Reivindicação de Aegon II Targaryen: Legitimidade e Apoio Político dos Verdes

Se já não percebeu a tendência de MiscelAnas em discutir House of the Dragon já fica o aviso: serão oito semanas obsessivas enquanto estiver no ar e mais algumas pós conclusão antecipando a já confirmada terceira temporada.

A estreia da segunda parte da história ganhou todo o apoio da MAX, mundialmente, a ponto de até incomodar mais do que encorajar. Não me importa. E se algo ficou claro é que se o público escolheu torcer pelos pretos, legitimando Rhaenyra (Emma D’Arcy) como Rainha de Westeros, a plataforma via showrunners parece tender fortemente pelos Verdes de Aegon II (Tom Glynn-Carney).

House of the Dragon, a prequela de Game of Thrones, apresenta um cenário político complexo com várias facções disputando o poder, sendo que os “verdes” são uma delas, a que apoia principalmente a reivindicação de Aegon II Targaryen ao Trono de Ferro.

No livro Fogo e Sangue há pouca dúvida de que foi um golpe de estado, liderada por homens que eram defensores de uma espécie de lei salica, na qual uma mulher não poderia herdar a Coroa. Eles aceitaram a indicação de Viserys I (Paddy Considine) por Rhaenyra apenas porque ela afastava Daemon Targaryen (Matt Smith) da sucessão. Todos contavam – como aconteceu – que o Rei voltasse a se casar e tivesse pelo menos UM herdeiro homem, e ele gerou três com Alicent Hightower (Olivia Cooke). Portanto, na primeira temporada, acompanhamos todos os impasses e problemas que a decisão de Viserys de manter Rhaenyra como futura rainha foi gerando vários problemas.

O curioso para os fãs, até a surpresa, é que a série claramente veio traçando sua narrativa para fortalecer a causa dos Verdes. Se em Game of Thrones a história era menos tendenciosa, claro que muitos torciam pelos Starks, mas a havia (e há até hoje) os que defendiam a restauração Targaryen, em House of the Dragon há menos “perfeição” na herdeira e menos malícia entre os Hightowers. Melhor dizendo, havia malícia em Otto Hightower (Rhys Iphans), mas nem tanto em Alicent, que, genuinamente, deturpa ou lê diferentemente os fatos, mas de forma um tanto plausível.

Por exemplo, há efetivamente Legitimidade na reivindicação de Aegon. De acordo com as leis e costumes tradicionais de sucessão Targaryen, um herdeiro homem geralmente tem precedência sobre uma herdeira mulher e como Aegon II era o filho mais velho do rei Viserys I, poderia ser visto como o herdeiro legítimo.

O que ia contra ele? O fato de que publicamente Viserys anunciou Rhaenyra como sucessora e fez todas as Casas a jurarem fidelidade à ela. A princesa era ainda jovem e única na época, mas, mesmo com várias oportunidades e pressões para que a ordem sucessória fosse mudada, o rei permaneceu até o fim dos dias firme em mantê-la como futura Rainha. Como principal articulador de tudo, Otto foi direcionando a política silenciosamente nos bastidores, sem contar com o apoio ou até conhecimento de Alicent.

Com isso, os Verdes têm o apoio de casas influentes e de figuras políticas importantes. Notavelmente, os Hightowers, uma das famílias mais poderosas, apoiam a reivindicação de Aegon. Esta aliança fortalece significativamente a sua posição porque, além disso, indiscutivelmente, apoiar um herdeiro homem pode ser visto como uma forma de manter a estabilidade e a continuidade no reino, uma vez que segue uma tradição de longa data. Isto poderia reduzir potenciais conflitos e lutas pelo poder.

Rhaenyra, ao contrário de Aegon II, foi treinada pessoalmente por Viserys para a posição enquanto seu meio-irmão viveu uma trajetória de “proteção” materna e do avô, mas, sem poder ser abertamente considerado o sucessor, indiferente às políticas internas ou externas. Mesmo assim, por ser homem, para muitos, era o único sucessor possível.

O papel da Rainha Alicent Hightower, mãe de Aegon, é crucial para todo drama. No livro, é uma mulher forte e influente que trabalha incansavelmente para garantir a ascensão de seu filho. A sua dedicação e manobras políticas destacam as capacidades estratégicas dos Verdes. Na série, no entanto, Alicent é uma mulher complexa.

Educada para obedecer cegamente aos comandos paternos, ela era amiga de infância de Rhaenyra, mas por conta da ambição de seu pai, é dragada para o “jogo feio” do Poder. Induzida a um casamento de conveniência com o viúvo Viserys, ela tinha um marido atencioso e carinhoso, mas que nunca foi apaixonado por ela. Como sua confidente, ela sabia das incertezas do marido, algo que os showrunners usam para justificar muitas de suas decisões.

Como mãe, Alicent está longe de ser exemplar e é até indiferente aos filhos. No entanto, ela protege sua prole, incluindo Aegon II. Apesar de suas falhas, ele poderia ser moldado em um líder capaz com a orientação e o apoio corretos de seus conselheiros e aliados, trazendo unidade e força à dinastia Targaryen. Porém, deixado à parte, é cheio de vícios, é inconsequente, inseguro e até cruel. Tem tudo para ser uma espécie de Joffrey Baratheon, mais do que um Ramsay Bolton.Sem isenção de ser um antagonista, por mais trágica que seja sua história.

Central na guerra civil conhecida como a Dança dos Dragões, que ocorre cerca de 200 anos antes dos eventos de Game of Thrones, ele desafia sua meia-irmã pelo Trono de Ferro após a morte de seu pai, Viserys I.

Arrogante e impetuoso, vemos que foi coroado rei contra a vontade de seu pai, que havia nomeado Rhaenyra como sua herdeira, mas cujas palavras sem sentido foram entendidas por Alicent como uma afirmação do contrário. A série deixa em aberto o fato de que Aegon II é usurpador e que só é considerado Rei porque seus apoiadores acreditam que um homem deve governar em vez de uma mulher. Com a confusão feita por Alicent, ele passa a acreditar em sua “missão” e tudo piora por causa disso.

Aegon II tomou várias decisões controversas ao longo de seu reinado. Por exemplo, ele foi responsável por atos de brutalidade e vingança, incluindo a execução de prisioneiros e a destruição de propriedades de seus inimigos. A morte de muitos dragões, que eram símbolos de poder da Casa Targaryen, a guerra também enfraqueceu a família a deixando vulnerável a futuras rebeliões e conflitos.

Uma passagem que ilustra bem a complexidade de Aegon II é a descrição de sua coroação no livro, reforçada pelas imagens da série: inicialmente ele hesita, mas depois aceita o trono, impulsionado por aqueles ao seu redor e pelo desejo de poder. Sua história é um exemplo de como a luta pelo poder pode levar à tragédia e à devastação.

O reencontramos já convencido que ele é verdadeiramente o Rei dos Sete Reinos e quem for contra sua posição, deve morrer. Mesmo humanizando os verdes, os showrunners de House of the Dragon não conseguiram convencer aos “puristas” a revisar sua posição. Depois de ver o 1º episódio da 2ª temporada: você torce pelos verdes ou pelos pretos?

Se mudou de opinião, é culpa da MAX!


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1 comentário Adicione o seu

  1. Avatar de Andreza Andreza disse:

    Sou team Rhaenyra até o fim!

    Curtido por 1 pessoa

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