A Chorus Line foi um fenômeno quando estreou na Broadway, em 1975. Com música de Marvin Hamlish e direção de Michael Bennett, ganhou todos os prêmios mais importantes do ano, incluindo Pullitzer e Tony (levou 9 das 12 indicações), bateu recordes e correu o mundo. A produção brasileira tinha uma desconhecida e jovem Claudia Raia no elenco.
A história é relativamente simples: artistas passam pelo extenuante processo de seleção de elenco para um musical, onde só há oito vagas para uma posição de grupo (linha do coro): 4 homens e 4 mulheres. Começamos com mais de 20 candidatos, 16 são selecionados para a parte final do teste, conduzido pelo coreógrafo, Zach.

Com todos enfileirados e numerados, Zach começa a entrevistar um por um, para que nos contem a razão de gostarem de dançar. Em um processo delicioso começamos com um grupo, passamos a ver cada um com solista para justamente nos despedirmos da companhia como um conjunto. Cada música é mais emocionante que a outra, é uma delícia.
No entanto, em 1985, quando premiado diretor Richard Attenbrorough levou A Chorus Line para o cinema, foi um fracasso. A química do palco não foi transportada para o filme, numa sucessão de cenas clipadas e sem artistas carismáticos nos envolvendo. Por isso quando Ryan Murphy anunciou que transformaria o musical em uma série da Netflix, muitos torceram o nariz. Eu não!
A notícia foi divulgada há 5 anos e o status ainda é de pré-produção, mas há uma diferença crucial do projeto. Não é o musical, mas como ele nasceu e chegou aos palcos. Isso mesmo, é a adaptação do livro de 1990, On the Line: The Creation of “A Chorus Line”. Sim, deve ser fascinante.

A ideia da peça veio obviamente da vivência dos criadores no ambiente competitivo dos musicais, usando como base para o roteiro uma série de discussões gravadas com os dançarinos, num formato que é o que vemos no palco. No livro, acompanhamos os 19 artistas do elenco original contam como se envolveram no projeto e trabalharam durante meses até sua estreia.
Ryan Murphy é hoje o showrunner mais versátil em atividade e já fez terror, comédia e musical, vai tirar de letra resgatar A Chorus Line para as novas gerações. Serão 10 episódios e ainda não há notícias de elenco, mas a proposta de Ryan é a de usar e abusar da meta linguagem, com entrevistas e fitas do diretor orinal da peça, Michael Bennett como base. Sim, as canções mais clássicas – At the Ballet, One e What I Did For Love – estarão na série. Infelizmente ela só deve estrear em 2025, com muita chance de ser até depois. Não dá gatilho de ansiedade?
Descubra mais sobre
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.
