A Música Versátil de Bear McCreary: Orquestra, Rock e Imaginação

O nome do compositor Bear McCreary desponta em séries e filmes que podem provocar encontros imaginários de Sauron e Catarina de Médici, assim como Zumbis, Soldados e “Outlanders”. Premiado e requisitado, Bear está à frente de trilhas sonoras icônicas, como The Walking Dead, Outlander, A Rainha Serpente e Anéis do Poder, para citar poucos títulos. E se você acompanha pelo menos duas delas é testemunha que ele nunca se repete.

Filho da escritora Laura Kalpakian e do professor Jay McCreary, Bear revelou talento e conexão com a música desde cedo, seguindo ps passos de seu irmão, Brendan. Tendo estudado piano e acordeon, Bear sempre quis compor trilhas sonoras e na faculdade foi pupilo do lendário Elmer Bernstein, com quem reconstruiu a trilha sonora de Kings of Sun, de 1963.

Estreando sob essa tutela de peso, sem surpresa o caminho para o sucesso estava assegurado. O primeiro trabalho como autor veio com a série cult Battlestar Galactica, em 2003, que estabeleceu Bear McCreary imediatamente como um nome a se acompanhar. Nesse projeto, Bear estava inicialmente abaixo de Richard Gibb, mas quando o músico deixou a série, ele assumiu o desafio sozinho e ficou no time até a conclusão, em 2009. O sucesso foi astronomico e com isso propostas não pararam mais de aparecer.

Fãs de quadrinhos e clássicos da literatura, assim como Games, Bear McCreary rapidamente musicou o imaginário de muitas gerações poissua música pode ser escutada em séries de ação, drama, fantasia ou suspense. Como esquecer o tema de The Walking Dead ou do game God of War?

O que é destaque na música de Bear McCreary é mesclar orquestra e rock, sem jamais se repetir. Sua trilha incidental de A Rainha Serpente foi crucial para sustentar a conclusão da segunda temporada em uma nota alta.

Mas de todos os trabalhos mais recentes, o que o mais o empolga é mesmo assinar a trilha de Anéis do Poder. “Sempre gosto de encontrar o som que significa aquele projeto”, ele explicou em uma entrevista há alguns anos.

Um dos grandes desafios aqui é que a música premiada de Howard Shore faz uma grande sombra sobre qualquer novo tema, e McCreary ainda estava na faculdade quando a trilogia estava nos cinemas. Como grande fã de O Senhor dos Anéis (leu o livro ainda jovem) ele vibrou quando foi contratado para criar a música para a série até porque já tinha uma ideia da trilha sonora que escreveria.

Mas, mesmo com toda experiência que citamos, incluindo prêmios e elogios, quando sentou para planejar, o compositor se viu com o maior desafio de sua carreira. Para a primeira temporada, foram quase duas horas e meia de música e ele levou mais de um ano trabalhando nela. Seu tratamento foi considerar tudo um queba-cabeças para o qual adicionou novas peças.


“Não só havia o legado do trabalho icônico de Howard Shore, mas também temos protagonistas e personagens principais em seis culturas diferentes”, ele explicou à Esquire em 2022. “Cada uma dessas culturas diferentes — os Harfoots, os Elfos, os Anões, os Homens Baixos, os Homens Altos e os Orcs — exigia um estilo único de música, instrumentos, e traços musicais”.

Em 2024, não é necessariamente nenhuma trilha sonora que tem ocupado o músico, mas sim o lançamento de seu álbum conceitual solo: The Singularity, que conta com as participações de Slash, Serj Tankian, Rufus Wainwright, Corey Taylor, Jens Kidman, Joe Satriani, Scott Ian, Brendon Small, Steve Bartek, e John Avila. É onde, ele explica, pode usar sua imaginação de forma completa.

E suas influências? Vejam suas 12 trilhas sonoras favoritas:

Conan, o Bárbaro (1982), de Basil Poledouris
Batman: The Animated Series (1992-1995), de Shirley Walker
Gremlins 2: The New Batch (1990), de Jerry Goldsmith
Star Trek: The Motion Picture (1979), de Jerry Goldsmith
Edward Mãos de Tesoura (1990), de Danny Elfman
Spirited Away (2001), de Joe Hisaishi
Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca (1980), de John Williams
Psicose (1960), de Bernard Herrmann
A Missão (1986), de Ennio Morricone
O Sol é para Todos (1962), de Elmer Bernstein
Braveheart (1995), de James Horner
De Volta para o Futuro (1985), de Alan Silvestri

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