Desvendando os Mistérios de Agatha Desde Sempre

A delícia de ter uma antagonista liderando a história é que ao mantê-la essencialmente má, além de coerente, fica divertido. Agatha Harkness (Kathryn Hahn) tem suas motivações para ser quem é, mas o caminho traçado a fez ser falsa, narcisista, arrogante e atenta.

A jornada para recuperar seus Poderes não precisa estar sem risadas justamente por isso e é o que o terceiro episódio de Agatha Desde Sempre (Agatha All Along) comprova. Mesclando humor e terror, e mesmo com apenas 9 episódios já tivemos o primeiro julgamento! Com consequências aparentemente trágicas. Voltemos no tempo para contextualizar.

Para ter um mapa da aventura da série, é preciso observar a letra da canção que abre o portal, a espetacular A Balada da Estrada das Bruxas. Ela espelha tudo que vai acontecer e os episódios têm títulos tirados dela. Abrimos com Procuras a estrada (Seekest thou the road), passamos para Círculo costurado com o destino Destranca teu portão oculto(Circle sewn with fate Unlock thy hidden gate), os dois primeiros episódios que trouxeram Agatha Harkness (Kathryn Hahn) ainda como Agnes e presa à magia da Scarlett Witch (Elizabeth Olsen) e conseguindo recuperar a consciência de quem realmente é.

Sem seus Poderes, ela tem que traçar “a estrada das Bruxas” porque ao final dela pode receber o mais quer, que é, claro, os Poderes. Como não pode ir sozinha, precisa de um conciliábulo para, como diz a letra “costurar o destino” e “destrancar o portão”.

Com isso, chegamos a Por muitas milhas de truques e provações (Through Many Miles Of Tricks and Trials) que alerta que terão testes complexos para que possam avançar. O episódio, aterrorizador em alguns momentos, mostra justamente isso. Todos terão encarar seus piores medos e traumas e superá-los, algo tão fácil de dizer e difícil de fazer.

Agatha, sempre malandra, se mantém dúbia diante de cada etapa. Ela é a líder, mas não tem a moral para ter seguidoras e as bruxas avançam os primeiros passos se desentendendo e se provocando. Claramente Agatha sabe mais do que fala, tanto que alega que considerou obvio – porque está na. canção – mas não devem se afastar da estrada porque é mais arriscado dar um passo fora dela. “Marchando sempre para a frente, ‘Sob o santuário arborizado, Eu não me desvio do caminho”, alerta a balada e claro que Sharon Davis, a Sra. Hart – que não é bruxa, mas foi “sequestrada” para formar o grupo – desconhece e desvia o caminho tentando voltar para Westview.

Com isso, o grupo é levado para uma casa onde são trancadas e encaram o primeiro teste. Pausa aqui para elogiar o fato de que, como continuação de Wanda/Vision, Agatha Desde Sempre (Agatha All Along) mantém a tradição de fazer citações de séries ou programas de TV com perfeição. Em um Mix de Big Little Lies e Desperate Housewives, temos a luminosidade de uma casa de praia contrastando com o oceano de emoções e escuridão que ameaça invadir. Daria para derivar muito, mas tentaremos manter o foco aqui. Séries brilhantes têm disso.

Ora, eu já estava sabendo que teríamos que nos despedir de alguém em algum momento porque a balada avisa: “Se alguém se for, nós seguimos Espírito como nosso guia” e confesso que estava angustiada com o teaser. Chegaremos lá.

O teste é o seguinte: todas têm que beber o vinho envenenado, preparar e tomar o antídoto em 45 minutos, mas claro que não é dito assim. Primeiro aparece o vinho, elas hesitam em tomar, mas Sharon, estressada, vira logo sua taça. Quando o cronômetro começa a contar, elas entendem que têm que beber também e apenas depois descobrem que está envenenado. Primeiro o rosto deforma e depois vêm as alucinações do que mais temem ou ressentem de suas vidas como bruxas.

A sempre golpista Agatha, tenta enganar a todas sem querer beber o vinho, mas acaba sendo forçada quando o antídoto só fica completa quando todas participam. Sua crueldade é clara em tudo, no egoísmo e no prazer de saber que precisam de sangue para a fórmula. “Quanto e de quem?”, ela pergunta empolgada.

