Angelina Jolie: “Maria” é para os fãs de Callas

“Honestamente, para mim, a barreira para saber se fui bem o suficiente, são os fãs da Maria Callas. E aqueles que amam ópera. Tinha medo seria desapontá-los “, Angelina Jolie falou em Veneza sobre a óbvia campanha de seu nome para o Oscar de Melhor Atriz por Maria. “Então, é claro, se há uma resposta ao trabalho, eu sou muito agradecida, mas no meu coração, não queria desapontar as pessoas que amam ela [Maria Callas], que também significa muito para mim, assim como seu legado”falou sorrindo.

Desde que foi anunciada como a musa de Pablo Larraín para mais uma biografia de uma mulher importante do século 20, já sabíamos que haveria uma campanha a favor da atriz para que seja indicada pela terceira vez ao Oscar (já tem um de Melhor Atriz Coadjuvante). Considerando como Larraín é preciso na direção de filmes intimistas, conseguindo nos convencer que Kristen Stewart poderia ser uma ótima Diana Spencer já assegurava que poderíamos confiar em Angelina como Maria Callas. “A maneira como me relacionei com ela, talvez uma surpresa, foi provavelmente a parte dela que é extremamente suave e não tem espaço no mundo para ser tão suave quanto ela realmente era — tão emocionalmente aberta quanto ela realmente era… Eu compartilho sua vulnerabilidade mais do que qualquer coisa,” ela avaliou na première do filme.

Eleger atrizes nada obvias para o papel tem sido uma assinatura do diretor chileno e a própria Angelina brincou que seu gosto musical sempre foi o rock punk e nem tanto a música clássica ou a ópera. “Eu era mais punk. Eu amava todo tipo de música, mas provavelmente ouvia The Clash mais do que a maioria, e conforme fui ficando mais velha, incluí música clássica, ópera. Acho que ainda tem algo que eu amo na mesma música que eu amava quando era mais jovem”, brincou.

A Netflix anunciou que pelo menos nos Estados Unidos terá os direitos do filme e isso significa que fará campanha pela atriz nas premiações futuras. E sim, que o filme que é independente e de Arte será efetivamente visto. No Brasil ainda não sabemos quem tem os os direitos…

Os críticos não poupam os elegios. “Angelina Jolie deslumbra como a diva da ópera em sua melhor performance em uma década”, declara o The Telegraph. “Este filme biográfico, que foca na última semana da vida da soprano, dobra o glamour inato de Jolie e o eleva a extremos régios”.

“Angelina Jolie faz uma performance que define sua carreira como uma diva de ópera assombrada”, diz o The Independent.

“Garota, Ressucitada”, a Time Out faz como trocadilho do filme que rendeu o Oscar à Angelina há 25 anos, Garota Interrompida. Segundo a revista, “é provável que [Maria] coloque Jolie na frente e no centro da corrida do Oscar também”, dando nada menos do que quatro estrelas.

Já a The Hollywood Reporter se rasga em elogios técnicos (fotografia, figurino, trilha sonora), fala muito bem do filme mas se esquiva em definir o que achou mesmo de Angelina Jolie como Maria Callas.

“O filme é como uma joia brilhante em uma vitrine de vidro, convidando você a olhar, mas não a tocar”, diz a crítica. “Isso não significa que não seja envolvente ou que a interpretação tecnicamente precisa de Jolie não seja impressionante. Mas há uma meta colisão entre uma estrela cuja celebridade há muito eclipsou suas realizações de atuação, tornando quase impossível para ela desaparecer em um personagem, e um sujeito que construiu uma persona imperiosa para si mesma, atuando mesmo quando não estava em um palco”, comenta.

A Variety também é morna: “Angelina Jolie tem comando como Maria Callas no drama luxuoso, mas excessivamente fatalista de Pablo Larraín“, é a manchete. No texto, diz que “Jolie faz um trabalho extraordinário de dublagem para as nuances do esplendor vocal de Callas. A performance é, de muitas maneiras, muito boa. Desde o momento em que ela aparece na tela, ela captura nossa atenção, interpretando Maria como uma mulher de artimanhas que é imperiosa, misteriosa, fundindo a força vital de uma diva genial com o fogo emocional depressivo de uma femme fatale”, descreve o crítico. “Jolie, pela primeira vez em anos, lembra que ela pode ser uma atriz mortalmente séria de sutileza e poder comandantes. No entanto, eu gostaria que Larraín e seu roteirista, Steven Knight (Jackie), tivessem encontrado uma vulnerabilidade maior na Maria que está no fim de sua paciência.

Ainda não conferi o filme, mas admito que estarei sempre no time-Angelina. Sua vida pessoal tomou proporções gigantescas nos últimos anos e ousou a se indispor com o queridinho do mercado, Brad Pitt, um péssimo ator que só tem carisma a seu favor e que sem nenhuma vergonha ou consideração se empenhou em destruir a credibilidade de sua ex. Ele, que surpreendentemente para mim tem um Oscar de Ator Coadjuvante ( o outro, de produtor, tem meu respeito mas lembro que foi um filme realizado quando ele ainda estava casado com Angelina), é o que pode bloquear a chance dela de fazer esse grande retorno.

Acho que os críticos americanos não estão separando Angelina de Maria, sendo que Maria Callas nunca foi uma figura unânime. Queria a indicação, mesmo com chances remotas de vitória. Se puder, insistirei como puder para influenciar o algoritmo. Maria Callas merece assim como Angelina Jolie. Tomara que o machismo dê uma folga em Hollywood…


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