O escândalo do “surto” de P. Diddy

Depois dos escândalos de Jeffrey Epstein e Harvey Weinstein que expuseram a exploração sexual de mulheres por homens poderosos, chegamos em 2024 com MAIS UM caso criminoso tão ofensivo que é preciso se recuperar e distanciar para avaliar o que está acontecendo em Hollywood. Agora quem é alvo de um processo que pode levá-lo à prisão perpétua é ninguém menos do que o bilionário e celebridade Sean Combs, conhecido como P. Diddy, que foi preso essa semana e que aguarda as negiciações para aguardar julgamento em prisão domiciliar. As acusações do FBI definem o rapper-produtor-ator como o chefe de um “empreendimento criminoso” que inclui tráfico sexual e conspiração para extorsão.

O magnata do hip-hop se diz inocente das acusações, mas as provas – que incluem vídeos feitos e guardados por ele mesmo – parecem provar o contrário. Ele, que construiu uma carreira como um dos maiores nomes da música, sempre flertou com o crime. Em 2000, quando eu morava em Nova York, o entrevistei meses depois de ter sido investgado e preso foi preso pelo NYPD em dezembro de 1999 e acusado de porte de arma de fogo após um tiroteio em uma boate de Manhattan. O evento no qual estive presente, ele estava doanco computadores para uma escola no Harlem e a criançada presente parecia estar diante de Deus quando ele entrou na sala. Fiquei chocada pela influência que ele já exercia há quase 25 anos. Ele só ficou mais poderoso desde então.

As orgias e atitudes criminosas organizadas ou lideradas por P. Diddy eram aparentemente famosas e ennvolvendo muita gente graúda do mundo do entretenimento, mas ele estava inatingível. Ou se sentia assim até que, em 2023, uma série de processos civis que o acusava de agressão sexual e outras alegações de má conduta sexual vieram a público e ele, assim como seus negócios, passaram a ser investigados pelo FBI.

Basicamente, tudo começou a desansadar em 16 de novembro de 2023, quando sua ex-namorada, Cassie Ventura, o acusou de má conduta sexual e abuso durante o tempo em que estavam juntos. Em menos de 24h o músico fez um acordo financeiro com ela, mas ainda teve que lidar com outros processos semelhantes que começaram a pipocar contra ele. Obviamente que ele negava tudo, mas decidiu que as redes sociais seriam sua melhor plataforma e postou que estava sendo vítima de mentiras e extorsões.

“JÁ CHEGA”, ele escreveu. “Alegações repugnantes foram feitas contra mim por indivíduos que buscam um pagamento rápido. Deixe-me ser absolutamente claro: eu não fiz nenhuma das coisas horríveis que estão sendo alegadas. Vou lutar pelo meu nome, minha família e pela verdade.”

Em outras palavras, ao desafiar a verdade, Diddy só deu o chute para a avalanche. A pressão cresceu tanto que em 25 de março, o FBI invadiu as casas do magnata da música em Los Angeles e Miami, para buscar provas. O que encontraram é mais do que suficiente para colocá-lo atrás das grades para sempre, é o que parece.

Armas ilegais, vídeos, drogas e mais de mil garrafas de lubrificantes… os detalhes são de deixar qualquer um de boca aberta. A promotoria quer provar que ele é o mentor de uma empresa criminosa em expansão desde pelo menos 2008 e que se envolveu em sequestros, trabalho forçado, incêndio criminoso e suborno. Há provas físicas e testemunhas para essas acusações.

As orgias eram apelidadas por P. Diddy como “freak offs” eram “performances altamente orquestradas de atividade sexual” em hotéis e outros locais que eram abastecidas por drogas e podiam durar dias. As mulheres forçadas a participar, eram drogadas à força, para que ficassem “obedientes” e coagidas a participar de sexo com prostitutas, algumas das quais eram transportadas através das fronteiras estaduais. Segundo o relato, ele assistia a esses eventos, às vezes enquanto se masturbava e gravava vídeos. Esses registros, dizem as autoridades, eram usadas como garantia para manter uma cultura de silêncio e obediência.

Os abusos físicos e ameaças até de morte eram outra alternativa para manter as mulheres caladas. Ele controlava onde elas estavam, ditava como se vestiam e monitorava informações médicas, além de fornecer drogas.

Mas a curva mais significativa no caso foi quando em maio de 2024, a CNN publicou imagens de vigilância de um hotel, feitas em 2016 e onde se vê o rapper agredindo fisicamente e chutando Cassie como ela o acusou no processo. Vemos P. Diddy a agarrando e a jogando no chão, chutando-a duas vezes e começando a arrastá-la pelo corredor pelo moletom e levando sua bolsa. As imagens são chocantes.

Depois disso, também nas redes sociais, ele pediu desculpas. “É tão difícil refletir sobre os momentos mais sombrios da sua vida, mas às vezes você tem que fazer isso”, ele disse. “Cheguei ao fundo do poço — mas não dou desculpas. Meu comportamento naquele vídeo é indesculpável. Assumo total responsabilidade por minhas ações naquele vídeo. Estou enojado. Fiquei enojado na época quando fiz isso. Estou enojado agora.”

Depois disso, mais cinco mulheres entraram com ações alegando agressão sexual, e três outros processos incluíam acusações de má conduta sexual. Uma das mulheres não identificadas no processo diz que foi “traficada sexualmente” e “estuprada em grupo” por Combs, pelo ex-presidente da Bad Boy Records, Harve Pierre, e outro indivíduo em 2003, quando ela tinha apenas 17 anos. Ele caminha assustadoramente para transformar o conto de horror de Epstein como um conto da carochinha e isso é apavorante.

A história está apenas começando. Diddy foi foi preso em Manhattan em 16 de setembro de 2024, após uma acusação do grande júri, no dia seguinte a acusação foi feita publicamente, e a fiança bilionária, negada. Assi, ele fica atrás das grades até seu julgamento. E nós, obviamente, vamos acompanhar.


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