Minha afirmação vai soar confusa, mas, eventualmente fará sentido. A primeira Rhaenys (Eve Best) que conhecemos, a Rainha que nunca Foi de House of the Dragon, é a segunda. A que originou as descendentes ainda não conhecemos, talvez quando A Conquista de Aegon sair do papel a gente tenha nas telas a fascinante história da linda Rainha cujo trágico destino partiu o coração de seu marido/irmão. Não tão diferente do que veremos com a Rhaenys II na segunda temporada da série. Seja como for, é uma personagem relevante para comentarmos.

Rhaenys I: o amor da vida de Aegon, o conquistador

Houve apenas três Rhaenys ao longo da saga dos Targaryens, todas com fins trágicos, mas quem é a mais famosa delas, é justamente a “original”, a irmã mais jovem de Aegon, o Conquistador.

Como primeiro rei de Westeros unificado, Aegon elegeu suas duas irmãs como esposas, começando não apenas o incesto familiar mas a poligamia. Visenya, a mais velha, tinha uma relação pragmática com o marido, mas, segundo consta na HIstória, ele se casou com Rhaenys por paixão. Seja como for, era um trio unido e juntos conquistaran os Sete Reinos pelos Targaryen.

Rhaenys era conhecida por seu charme e senso diplomático aguçado, que contrastava com o comportamento severo e guerreiro de sua irmã Visenya. As duas se gostavam, até onde se sabe, mesmo que “concorrendo” na atenção e sucessão de Aegon. Mas a simpatia da caçula dos Targaryens era inegável: considerada bonita, também era bondosa, brincalhona, e impulsiva, apaixonada por música, dança e poesia. Só havia algo que amava ainda mais do que tudo e isso era voar ainda com Meraxes, seu dragão tão formidável como Balerion e Vhagar, montados por Aegon e Visenya respectivamente.

A conquista de Westeros e reinado com os irmãos

Rhaenys pessoalmente ajudou na conquista dobrando uma dúzia de casas em nome dos Targaryens, sendo que foi ela quem coroou o irmão. O único dos sete reinos que ainda se rebelava contra a unificação era Dorne e em breve eles ficariam lendários, em parte, por causa de Rhaenys.

Mas, em King’s Landing, eram as irmãs que cuidavam das decisões do Reino, e Rhaenys era famosa por defender as causas femininas e punir os abusos. Extremamente popular entre os vassalos e súditos, a Rainha trazia simpatia para Aegon I, importante para estabelecer a ordem. Ficou conhecida por arranjar casamentos entre casas distantes. Todos gostavam de Rhaenys, cuja popularidade foi eternizada com sua morte.

A preferência de Aegon I

Há uma frase famosa em Westeros que alega que Aegon passou dez noites com Rhaenys para cada noite que passou com Visenya. E isso não era apenas pela beleza da irmã. Havia a compatibilidade de personalidade e muitos alegavam que sua alegria era mais do que contagiante. ajudava muito na conexão emocional mais profunda com o marido/irmão.

Também influenciava o fato que Aegon e Rhaenys compartilhavam interesses por exploração e aventura e que a ajuda na conquista de Westero tenha sido tão relevante. Os dois tiveram um filho, Aenys, que por ter sido o primeiro, era o sucessor.

O mistério em Dorne

Ao contrário dos outros reinos de Westeros, Dorne resistiu à conquista inicial de Aegon e isso foi fatal para Rhaenys I.

Em sua primeira incursão ao local, ela sobrevoou e visitou várias cidades, ignorando os lanceiros dorneses na Passagem do Príncipe, mas em todas só encontrando os castelos vazios e apenas mulheres, crianças e velhos nas cidades. Em todos os lugares, os homens e senhores estavam ausentes. Quando finalmente chegou a Lançassolar, apenas Meria Martell, Princesa de Dorne, de oitenta anos, a aguardava. Meria disse a Rhaenys para informar Aegon que Dorne não lutaria nem se ajoelharia, e que nunca teria um rei. A ameaça parecia mais do que arrogante, apenas um delírio, por isso Rhaenys avisou à Meria que os Targaryen retornariam. Dessa forma, Dorne ficou como o único reino não conquistado.

Obviamente isso virou um problema e quase uma obsessão para os três irmãos e os conflitos eram esperados, com Rhaenys pagando o pior dos preços. Os Targaryens realmente voltaram, com Rhaenys e seu dragão Meraxes liderando batalhas. No entanto, os Dorneses, conhecidos pela sua feroz independência e astúcia na guerra, resistiram. Eles empregaram táticas de guerrilha, recusando-se a travar uma batalha direta e escondendo-se nas fortalezas do terreno montanhoso.

