Meu Deus. A pressa, a irresponsabilidade com um conteúdo clássico a descarada intensão de surfar na onda dos algoritmos DESTRUIU qualquer chance de relevância ou até coerência em The Buccaneers. O final da primeira temporada – sim, a cara de pau é tão grande que deixam em aberto a chance de continuar – foi confusa e histérica como os episódios anteriores. Uma vergonha para a Apple TV Plus e um conteúdo que destoa de sua notória qualidade de acervo.
A modernidade excessiva que inseriram nas tramas e nas personagens tiraram qualquer possibilidade de conexão, nos faz perguntar se Edith Wharton não está revirando no túmulo.

Nan, a falsa tímida que ama um protagonismo, por sua insensibilidade narcisista transformou o noivo Theo, o Duque que só fez apoiá-la e amá-la, em um antagonista por quem tem desprezo e nenhum cuidado. Ela chega atrasada na festa de noivado (como ter Nan em cena se ela não está entrando e saindo do ambiente batendo portas?), com cara amarrada transformando a vida de Theo em um pesadelo. Ela teve toda a oportunidade de sair sem alarde, mas como perderia essa oportunidade?
Guy, o falso que a deixou quando soube que era ilegítima e agora é o “homem perfeito”, voltou para ter a noite de núpcias antecipada do amigo, mas eis que Jinny invade o quarto pela manhã pedindo ajuda para fugir do marido e Nan, a “altruísta”, “se sacrifica” porque se for Duquesa, ninguém poderá mexer com a família dela. Isso tem outro nome, gente. GOLPISTA. E faz isso quase agredindo o pobre Theo, esse sim sem alternativa depois que amarrou o burro nessa louca egoísta e de quinta. Quando terminamos a temporada prestes a descobrir a “mãe verdadeira de Nan”, que é a Sra .Testvalley, tenho certeza, estamos nos perguntando: e daí? Nan não se importa com nada ou ninguém além dela mesma, mãe biológica ou adotiva são a mesma coisa.


Das amigas histéricas tampouco há o que sirva: Lizzy apoia incondicionalmente a irmã gay (isso é inverossímil para o período, mas fofo) e Conchita e Charles, o casal representando de Meghan e Harry, mandam a família dele à m…. e vão para, não estou brincando, “a independência financeira” dos dois na América, onde podem ser livres. Por que ainda não foram? Conchita espera ele romper com tudo e todos para avisar que não conte com a contribuição dela – papai perdeu todo o dinheiro – e seja pelo susto ou porque agora não tem jeito, ele dá de ombros. Se o início do século 19 as coisas eram tão simples assim, não entendo como chegamos ao 21 sem avanços maiores. Isso mesmo, é ridículo assim.
Minha torcida? O cancelamento desse crime contra literatura e nossa inteligência. A segunda temporada pode vir em 2033, ninguém espera.
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