Tom Bombadil: Uma leveza bem-vinda em Anéis do Poder

Eu vou blasfemar e aguentar a reação negativa: só gosto da narrativa de Sauron em Rings of Power. Isildur me irrita porque sei que vai cortar o anel, mas não vai desfazer dele quando puder. Já sei que Sauron vai dominar a Terra-Média por um tempo e será derrotado por Elfos e Homens em uma grande aliança. Há muito pouco para me motivar a acompanhar como surgiram os Hobbits ou o drama dos anões. Mas sou simplista. Eu sei. E a ausência total de Sauron nesse quarto episódio foi muito sentida por mim.

Os puristas, no entanto estão celebrando porque finalmente entrou o ignorado Tom Bombadil, que Peter Jackson se desculpou de ter eliminado das trilogias. Vejam: Bombadil saiu porque Jackson chegou à conclusão que, mesmo interessante, ele não avançava um passo da longa jornada de Frodo para destruir o anel. Não vejo, portanto, motivo para tanta festa de vê-lo aqui. Simpático, diferente, bla bla bla, mas justamente por ser imune aos efeitos usados por Sauron, ele provavelmente vai ajudar pouco aqui. Não?

O quarto episódio foi um pouco menos denso que os três primeiros, graças à Bombadil. No mais, tem os Ents (que sempre achei chatos) com Theo sendo reencontrado por Arondir, Isildur e Estrid justamente com esses seres da natureza. Eles sempre estão se queixando dos Orcs e as mutilações às florestas, uma causa digna, mas arrastada como a fala e passo deles. Eles se opõe à Adar, claro.

Por dever sua liberdade ao Arondir, Theo está um pouco melhor com ele. Isildur está se encantando por Estrid, que é forçada a confessar ter sido marcada por Adar e aparentemente se redime e está mesmo do lado deles.

Longe dali, sem surpresa Galadriel tem dificuldade em se ajustar ao seu papel como subordinada de Elrond. Como ela é chata! Fica minando a liderança do amigo, inserindo receio em todos e falando de visões de ataque. Claro que a emboscada é real e os elfos acabam lutando contra um bando de zumbis, os Barrow-wights: os remanescentes esguios e fantasmagóricos da realeza morta enterrada nas Barrow-down que só podem ser mortos pelas lâminas com as quais foram enterrados. Ao fim do embate, Galadriel se oferece para enfrentar Adar e seu exército orc, deixando seu anel com Elrond. Seus companheiros acreditam que Galadriel heroicamente pretende salvá-los, mas um Elrond amargurado não tem tanta certeza. “Ela fez isso para salvar o anel”, ele rosna. Isso mesmo, Elrond. Galadriel é incapaz de não pensar em outro que não em si mesma.

Na vertente da história longe dali, Nori e Poppy sobrevivem à mais uma magia sem controle do Estranho e conhecem um jovem chamado Nobody que as leva até os harfoot, que vivem em uma pequena comunidade esculpida nas rochas do deserto. Toda essa parte da série é para mostrar como eram os ancestrais dos Hobbits antes de migrarem para o Condado.

E o que realmente contou no episódio 4 da temporada dois foi a chegada de Tom Bombadil, um sujeito jovial e sem idade que vive na floresta com sua esposa, perto de uma árvore mal-humorada chamada Old Man Willow. Uma grande oportunidade para o sempre simpático Rory Kinnear agora se mostrar em um papel mais animado.

Em sua conversa com o Estranho, Anéis do Poder tem finalmente uma leveza bem-vinda. A música, o fato de que Bombadil está sempre cantando e que ele finalmente pode ajudar ao Estranho, ensinando um pouco sobre a natureza da magia e alertando sobre uma potencial aliança entre Sauron e o Mago das Trevas.

Não ficou com a sensação de que demos um passo muito pequeno? Sim, tenho certeza que sim porque essa é a dinâmica de Tolkien nas telas. O que é destaque, mais uma vez, são as canções que Bear McCreary introduziu no universo da série porque elas são extremamente relevantes para o autor da história. Os créditos trazem Old Tom Bombadil cantada por Rufus Wainwright. Sim, a chegada de Tom é bem vinda!


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