Voltarei aos medos de cada uma das bruxas, mas o sangue era do adolescente ainda sem nome (Joe Locke) cuja magia de sigilo impede que as pessoas ouçam o seu nome. Todas acham que foi Agatha, mas ela avisa que “sigilos estão abaixo de mim”. O fato é que ele tem importância, senão não estaria sob sigilo. E como ele não bebeu o vinho (elas não deixam por ser menor de idade), é o seu sangue que completa o antídoto.

As bruxas escapam por pouco da casa invadida pela água, mas vencem o primeiro teste. O sacrifício fica na Sra. Hart, que mesmo resgatada morre afogada. Ou assim pensamos, lembremos da letra que seguirão um “espírito como guia”.

Para os fãs da Marvel, o episódio veio com grandes confirmações e revelações.

Primeiro, Jennifer Kale sugere que o filho de Agatha Harkness, Nicholas Scratch, se tornou um agente de Mephisto e essa menção levou os fãs à loucura. A minha tese é que Nicholas foi transformado no coelho Scratchie, mas a outra possibilidade citada na série é que ele “possa ser um demônio” e um “um agente de Mephisto”. Isso aconteceu porque ela teria feito a troca dele para ter acesso ao Darkhold. Em consequência, Agatha jamais “reconheceria seu próprio filho se ele aparecesse em sua porta” deixando no ar que o jovem possa ser ele.

A teoria mais aceita entre as redes é que na verdade o adolescente é Billy, um dos filhos da Feiticeira Escarlate, mas como ainda não foi revelado, seguimos com todas as pistas dadas. Essa não foi sutil.

Como vimos nos episódios 1 e 2, cada bruxa está com Agatha por razões que voltaram nesse primeiro teste. Alice Wu-Gulliver tentou deixar a morte de sua mãe para trás, que um homem tirou os poderes mágicos de Jennifer Kale, que Lilia Calderu está hesitante em usar sua magia e que Agatha se arrepende ter perdido seu filho. Por isso na alucinação vimos Alice vendo sua mãe sofrer na frente dela, Jennifer sendo afogada pelo homem que tirou sua magia e Lilia vendo a personificação da morte, assim como Agatha vendo o Darkhold no berço de um bebê. Foi pavoroso.

Nos separamos das bruxas agora em menor número, mas com mais desafios à frente. O título do próximo episódio ainda não foi divulgado, mas vale estudar a letra da Balada da Estrada das Bruxas. O que mais vêm à frente?

Procuras a estrada para
Tudo o que é sujo e belo
Reúne irmãs, fogo
Água, terra e ar
Hora mais escura, desperta teu poder
Terrestre e divino
Queima e fermenta com o verdadeiro coven
E a glória será tua

Descendo, descendo, descendo a estrada
Descendo a Estrada das Bruxas
Descendo, descendo, descendo a estrada
Descendo a Estrada das Bruxas
Descendo, descendo, descendo a estrada
Descendo a Estrada das Bruxas
Círculo costurado com o destino
Destranca teu portão oculto

Marchando sempre para a frente
‘Sob o santuário arborizado
Eu não me desvio do caminho
Eu seguro a mão da Morte na minha
Noite primitiva, dá visão
Familiar ao teu lado
Se alguém se for, nós seguimos
Espírito como nosso guia

Descendo, descendo, descendo a estrada
Descendo a Estrada das Bruxas (descendo a Estrada das Bruxas) Estrada)
Descendo, descendo, descendo a estrada (descendo a Estrada das Bruxas)
Descendo a Estrada das Bruxas (descendo a Estrada das Bruxas)
Descendo, descendo, descendo a estrada (descendo a Estrada das Bruxas)
Descendo a Estrada das Bruxas (descendo a Estrada das Bruxas)
Sangue, lágrimas e ossos
Donzela, Mãe, Anciã

A estrada é selvagem e perversa
Serpenteando pela floresta
Onde tudo o que é errado é certo
E tudo o que é ruim é bom
Por muitas milhas de truques e provações
Nós vagaremos alto e baixo
Domestique seus medos, uma porta aparece
Chegou a hora de ir

Descendo, descendo, descendo a estrada (descendo, descendo, descendo, descendo)
Descendo a Estrada das Bruxas (descendo a Estrada das Bruxas)
Descendo, descendo, descendo a estrada (descendo a Estrada das Bruxas)
Descendo a Estrada das Bruxas (descendo a Estrada das Bruxas)
Descendo, descendo, descendo a estrada (descendo a Estrada das Bruxas)
Descendo a Estrada das Bruxas (pela estrada das bruxas)
Siga-me, meu amigo
Para a glória no fim


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