This Is Me… Now: A Love Story não é filme. Não é clipe. Tampouco é documentário ou reality show. Tem muito valor de produção para um curta ou Tik-Tok. É mais do que um reel do Instagram. O que quer que seja, Jenniffer Lopez sentiu que precisava de música, drama, muitas coreografias e participações de amigos famosos para nos explicar como vê o Amor. Se precisava fazer isso, é outra questão…

Sou fã de J-Lo, como estrela, mas não curto sua música e não acompanho mais sua vida pessoal, por isso talvez considere que um post em alguma rede social fosse o suficiente para que ela resumisse o que contou em This Is Me… Now: A Love Story. O projeto de formato indefinido é uma viagem (literalmente) criativa de belas imagens, mas vazio e sem sentido.
Definido como “uma odisséia cinematográfica baseada em narrativas, impregnada de narrativa mitológica e cura pessoal”, o formato indefinido (não tenho como evitar a repetição de palavras) é visualmente incrível, pena que nem a música ou a história sustentem a ousadia.
Novo álbum, novo amor, uma nova J-Lo
Lançado em conjunto com o álbum de mesmo nome – This is Me… Now – o primeiro da cantora-atriz em 10 anos, a proposta de J-Lo é nos fazer entender sua jornada amorosa, passando por sofrimento, paixões, erros e tentativas de acertar. Afinal, como uma das maiores estrelas latinas de Hollywood de todos os tempos, Jenniffer Lopez teve sua vida pessoal acompanhada de perto por décadas.
Há quase exatos 20 anos, ela e Ben Affleck se apaixonaram e foram apelidados de “Bennifffer”, causando reações positivas e negativas pelo que foi considerado na época, exagerada exposição da relação dos dois. Os tempos eram outros, hoje eles seriam considerados discretos, seriam aprovados e queridos, mas, há duas décadas, geraram desconfiança por compartilharem tanto. Talvez por issoJenniffer queira nos explicar o desnecessário.
Há de se concordar que Jenniffer passou pela misoginia implacável de ter sua vida pessoal explorada e criticada pelo número de casamentos e noivados. Seus ex, por outro lado, jamais tiveram que ‘explicar’ uma vírgula.
Hoje, com mais de 50 anos e casada com quem claramente é apaixonada, J-Lo não precisava justificar nada e o efeito parece ser o oposto do que buscava: forçada pela narrativa de This Is Me… Now: A Love Story, acabo tendo que reviver tudo e ficar com mais detalhes que gostaria de imaginar dos romances dela.
Quatro casamentos nas telas, quatro fora delas também
Sem surpresa, ela foi casada quatro vezes, e ficou noiva mais três outras. Algumas dessas relações podem ter sido rapidamente simultâneas. Por exemplo, sim, ela se apaixonou por Ben quando trabalharam juntos e ela ainda estava casada com o segundo marido que, por sua vez, pode ter sido mais do que amigo quando ela ainda estava noiva de outro. Que importa?

A resposta da estrela é simples: ela cresceu acreditando no amor, bateu a cabeça muitas vezes para encontrá-lo, emendou uma relação na outra. Segundo canta, fez isso tanto por falta de amor próprio como sua obstinada busca do “felizes para sempre”. A jornada foi longa e dura, mas ela precisava aprender a se amar e amar sua criança interior para, finalmente, ser plena e encontrar o que sempre buscou.
O relacionamento com Ben Affleck é um tanto preservado porque ele é, para ela, o definitivo. Mas todos os outros são abusivos e até assustadores! Afinal, por convite dela, começamos a tentar adivinhar quem é quem e nenhum deles está bem no filme (ou formato indefinido).
Antes desse trabalho detalhado e pessoal, Jenniffer estrelou Marry Me que agora parece um prólogo desse formato indefinido. Gravado em 2022, quando ela e Ben se casaram, o filme romântico tem J-Lo como uma estrela da música latina – que foi casada três vezes – que encontra o príncipe encantado em um improvável professor de matemática (Owen Wilson). Sim, o marido definitivo número quatro.
Quem é quem em cada relação?
Em This Is Me… Now: A Love Story, ela abre o especial com uma explicação longa de uma lenda porto riquenha do beija-flor, que ela alega ter sido sua maior influência na busca por amor. Em seguida, vemos que seu coração está para quebrar e tem que liderar a equipe para salvá-lo, que marca o início da odisséia.
A certa altura, ao som de Can’t Get Enough ela percorre três casamentos com três maridos (Tony Bellissimo, Derek Hough e Trevor Jackson), que parecem ser seus ex: Ojani Noa, Cris Judd e Marc Anthony. Mas tem mais.

Na sequência mais incômoda de todo filme, a da canção Rebound, a vemos literalmente presa a um relacionamento fisicamente abusivo. Como em seguida ela aparece com um namorado carregando uma arma, que obviamente encaramos a uma referência direta ao ex Sean Combs ou a Casper Smart, a dúvida fica sobre a outra relação: quem era o cara da casa de vidro? A-Rod?
J-Lo se esquivou e disse à Rolling Stone que a sequência da casa de vidro era uma metáfora dos “traumas do passado”, e não sobre um dos ex em especial. Não convenceu.
Igualmente não nos convence com esse projeto pessoal de 20 milhões de dólares. Desnecessariamente íntimo, completamente previsível, ele é visualmente deslumbrante, mas só vale pela curiosidade. Quando acaba, é um alívio…
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