A quarta temporada de Only Murders in the Building deixa ainda mais desconfortável a falta de fé que quem titulou a série tinha quando precisou achar o nome. A premissa de três vizinhos, fãs de podcasts de true crime (uma febre) que se unem para solucionar um assassinato no próprio prédio, criando um podcast amador, não precisava ter sido tão restrita ao endereço ou cidade.
Colocar Steve Martin e Martin Short ao lado de Selena Gomez não era garantia de sucesso, claro, mas obviamente na chance de dar certo – como deu – agora eles estão presos ao Arconia para poder justificar o nome da série e isso está colocando eles para baixo. Primeiro, como sempre digo, mesmo em Nova York ter quatro mortes em um mesmo prédio destruiria o valor imobiliário do endereço e seria extremamente implausível que se repetisse na mesma frequência. Mas ok, segurou as duas primeiras e na terceira, já saindo para um teatro na Broadway, colocaram o ator assassinado (Paul Rudd) sublocando o apartamento do Sting. A quarta tem outro crime no mesmo prédio, a dublê e amiga de Charles, Sazz Pataki (Jane Lynch), mas nosso trio de podcasters primeiro vai parar em Hollywood! Mas tem que voltar ao Arconia para resolver mais um crime.


Olha, sair de Upper West Side até o Theatre District fez sentido. Sair de Nova York para Los Angeles já parece um tanto complexo. Mais ainda, é ver um sem fim de comediantes entrando para o elenco. A trama é a seguinte: ao tentar descobrir se queriam matar Sazz ou Charles, os três vão até Los Angeles, onde um estúdio de Hollywood está preparando um filme sobre o podcast. Será uma temporada que prometem ser “épica”.
Como fã apaixonada, me preocupo porque mesmo que seja o prenúncio do fim, queria a alma da série protegida. Teremos três atores – Zach Galifianakis, Eugene Levy, e Eva Longoria – interpretando nosso trio principal, ou seja, o dobro de piadas internas e “homenagens” mútuas. Se não bastassem teremos Melissa McCarthy como a irmã de Steve Martin, cuja solidão era implícita de ser um homem sem família: de onde ela surge? E nunca vi Melissa ser coadjuvante, vai crescer e fazer da série mais um veículo dela, o que seria legal se não fosse uma série sem precisar de Melissa.

Já reencontrar Meryl Streep (SPOILER, teremos um casamento!) e os vizinhos do Arconia é bacana, faz sentido, mas dejá vu. Faltam poucos dias para decifrar. Será que vou morder a minha língua?
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