Emoções e motivações em Xógun

Em seu mais emocionante e redondo episódio até o momento, as mulheres de Xógun tomam o palco e entendemos o jogo de outra forma, com tanta surpresa que é – até o momento – o melhor episódio da série até o momento. E o próximo promete!

No passado, a rivalidade velada de duas mulheres

Mariko explicou à Blackthorne que as mulheres japonesas são como Vinícius de Morais uma vez definiu em Testamento sobre as mulheres e os homens que julgam seus donos: “o mais das vezes ela anda longe perdida num mundo lírico e confuso, cheio de canções, aventura e magia e você nem sequer toca a sua alma”. No caso, como ela explicou, elas apreciam o distanciamento para jamais mostrarem suas emoções e conseguirem se resguardar em silêncio. E planejar.

Em um importante flashback, todo jogo ganha nova perspectiva. Há 20 anos, Lady Ochiba e Mariko eram melhores amigas, alheias aos problemas que as cercam. Isso porque Ochiba era filha do senhor da guerra Kuroda, e Mariko a de um dos seus generais de maior confiança, Akechi Jinsai. Já cientes do que Akechi fez no passado (Mariko contou para Blackthorne), tudo ganha outra luz antes mesmo de acontecer.

Buntaro, claramente enamorado de Mariko, é escolhido para ser seu marido, mas ela é indiferente a ele. Quando o pai dela trai e assassina Kuroda, as vidas de todos mudam os rumos e de forma inesperada. Não foi a morte do Taikō que provocou a crise em Xógun, mas a “traição” do pai de Mariko. Não acredito que Toranaga não tenha lido Ochiba, mas se o tiver feito, será o único. Ótima atriz, é uma víbora com sede de vingança. Vamos combinar que parece merecer!

Primeiro, a morte de Kuroda leva à ascensão do Taikō ao poder, mesmo com o general – também o melhor amigo de Toranaga – pague o preço. Kuroda era cruel e corrupto e sua morte deixa Ochiba vulnerável, sendo forçada, mesmo jovem, a se casar com o velho Taikō, para dar a ele o herdeiro que não conseguia com a esposa. É nojento, é revoltante. Mas Ochiba não trai suas emoções.

É sua sede por vingança que a fez se unir a Ishido para para garantir que seu filho – o herdeiro legítimo – chegue ao poder. Eles colocam fogo nas propriedades de Toranaga, prendem suas esposas e o substituem no conselho. Tudo conduzido por Ochiba via Ishido. A guerra é inevitável.

Apenas Mariko e Blackthorne acham que ninguém sacou a deles

Como todos amantes apaixonados, apenas Mariko e Blackthorne não perceberam que TODOS sabem que há algo entre eles, mesmo que tenha sido uma única noite em segredo. O navegante britânico é recompensado por ter salvo Toranaga mais uma vez, agora no terremoto. Ele não quer e não gosta dos presentes, os demais invejam e ficam irritados. Ninguém está feliz.

Como almirante-chefe da região de Kanto, Blackthorne é o cara da hora. Entre os mais enciumados está justamente Buntaro, que depois de bater na esposa agora pede desculpas a Toranaga por seu comportamento. Ele abre o coração: Mariko sempre foi indiferente a ele, mas claramente tem uma conexão com o estrangeiro. A alternativa: Toronaga o demanda a ficar longe da esposa porque ela está trabalhando para ele. Não sei se terapeutas de casal concordariam com a alternativa…

E como Blackthorne anda tenso – Mariko está ostensivamente distante então fica ainda mais claro que houve algo entre eles – Toronaga decide que o inglês precisa de uma gueixa e que Mariko precisa acompanhá-lo. Juro, a terapia toronaga de casal é bem estrtanha.

A contratada para “aliviar” Blackthorne é justamente Kiku, o que gera ainda mais ciúme e inveja de Omi, filho de Toranaga. Astuta, Kiku deixa claro para Mariko que vai fazer o melhor para aliviar constrangimento claro da situação e com um discurso sensual que precisa ser traduzido, ela o faz, mas em vez de se juntar aos dois, deixa o casal passar a noite à sós. E é mais um sofrimento para ela.

A vingança pré-planejada

Há algo que na conversa com Toronaga, mais cedo, também interfere na narrativa. O xógun explica a ela que seu pai escolheu casá-la com Buntaro para que ela pudesse viver e vingá-lo. Essa revelação pode não salvar a união, mas aquece seu casamento mesmo tendo sido obrigada a testemunhar Blackthorne passar a noite com outra.

Em seguida vemos como Ochiba usa Ishido como peão: ele massacra o conselheiro Sugiyama e toda a sua família, e ele foi convencido por ela que foi Toranaga que ordenou que o pai de Mariko assassinasse seu pai. O ódio é dirigido aos dois com fervor.

O massacre de Sugiyama força a mão de Toranaga, que reluta, mas admite que é finalmente a hora de atacar. Será Céu Carmesim! Mesmo sem saber o que é, não há dúvida, teremos uma batalha na próxima semana. Quem pode esperar?


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