Quando as estrelas se alinham o mundo ganha algo especial. Quando o diretor Tim Pope encontrou Robert Smith, em 1982, os dois provavelmente não imaginavam o quanto seria determinante tanto para o The Cure como para o diretor. A essa altura, Pope já estava com alguns vídeos na sua filmografia mas seria com a banda inglesa que ele iria entrar para a História do rock e definir o visual dos anos 1980s.

Pope e Smith ainda colaboram hoje, em 2024, e fizeram mais de 37 vídeos para a banda (alguns deles os mais icônicos do grupo) e um filme. O primeiro, Let’s Go To Bed é bem humorado e cria a persona que hoje conhecemos do vocalista – o batom vermelho borrado, os olhos pintados de preto – e o impacto é indescritível. Cresci ouvindo as pessoas enaltecendo cada take e imagens criadas por Pope, desde as brincadeiras (Smith faz homenagem à namorada e futura esposa, Mary entre outros detalhes pessoais) e a partir daí era uma dobradinha obrigatória.
Quando o álbum Head on the Door foi lançado em 1985, The Cure já estava à caminho do super estrelato mundial, consolidado em 1987, com Kiss Kiss Kiss e até hoje, quase 40 anos depois, considero o vídeo de Inbetween Days nada menos do que genial. E ainda viriam Just Like Heaven, Lullaby, Lovesong, todos os que amamos até hoje.
A confiança que Robert Smith em Tim Pope é justificada, sem nenhuma dúvida. Tanto que foi ele que dirigiu o primeiro filme de show lançado formalmente pela banda em 1986, The Cure In Orange e também foi quem cuidou das gravações do Live In Hyde Park London, que marcou os 40 anos do The Cure.
Embora ainda não tenhamos visto os vídeos para Songs of A Lost World a grande aposta é que mais uma vez veremos um resultado Smith-Pope em algum momento. Tim foi um dos privilegiados que já tinha escutado o álbum completo antes dos mortais e ama o clima denso do material. No momento, porém, ele está trabalhando em um documentário sobre a banda, com acesso liberado ao “estoque enorme de filmes do próprio arquivo de Smith”. São nada menos do que cinquenta caixas de filme caseiro, fora fotos e depoimentos. O problema é que tudo está sendo feito “no ritmo de Robert Smith”, portanto sem previsão de ficar pronto.
Apesar de tantas décadas trabalhando juntos, é surpreendente que Tim não seja, como diz, amigo íntimo do músico.
“Acho que quando éramos muito mais jovens era muito mais divertido, porque é um pouco como se apaixonar pela primeira vez”, ele disse em uma entrevista à Esquire. “As pessoas sempre me perguntam se sou amigo de Robert. E eu não sou particularmente amigo. Temos um relacionamento muito amigável e muito afetuoso. Às vezes, sou uma das pessoas que diz o que penso para ele, e acho que ele gosta disso. Acho que às vezes o deixa desconfortável, mas direi se me sentir assim. Então, acho que temos um relacionamento muito saudável”, comentou.
Não importa, o que queremos são mais imagens icônicas, concordam?
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