Se você não é E.T. e consome Cultura Pop, sabe de Carrie Bradshaw e a série Sex and the City, que foi ao ar de 1998 a 2004 na HBO (hoje MAX). Interpretada pela atriz Sarah Jessica Parker, Carrie Bradshaw é colunista e escritora que mora na cidade de Nova York e escreve uma coluna semanal chamada “Sex and the City”, que explora as complexidades dos relacionamentos, do amor e da vida moderna na cidade.

Conhecida por seu senso de moda, muitas vezes usando roupas e sapatos de grife de alta qualidade, principalmente Manolo Blahniks, Carrie frequentemente navega em sua vida romântica, amizades e carreira expondo e questionando costumes culturais que vão do sexo, ao amor e à política, nem sempre nessa ordem.
Sex and The City foi inicialmente baseada em um livro da jornalista Candace Bushnell onde seu alter ego – Carrie Bradshaw (mantendo suas iniciais) investiga seu relacionamento com suas três melhores amigas – Charlotte York, Miranda Hobbes e Samantha Jones – enquanto elas discutem suas vidas, relacionamentos e experiências em Nova York. Publicado em 1996, o livro é uma coleção de ensaios baseados na coluna que Bushnell escrevia para o jornal The New York Observer, um conteúdo que traz uma visão do estilo de vida e das relações amorosas de um grupo de mulheres solteiras em Nova York durante a década de 1990.
A série deu início a uma franquia de sucesso, fez de todo elenco estrelas famosas, em particular Sarah Jessica Parker, que, inicialmente, estava receosa quanto à proposta. Hoje ELA é quem é mais acossiada à personagem de Carrie e, assim como ela, frequentemente vista como um ícone fashion. Cheia de falhas, a colunista é uma referência feminina para várias gerações, ainda popular mesmo mais de 25 anos depois.

O impacto de Carrie: a representação feminina dos anos 2000
Ao longo dos anos 1990s e início dos anos 2000s, Carrie passou a ser um emblema das mulheres solteiras urbanas e modernas, abordando questões como namoro, compromisso e identidade. Seu relacionamento intermitente e tóxico com Mr. Big, um rico empresário, é um enredo recorrente ao longo da série e nos filmes subsequentes. Sem surpresa, Carrie se tornou um ícone da cultura popular, representando os desafios e alegrias da vida de solteira em uma grande cidade.
Em parte, Carrie, Charlotte, Miranda e Samantha ofereceram uma representação multifacetada de mulheres independentes, cada uma com suas próprias ambições, desafios e conquistas. A série trouxe à tona discussões sobre sexualidade, carreira, amizade e amor sob a perspectiva feminina, algo ainda incomum no final dos anos 1990s.

Cada uma das mulheres reforçava traços femininos comuns: o romantismo de Charlotte, a neurose de Carrie, a praticidade de Miranda e a ousadia sexual de Samantha fez do quarteto inspiração, referência e muita discussão.
Nenhuma imperfeição foi poupada, desde o narcisismo de Carrie ao criticismo de Miranda, o que humanizava cada uma delas. Ao longo da série, todas passaram por transformações profundas, com arcos emotivos e emocionantes, chegando ao spin off And Just Like That para abordar as vidas delas depois dos 60 anos (menos Samantha, mas por conta da saída de Kim Cattrall do elenco).

O que Sex and the City contribuiu para a Cultura Pop
Além de trazer uma agenda de restaurantes, bares, shows e lugares para visitar em Nova York, Sex And The City – através de Carrie – também inovava na Moda e Comportamento.
Carrie Bradshaw ainda é frequentemente lembrada por seu estilo icônico e ousado, criando tendências de moda para o público em geral, transformando a série numa vitrine para designers e marcas, citados nominalmente e no caso de alguns, até aparecendo em episódios. Tudo feito de forma divertida, criando uma expectativa a cada temporada. Por conta da obsessão da protagonista por sapatos, por exemplo, Manolo Blahnik se tornou lendário. E o icônico “vestido tutu” que Carrie usa na abertura da série se tornou um símbolo da moda dos anos 90 e 2000.


A narrativa da 1ª pessoa
Como colunista de um jornal, Carrie narra a série com suas reflexões e questionamentos sobre relacionamentos e a vida na cidade de Nova York, destacando uma escrita introspectiva e muitas vezes poética, que adiciona uma camada de profundidade à série, permitindo aos espectadores conectar-se emocionalmente com suas experiências.
Em geral a fórmula funcionava com a questão central sendo colocada com várias vertentes e Carrie perguntando “Eu não pude deixar de me perguntar” e fechando com um “E assim mesmo”. Funcionava tanto que muitos, como eu, estranharam a mudança em And Just Like That que não tem mais a condução em Off da personagem.
O impacto de Sex and the City no mundo
Hoje a febre de Sex and the City está reduzida, mas foi um fenômeno cultural mundial. A série abordou temas que eram, na época, considerados tabu, como a independência financeira das mulheres, a liberdade sexual, e as complexidades dos relacionamentos modernos. Com isso, abriu espaço para diálogos mais abertos sobre esses assuntos na mídia e na sociedade.
Mas talvez o mais importante seja a quinta personagem de Sex and the City que é a “cidade” do título: Nova York. A série também funciona como uma carta de amor à Manhattan, destacando sua vibrante vida noturna, restaurantes, e a diversidade cultural da cidade, com o estilo de vida cosmopolita de Carrie se tornando um símbolo da mulher moderna e urbana aspirado por muitas melhores ao redor do mundo. Com isso, inegavelmente Carrie Bradshaw e Sex and the City deixaram um legado duradouro na cultura pop ao desafiar normas sociais, celebrar a independência feminina e influenciar o mundo da moda. Por isso mesmo, atemporal.

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