‘The Killer’: A Releitura de John Woo e Seus Erros

Até essa refilmagem, respeitava a assinatura de John Woo em filmes de ação. Suas histórias e imagens sempre me pareceram dramáticas em excesso, mas funcionavam. Quarenta anos depois nem tanto. A cafonice não se sustenta com um fiapo de história que também piora com a falta de habilidade física de seus astros de nos convencerem nas cenas de ação: Nathalie Emmanuel (de Game of Thrones) e Omar Sy (de Lupin).

As histórias dos bastidores de The Killer são infinitamente mais interessantes do que a do filme. Primeiro, é um filme original de Woo ainda nos anos 1970s e virou um projeto que circulou em Hollywood desde 1989, pensado originalmente para Richard Gere e Nicolas Cage. Pois é, como chegamos à Nathalie e Omar trinta e cinco anos depois? Não importa, Nathalie sabemos que entrou depois que o atraso das gravações perdeu Lupita Nyong’o. Para ‘atualizar’ a história original, Zee passou a ser uma mulher, mas funcionou muito pouco.

Aqui temos a misteriosa assassina Zee (Emmanuel) que trabalha para uma organização comandada por Finn (Sam Worthington) que vacila completar o trabalho porque “só mata pessoas ruins” e um dos alvos é Jenn (Diana Silvers) que ela instintivamente percebe ser uma pessoa boa. Pressionada a eliminar a testemunha do crime, ela passa a tentar manter Jenn viva e tem que escapar de um astuto policial de Paris, Sey (Sy), que está na sua cola.

No jogo de gato e rato há mais reviravoltas – nenhuma que realmente nos envolva – todas para justificar o que deveriam ser incríveis cena de ação, vemos a dupla navegar pelas lindas imagens de Paris. Embora simpatize com Nathalie Emmanuel, ela é o elo fraco e que destrói a já precária chance do filme funcionar.

Como Roger Ebert menciona, The Killer parece um filme “sem tempero” e com “paixão drenada”. “Não há nada com que se importar aqui em termos de enredo, enquanto adições, como alguns flashbacks da história de origem de Zee, parecem sem entusiasmo e baratas”, ele descreve com perfeição. E concordo com ele em mais uma avaliação: é um filme “assistível, mas quase instantaneamente esquecível”. Bem diferente do que um dia um filme de John Woo já foi.


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