Qualquer apreciador de beleza, em especial nos anos 1990s, diria que Travis Fimmel era um dos homens mais bonitos do mundo, dividindo capas de revista com Gisele Bundchen e campanhas icônicas da Calvin Klein. Sua estreia como Tarzan na série de mesmo nome explorava apenas seus atributos físicos, portanto não haveria razão inicial de imaginar o ótimo ator que hoje sabemos que também é.


Vikings virou um sucesso mundial graças à sua atuação emocionante, infelizmente ignorada por premiações enquanto esteve no ar. Uma série de filmes, independentes e de maior orçamento, viram Travis circular por mundos de fantasia e reais, com frequência não mais na liderança do elenco, mas sempre com personagens que fugiam do obvio.
Se nas telas, o ator tem passado os últimos anos se dedicando à papéis que escondem sua beleza, mas destacam seu inegável talento, em geral em produções australianas ou independentes, fora delas, o ator investiu seu nome e rosto à cerveja Travla e não há nenhuma oportunidade de foto com ele sem que seja uma divulgação. Ele é um homem de negócios, afinal das contas.
Travis não tem receio de se jogar em personagens antipáticos e duvidosos: Ragnar não era um herói se visto pelos ingleses, às vezes nem mesmo pelos vikings e sua última passagem pela TV, em Raised by Wolves, novamente era um homem complexo. E eis que abrindo 2024 surgiu uma ótima oportunidade de matar as saudades do astro com a série Garoto Devora Universo (Boy Swallows Universe).

Disponível na Netflix a partir do dia 11 de janeiro, a série tem conquistado críticos e é uma adaptação de um best-seller semiautobiográfico escrito por Trent Dalton em 2019. Obviamente Travis não é o menino do título, mas seu padrasto traficante. Eli Bell (Felix Cameron) tem apenas 13 anos e uma vida que demanda muito kleenex à postos: triste, pobre e injusta. São oito episódios de insuperável tristeza, não fosse a empatia e carisma do elenco. A trama se desenrola na segunda metade da década de 1980 nos subúrbios de Brisbane, Austrália e vemos Eli com sua mãe, Frankie (Phoebe Tonkin), uma ex-viciada em heroína, seu irmão mais velho, Gus (Lee Tiger Halley), mudo e sem emitir uma palavra há anos, e seu padrasto traficante, Lyle (Travis Fimmel), vivendo à beira da pobreza.


Lyle é o papel que Travis ama: atrapalhado, de bom coração e um golpista. Como é um péssimo traficante, acaba criando uma situação complicada que resulta em Frankie ser presa e isso leva Eli e Gus a terem que viver com o pai ausente e alcóolatra, Robert (Simon Baker). E é justamente o contraste entre essas figuras paternas tortuosas que os atores brilham, mesmo sendo tão errados.
Um conto meio Charles Dickens da Austrália nos anos 1980s promete nos fazer chorar bastante, mas também, matar as saudades de Travis. Já era em tempo, não acham?
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