É inegável que seja por cansaço, falta de opção ou ajuste de roteiro, Anéis do Poder está melhor na 2ª temporada, com uma 3ª em desenvolvimento. Infelizmente o erro fatal na escolha e desenvolvimento de Galadriel, com uma extremamente fraca Morffyd Clark em um papel onde trouxe agressividade e arrogância (provavelmente no roteiro) e que não conecta com a gente. Sou um disco arranhado, sei, mas ela ainda me irrita bastante. E não me convence.

Dito isso, sou mais para o segmento sombrio de Anéis do Poder do que o lado ensolarado que teve mais destaque na semana passada. Aqui o desenvolvimento das artimanhas políticas e o trabalho de Sauron de criar os anéis é obviamente o mais interessante. As terras fadadas à destruição – Númenor e Khazad-dum – geram angústia porque sabemos seu destino, mas são as mais importantes da saga.

Basicamente, se precisarmos resumir em poucas linhas, está fácil para Sauron. Os anéis distribuídos para os Anões já estão com a má intenção incluída pelo vilão e os efeitos são óbvios. A inevitabilidade da desgraça é o que torna tudo ainda mais triste. Entre os humanos, covardia, má comunicação, ressentimento, inveja, traição e violência, faça sua escolha. Ainda sem anéis os Homens já sinalizam que serão os últimos a ter alguma contribuição para a Paz na Terra Média. Depois de estar entre eles e ter identificado cada falha, Sauron só precisa convencer Celebrimbor a ceder para fazer os nove anéis, o que tem sido um tantinho mais desafiador. E Galadriel? Graças a Deus teve menos espaço e agora foi “pega” por Adar e uma proposta de uma aliança entre elfos e orcs. Chegaremos lá.

O dramalhão dos ancestrais de Aragorn está cada vez mais exagerado. Sem visão física, Miriel jogou a toalha. e parece disposta a deixar Pharazon reinar. Elendil é contra (e sabemos seu destino), mas aceita contrariado, acolhendo o pedido da ex-Rainha de seguir porque “nem toda batalha deve ser travada para ser vencida”. O destino final não é Númenor, que vai cair. É ter um líder nobre. Meia palavra basta, não?

Sem desconfiar que Ilsildur está vivo, Elendil tem que engolir o mau caráter e covarde Kemen, filho de Pharazon, que conta com o apoio de ninguém menos que a filha de Elendil. Pois é, mesmo com Miriel cedendo e Elendil obedecendo, os vilões querem sangue. Isso tudo sem os anéis, quando eles vierem…

Em Khazad-dum, o Rei Durin III usa seu novo anel para “encontrar a luz”, o que é positivo, mas imediatamente após já começa a imaginar as maneiras como o anel pode enriquecê-lo. Seu filho, Durin IV, parece imune ao desejo de usar o anel ou às bajulações de Annatar/Sauron. Ele entende claramente o que está acontecendo e se preocupa, sem conseguir impedir nada.

Durin questiona Celebrimbor sobre a influência maligna do anel, mas é tarde, Não apenas o anel já está controlando seu pai como Annatar sabe manipular Celebrimbor, dando uma aula de gaslight e convencendo ao Elfo que as idéias vieram dele mesmo.

Vamos dar crédito à Celebrimbor: ele tenta, mas o mal conhece nossas falhas melhor do que nós mesmos e Annatar já foi e voltou enquanto o Elgo ainda se sente confuso. Toda essa parte é a mais importante de todas na saga porque mostra a verdade da lenda entre os elfos de que Sauron – disfarçado – convenceu um dos elfos mais respeitados a forjar os anéis contaminados do poder: três para elfos, sete para anões, nove para homens. E foi assim que aconteceu.

Gil-Galad começa a ter visões do mal que cresce na Terra Média e com a ajuda de Elrond, faz planos para resgatar Celebrimbor, porém a sempre anti-união Galadriel já está agindo solo, claro. Gil-Galad questiona se os Elfos conseguem quebrar a aliança de Adar e Sauron, sem saber que essa união é apenas no papel. Adar, que captura Galadriel, revela que prefere derrotar Sauron do que se juntar a ele, portanto ele propõe a inimaginável junção de Orcs e Elfos para um objetivo comum. Por conta do livro, já se sabe o que vai acontecer em Eregion, mas como chegaremos lá está sendo ainda desenhado. É, claro, o mais interessante da série!

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