Ela era linda. Ela era talentosa. Ela era tudo. Aos 80 anos, o ícone da música pop francesa, Françoise Hardy, se despediu de nós em 11 de junho de 2024. Nos últimos seis anos de sua vida, ela lutou pelo direito de eutanásia porque na sua luta contra o câncer, Françoise dizia que a radiação a deixou com dores imensas e temia que uma morte natural traria “ainda mais sofrimento físico”. É portanto ainda mais emocionante que não tenham divulgado imediatamente a causa de sua despedida.
Conhecida por suas letras melancólicas e existenciais, seu violão e voz suave, a cantora ganhou destaque nos anos 60 e se tornou uma das artistas mais célebres da França. Eu nasci e cresci ao som de sua voz, influenciada pela sua facilidade de cantar sentimentos profundos com letras e melodias aparentemente simples, por sua sinceridade e, claro, sua elegância.
Em 2018, Françoise foi diagnosticada com um tumor no ouvido e em seguida, diagnosticada com câncer linfático. Os anos de radiação e imunoterapia causaram imensa dor, dificultando a deglutição. Sem conseguir nem falar, foi obrigada a parar de cantar. Por isso, mesmo incomodando a muitos, saiu à frente de querer o suicídio assistido. “Não cabe aos médicos atender a cada pedido, mas sim abreviar o sofrimento desnecessário de uma doença incurável a partir do momento em que ela se torna insuportável”, dizia.
Em 1962, uma jovem Françoise Hardy estourou mundialmente com a pequena valsa Tous les garçons et les filles. Ao lado dos The Beatles e Rolling Stones, esteve na vanguarda do fenômeno pop do yé-yé, e rapidamente virou meio que uma das musas do movimento. Na moda inspirava designers como Paco Rabane, no cinema, Jean-Luc Godard e na música chegou a gravar com Blur e Air, entre bandas recentes dos anos 1990s.
Françoise foi casada com o músico Jacques Dutronc, com quem teve seu único filho, Thomas. Em seu último álbum, Personne d’autre, de 2018 ela gravou o que vejo como sua música de adeus: Le Large.
E amanhã tudo ficará bem, tudo estará longe
Lá no final, quando eu embarquei
Tudo estará longe, me dê sua mão
Lá no final, quando eu embarquei
Fico aliviada que a alma dela tenha encontrado sua Paz. Sentirei sua falta, mas fico feliz de ter conhecido sua Arte.
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