Anéis do Poder: Reviravoltas na Trama e Potencial de Melhora

Passei uma primeira temporada de Anéis do Poder reclamando de tudo: atuação, roteiro, ritmo. Como fã da trilogia de Senhor dos Anéis e de vários conteúdos de fantasia, a super produção da Amazon Prime Video – para mim – foi problemática na melhor das hipóteses e um erro como regra.

A escolha de colocar uma Galadriel linda, mas com uma atriz fraca (Morfydd Clark) é ainda o ponto de desalinho da série, é impossível ter empatia por ela ou torcer para nossa heroína, sempre autocentrada, arrogante e simplesmente irritante. Nem na volta foi possível reverter essa narrativa: toda vez que ela está em cena podemos ter certeza que vamos torcer por Sauron (Charlie Vickers) em vez dos elfos. Garanto que você sente o mesmo.

Dito tudo isso, fiquei surpresa de ter gostado muito do passo atrás dado pelos roteiristas que aproveitaram a volta para alinhar as várias tramas de forma que tudo fique compreensível. A trama tem uma proposta simples – Sauron vai criar um único anel para governar sobre todos – mas de caminhos complexos (são vários povos, tramas e subtramas) até lá e apostar em narrativa não linear não ajuda aos leigos. Então, depois de um recap simples e direto, finalmente vemos por que Adar (interpretado aqui por Sam Hazeldine, substituindo Joseph Mawle da 1ª temporada) julgou ter matado Sauron e como o ser do mal conseguiu voltar meio como um Venom das Terras Médias e enganar a todos, sobretudo a obstinada Galadriel.

A história está agora cercada no plano de Sauron de “se entregar” a Adar, que não o reconheceu no 1º confronto na temporada passada, criando mais confusão para a gente. O fato é que Sauron tinha literalmente outra aparência – uma porta para a aparição inesperada e bem-vinda de Jack Lowden, nosso querido River Cartwright de Slow Horses, numa ponta de meros minutos – assim como nosso próprio Adar! hahha Agora sério, A mudança de Adar não é mencionada, mas a de Sauron ganhou o prólogo que o mostra como jovem ambicioso (Lowden) e que é atacado por Adar, dado como morto, mas como um ser meio Voldemort, meio Venom, meio Drácula, retomou a forma humana aos poucos, deixou os homens que o salvaram morrerem afogados (antes roubando o brasão que confundiu Galadriel que o tinha como Rei dos humanos) e finalmente está a um passo de conseguir dominar o mundo, já com a cara que o conhecemos antes.

Todo esse caminhar até onde a história segue foi rápido e bem alinhado, finalmente Sauron faz algum sentido para a gente agora. Ele soube que poderia voltar à Mordor sem risco quando Adar não o reconheceu, portanto o jogo dele agora é duplo.

Entre os Elfos, Galadriel segue em sua aventura egóica e desestruturada para destruir Sauron, mas Elrond (Robert Aramayo) duvida não apenas de sua habilidade, mas mais ainda de sua isenção em toda proposta, questionando se Sauron já não a manipulou desde o início.

Portanto, há uma promessa significativa de melhora na história. Vou ainda verificar os outros dois episódios disponíveis. Será que mudo de opinião?


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