, mas a pior foi esfregar na cara da ex-patroa que estava circulando entre a nobreza britânica, antecipando a chegada do Duque de Buckingham à Nova York, mencionando que seria sua anfitriã. Um Duque dando sopa? Bertha não perdeu tempo.
Pela promo, vemos que Turner terá em Peter Barnes (Michael Farrell), um amigo e funcionário dos Russells, a criar confusão no jantar de Newport. E vemos que Gladys estará lindíssima, atraindo a atenção do Duque de Buckingham. Vitória de Bertha? Não comemore ainda.
Não apenas Turner vai criar algo embaraçoso como Bertha terá competição à altura: ninguém menos do que Caroline Astor também vai decidir que ele é o marido ideal para sua filha, Carrie. Não é um spoiler se você tiver prestado atenção nas promos na qual Agnes Van Rhijn (Christina Baranski) fica chocada e pergunta à amiga: “Você não pode comprar um Duque!”, ao qual ouve de resposta, “espere e veja”.
Isso mesmo, pessoal, a guerra das óperas também é a guerra pela nobreza e dane-se a felicidade de jovens cujas mães ambiciosas as usam como bonecas. Sorte de Marian (Louisa Jacobson) que Agnes não chega a tanto.

A tristeza de Larry
E se engana que será apenas Gladys se chateando com a mãe. Depois que Bertha interferiu no romance de Larry com a viúva Susan Blane (Laura Benanti), ele estará mais do que infeliz, estará ressentido com a mãe. As imagens de um Larry tristonho me fazem pensar logo que Marian poderia entrar como ombro amigo, meio que reproduzindo o apoio que ele deu à ela quando foi trocada por Tom Raikes (Thomas Cocquerel) por uma esposa mais rica do que ela. Posso sonhar?

Já entendemos que embora esteja tudo aparentemente certo e desenhado no céu para que ela aceite o pedido de casamento de um perfeito Dashiell Montgomery (David Furr), de alguma forma Marian não se empolga com a idéia. Honestamente, como ela gostou de um Tom Raikes e não gosta de um Dashiell Montgomery só se explica de duas formas: 1) ela ainda está traumatizada pelo rompimento com o advogado-interesseiro e 2) ela secretamente já estaria interessada em Larry Sim, sou obsessiva por chipar esse casal!
Mas a estrada para uni-los será longa. Por hora, me preocupa a trama espelhada de La Traviata na temporada operística de The Gilded Age. Susan Blane não é cortesã, obviamente, mas uma mulher mais velha que pensou em se divertir e acabou se apaixonando pelo jovem Larry, sacrificando seus sentimentos quando a família dele a confronta, até porque um escândalo com ele interfere na vida de Gladys. Se os Russells são ligados à um escândalo do herdeiro deles se unindo à uma viúva mais velha acontecer, os candidatos à mão de Gladys desaparecem e jamais estariam na liga do Duque de Buckingham, ou seja, inaceitável para Bertha.
Podemos mencionar que ainda nem deciframos quem é o pastor Luke Forte (Robert Sean Leonard) que mal chegou à Nova York e já pediu Ada (Cynthia Nixon) em casamento? Tem algo muito suspeito na pressa desse romance, infelizmente… Vamos descobrir mais domingo!
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