A França perdeu em menos de duas semanas dois ícones dos anos 1960s: primeiro, Françoise Hardy, aos 80 anos, e agora a atriz Anouk Aimée, aos 92.
Anouk virou estrela internacional em 1966 com o clássico Um Homem e Uma Mulher, um enorme sucesso no Festival de Cannes e ganhou uma continuação 20 anos depois. Por esse papel, merecidamente, a francesa chegou a ser indicada ao Oscar como Melhor Atriz.
Antes da consagração no filme de Claude Lelouch, Anouk já tinha estrelado La Dolce Vita e 8 ½, ambos de Federico Fellini. Em todos os filmes sua imagem sexy e misteriosa foi estabelecida de forma irreversível, mas foi o papel da jovem viúva emocionalmente relutante que se apaixona por um piloto de corrida viúvo, interpretado por Jean-Louis Trintignant, que ficou o mais conhecido, ainda mais pela inesquecível trilha sonora de Francis Lai.
Mesmo com o prestígio que abriria as portas de Hollywood, Anouk escolheu ficar na Europa, fazendo apenas pequenas participações (se tanto) em produções americanas, com exceção do filme Justine, de 1969, dirigido por George Cukor, que foi abertamente negativa para ambos.
Nascida como Nicole Françoise Sorya Dreyfus em Paris, Anouk era filha de atores franceses, Henri Dreyfus e (que assinava artisticamente como “Henry Murray”) e Geneviève Sorya. Ela adotou o nome artístico (Anouk) de seu primeiro papel como atriz, aos 13 anos, adicionando a Aimée (amada em francês) como sobrenome, por sugestão de Jacques Prévert.
A carreira de Anouk Aimée foi longeva: trabalhou até os 80 anos. Do lado pessoal, sabemos que foi casada quatro vezes, sendo que teve uma filha com o segundo marido, o roteirista e diretor de cinema Nikos Papatakis e foi casada por oito anos com o ator britânico Albert Finney. Na época de Um Homem e Uma Mulher era casada com o músico Pierre Barouh, que assinou a versão francesa de Samba da Benção e que entrou na trilha do filme.
Sua filha, Manuela, anunciou sua morte sem revelar a causa. Uma pena, mas aos poucos o cinema vai perdendo suas estrelas.
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