Ficamos dois anos afastados de Westeros, mas só se passaram duas semanas desde que Aegon II usurpou o trono e Aemond acidentalmente mantou Lucaerys. Rhaenyra, naturalmente, está devastada em busca dos restos mortais de seu filho e a Guerra, mesmo inevitável, ainda está no compasso de espera. Homens estão frustrados, as mulheres angustiadas.

House of the Dragon está de volta para se afastar da sombra de Game of Thrones. Eu diria que já conseguiu.
Como estão os Sete Reinos em meio ao conflito familiar
Para grande parte do público, mesmo com a mão da MAX pesando à favor dos Verdes, escolher um lado é fácil, mas em Westeros, sob ameaça de dragões, nem tanto. As Casas ainda estão se definindo, uma a uma, num passo que irrita o afoito Daemon Targaryen tanto quanto seus sobrinhos-inimigos. O que sabemos é que a economia está em crise, o povo sem comida ou segurança, quase indiferente a que Targaryen está no Trono.

Com um ritmo acertado, House of the Dragon apresenta alguns novos personagens, cita outros mas ainda está presa à estratégia política que irritou os que queriam ação. Tudo será amarrado e é relevante mostrar a preocupação do Mestre das Moedas, Ser Tyland Lannister, que está preocupado com a inexperiência do Rei assim como qualquer falta de influência sobre ele. Em resumo: todos têm que escolher um lado e muitos ainda não cantaram com quem lutarão.
Os Pretos: o luto de Rhaenyra no caminho
Em Dragonstone a tensão é contagiante. Rhaenyra está há duas semanas só na busca dos restos mortais do filho e com isso sem agir. Para Daemon a resposta de tudo estaria em matar Otto Hightower, Alicent e os filhos. Sem misericórdia e por isso ressente a todos sem exceção.
Apontando os dedos para todos que poderiam ter resolvido o drama antes dele ter começado, o que custou a vida de seu enteado, parece mais que Daemon está com mais raiva de não ser escutado do que propriamente sentindo a morte de Luke. “Um filho por um filho”, ele repete. E vai conseguir o que tanto quer.

Abrir o episódio com o tema dos Starks, passar por Winterfell e ir para a Muralha só não emociona quem é feito de aço. Cregan Stark com o sotaque nortenho me deu saudade de Jon Snow! A passagem de Jacaerys pelo Norte é curta porque ele recebe a notícia da morte do irmão. Só sabemos que já esteve com Jeyne Arryn e sua missão é bem sucedida para os Pretos. Me parece que não há razão para prolongar a estadia no Norte e com isso a parte de Sara Snow ou será cortada ou trazida de volta de outra forma.
Ser Corlys Velaryon ainda está se recuperando da quase-morte e fraqueja quando pensa em Luke, seu neto querido. Há algo estranho entre ele e Alyn of Hull, que o salvou, mas ainda não entramos em detalhes qual seja a ligação.

Daemon consegue capturar Mysaria, que estava em fuga. Mal se diria que um dia ele quis se casar com ela: são frios e agressivos entre si. Daemon confronta a ex-amante por ter sido agente dupla e trabalhado para Otto, mas a futura Mestre dos Sussuros garante que não é parte do Time Verde, apenas sabe identificar quando é um bom negócio. Assim como consegue Daemon.

Quando Rhaenyra pede a cabeça de Aemond, Daemon dá cambalhotas de felicidade. Em sua agilidade, conta com a ajuda de Mysaria para contratar Sangue e Queijo. A ordem é simples: matar Aemond na resposta de “um filho por um filho” e os assassinos adaptam o plano. Falarei mais à frente.
Todos dão show no episódio, mas, mais em particular Emma D’Arcy cujo sofrimento sem palavras é potente. Ela quer vingança, mas, acima de tudo, reinar.
Embora a série mude detalhes importantes do livro, incluindo a docilidade de Rhaenyra, a personagem agora já está abrindo a leitura que a definiu como ressentida e insegura no livro. E Matt Smith nasceu para interpretar Daemon, é perfeito.

Rhaenys está exausta, mas é a única que entende Rhaenyra e seu apoio tem sido emocionante. Eve Best vai roubar a temporada.
O sombrio lado dos Verdes: arrogância e hipocrisia
Muita coisa mudou em duas semanas da morte de Viserys I, ao contrário dos Pretos.
Os Verdes estão “seguros” com o golpe, mas desafinados entre si sobre como seguir em frente. A morte de Luke, diferentemente do livro, não provocou quase nenhum reação por parte deles, é como se fosse apenas “menos um” que só gera uma chateação, se tanto.

Aegon, que nunca foi treinado para reinar, só dá bola fora. Ele reluta a obedecer ao avô mas ainda escuta sua mãe, Alicent. Ele nem esquentou o trono e quer ser melhor com o filho: mesmo com 4 anos, quer treinar Jahaerys.
Otto está mais transparente em sua “liderança” e desagradando a todos. Curiosamente descobrimos que foi Ser Larys Strong quem plantou a queda da Mão do Rei, não o futuro Mão, Ser Criston Cole.

Falando nele, agora que é viúva Alicent embarcou em um romance com o Chefe da Guarda que é tudo menos secreto. Estou feliz por ela ter finalmente algum prazer, mas claro que se sente culpada. Engraçado é que com Alicent não há sugestões de largar tudo para vender laranja, né? O pior é que talvez Alicent topasse.
E tivemos Sangue e Queijo
O episódio fechou, como esperado, com o traumático evento da morte do pequeno Jaehaerys. Fiel ao livro, mas menos gráfico do que o esperado, é um dos incidentes mais tristes de toda saga e com as mudanças feitas (incluindo Alicent estar com Cole e não com a filha) achei que perdeu o efeito dramático. Efeito GOT?
Enfim, tivemos mais um ato de má comunicação conduzindo o conflito, com “um filho por um filho”. E vem muito mais…
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