Cada país tem seu “Oscar”, o nosso é o “Grande Otelo”, mas tem o “Oscarito” do Festival de Gramado também. No Reino Unido, é o BAFTA, que é a sigla de British Academy Film Awards. Quem hoje, 18 de fevereiro de 2024, anuncia os vencedores, em Londres.
O ‘peso’ do BAFTA é discutível, mas como o intercâmbio entre os países onde o Inglês é o idioma principal é grande, com estrelas britânicas, canadenses e australianas trabalhando no mercado americano, não pode ser descartado. São frequentemente “as mesmas” do Emmy e do Oscar, mas com maior destaque que nos Estados Unidos (claro).


O BAFTA foi criado quase 20 anos depois do Oscar, em 1947, logo após o fim da 2ª Grande Guerra Mundial e um período de ‘ouro’ do cinema mundial. Seu prestígio não era significativo para o mundo até recentemente, pois nem sempre refletia os mesmos indicados ou vencedores de outros prêmios. Inclusive, originalmente a cerimônia acontecia em abril ou maio, períodos de temperatura mais amena em Londres, mas desde 2001 passou para fevereiro para propositalmente preceder a festa americana.
Embora tenha categorias bem diferentes dos outros prêmios, como selecionar ‘revelações’ locais, um dos problemas que vejo na cerimônia do BAFTA, também televisionada, é seguir o formato da festa americana com um âncora tendo a obrigação de fazer tiradas divertidas, mas educadas, com a platéia. Considerando que é um prêmio onde a Monarquia está presente – Príncipe William e Kate Middleton são patronos e por isso são esperados a comparecer – é um potencial de constrangimento passivo agressivo anunciado.
Não é exatamente culpa dos artistas que a Família Real esteja tão exposta em uma crise íntima que rola em público (é paradoxal, sabemos), mas igualmente é tenso e constrangedor ver que artistas se acham na necessidade de fazer piadas com o assunto. De Brad Pitt via Margot Robbie aos apresentadores, claro. Os tabloides fazem a festa.


O âncora de hoje é o divertido David Tennant. Em tese, menos arriscado que Rebel Wilson, por exemplo. No passado o papel foi desempenhado por atores ou jornalistas, de Vivien Leigh, em 1956 (na primeira festa televisionada) a Stephen Fry ou David Frost. A ver o que vai rolar daqui a pouco no palco do Royal Albert Hall.
Entre os indicados do 77º BAFTAs, estão os favoritos do – sim, você sabe – Oscar, incluindo Cillian Murphy e Christopher Nolan, claro. Como os votos da Academia americana não encerraram, vencer dá prestígio e também força para decisão. Vamos acompanhar, não é?
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