Em um dos vôos com Meraxes, o dragão foi atingido no olho por uma flecha de escorpião e na queda, tanto Rhaenys quanto Meraxes morreram. E aqui se criou um dos maiores mistérios de toda a saga.

O corpo de Rhaenys nunca tenha sido devolvido aos Targaryen, adicionando uma camada de mistério e tragédia à sua morte. Aegon ficou profundamente afetado e buscou vingança, tendo que desistir pois nem a fúria submeteu Dorne. Há rumores de que Rhaenys não morreu imediatamente, mas que foi cruelmente torturada por anos, até não resistir mais.

Os detalhes das torturas são assustadores e a lenda só fica maior pois quando anos depois Dorne se aliou à Aegon, efetivamente sendo o sétimo reino sob comando Targaryen mas o único que não foi conquistado ou se rendeu, foi sussurrado no ouvido de Aegon o que houve com a sua esposa favorita. O rei ficou extremamente abalado e jamais contou para ninguém o que foi revelado, aceitando os termos de Dorne e encerrando o conflito.

A morte de Rhaenys marcou um ponto significativo na conquista Targaryen, pois finalizou a unificação de Westeros sob o governo Targaryen e mas ressaltou a vulnerabilidade dos dragões e seus cavaleiros, apesar de seu grande poder.

A maldição de Rhaenys

Curiosamente, com tantas repetições de nomes entre os Targaryens e Rhaenys tendo sido tão inspiradora, é curioso que exista apenas três ao longo de tantos séculos. Há Rhaenys II, que se casou com Corlys Velaryon (Steve Touissant) e que apoiou Rhaenyra (Emma D’Arcy) na Dança dos Dragões, e há a pequena Rhaenys III, filha de Rhaegar e Elia Martell, brutalmente assassinada ainda criança sob as ordens de Tywin Lannister, no final da Rebelião de Robert, um dos grandes conflitos em Game of Thrones. Sua morte é frequentemente citada como um dos muitos eventos trágicos que catalisaram os conflitos complexos e sangrentos que se seguem na série da MAX.

Cada uma das três Rhaenys influenciou os eventos de seus respectivos tempos, sendo que as duas primeiras mais diretamente. A morte de Rhaenys I mostrou a força de Dorne, a de Rhaenys II, que desempenhou um papel direto em uma guerra civil, influenciando significativamente o cenário político. E o impacto da morte da jovem Rhaenys III foi mais simbólico, mas influenciou alianças e gerou mais conflitos.

As duas Rhaenys mais velhas representam os temas do poder, do legado e das consequências da guerra, elementos importantes de toda Saga das As Crônicas de Gelo e Fogo, assim como Fogo e Sangue, enquanto a pequena princesa simbolizou a inocência perdida e o custo humano dos conflitos políticos.

Por conta dessa triste coincidência, alguns sugerem que a escassez de Rhaenys na linhagem Targaryen comprovaria uma maldição ao nome. Será?

A segunda Rhaenys será marcante na 2ª temporada de House of the Dragon

Sabemos que Rhaenys Targaryen era a sucessora natural ao Trono de Ferro e que foi a misoginia liderada por seu avô, Jaehaerys I, que encontrou vários subterfúgios para não passar a Coroa para ela, que gerou o “apelido” de A Rainha que Nunca Existiu.

Eve Best está criando uma Rhaenys lendária, tão forte e carismática como a descrita por George R. R. Martin e como sabemos, terá uma despedida épica e triste. Todas as imagens da temporada circulam na batalha de Rook’s Nest e podemos esperar um dos momentos mais icônicos de toda saga marcando a despedida de Rhaenys II.

A especulação sobre quem dará vida à Rhaenys I na série da MAX

Ao anunciar que está trabalhando em A Conquista de Aegon como um dos spin-offs que seguirão House of the Dragon, as redes sociais começaram o jogo favorito de tentar antecipar quem poderia interpretar Rhaenys I, embora estejamos pelo menos a uns dois a três anos de poder começar a pensar nisso.

A minha favorita é Freya Allan, de The Witcher e Planeta dos Macacos, mas a mais popular entre os fãs é Anya Taylor-Joy, seguida de perto por Florence Pugh e Emma Corrin.

Seja quem for, será um papel para criar uma estrela. Digna da lenda de Rhaenys Targaryen.

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