Franklin conseguiu o impossível: fazer de uma aula de História, cheia de nomes, viradas políticas e a etapa “burocrática” o processo de independência dos Estados Unidos uma série divertida e interessante mesmo para estrangeiros? E de quem é o mérito? Michael Douglas, claro.

Olhando para Michael ninguém imediatamente o consideraria para interpretar Benjamin Franklin, mas sua experiência de tantos anos como produtor e ator não pode ser subestimada. A série cobre os oito anos e meio que o inventor e diplomata americano passou em Paris, negociando os termos e condições para oficializar os Estados Unidos da América como um país autônomo e reconhecido como tal internacionalmente.

Não vale entrar em argumentações de como esse processo é complexo, a série se propõe a transformar esse longo, delicado e até perigoso processo em uma história com romance, risos, medos e surpresas. Consegue.
Há muitas coisas jogadas sem contexto ou conclusão? Sim. Foi possível entender tudo o tempo todo? Para estrangeiro, não. Mas nos deixou curiosos e engajados. E certamente essa era a meta criativa.
Os dois últimos episódios entraram nos bastidores dolorosos da política internacional, com traições de todos os lados e uma dura negociação de termos que eram inflexíveis para todas as partes interessadas. E não nos deixou bocejar em nenhum momento.
Todo o elenco, bilíngue, deu grandes atuações. Michael Douglas até parece menor perto deles, mas seu carisma foi essencial para segurar toda a aura em torno de Franklin. Há liberdades criativas, como deixar claro que ele sabia o tempo todo quem o traía e como. Historiadores divergem sobre isso, mas fez sentido como Franklin coloca.
O uso da trilha sonora pesou um tanto na hora da assinatura do documento e a viagem final de Benjamin Franklin de volta ao país que criou. Mas nos dá uma sensação de conclusão, o que tem sido tão raro em todas as séries hoje em dia! Vale conferir.
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