Demi Moore: A Jornada de Uma Estrela que Transformou Hollywood e Inspirou Gerações

Demi Moore sempre foi símbolo de beleza em Hollywood e acompanhei sua trajetória famosa à estrela e à milionária e agora à “madura”. Embora reconhecesse seu destaque, ainda não tinha percebido que a história pessoal e profissional dela a colocam no patamar de lenda, e o fato de que isso é igualmente ignorado por muitos, ou era, diz muito sobre a atriz.

Estrela de alguns dos maiores sucessos de bilheterias do cinema (Ghost), Demi estrelou comédias românticas, aventuras, filmes de época e todos os filmes polêmicos dos anos 1990s. Era notícia por tudo: romances, negócios, sucessos e fracassos. Raspou o cabelo para um papel, foi a primeira atriz a ganhar doze milhões de dólares.

Sua coragem ao escolher papéis que desafiaram as convenções e a transformaram em um ícone da cultura pop. Enfrentou machismo, preconceito e agora é o rosto da reação ao etarismo. De “Meia”(brincadeira com seu nome, que, em francês quer dizer metade) ela não tem nada. E de Muito (seu sobrenome em inglês pode soar como a palavra “more”, que é mais) comprovam que paradoxos funcionam, ainda mais se tem o visual e a tenacidade como Demi Moore.

Nascida em Roswell, Novo México, em 1962, Demi teve uma infância foi marcada por instabilidade, incluindo mudanças frequentes e um ambiente familiar difícil. Ela teve que lidar com problemas de saúde desde jovem, incluindo uma condição ocular que exigiu cirurgias corretivas. Essa infância conturbada, sem grandes referências familiares de estabilidade, moldou uma personalidade resiliente e determinada.

Aos 16 anos, Moore saiu de casa e começou a trabalhar como modelo e, eventualmente, atriz. Ela conseguiu seus primeiros papéis em séries de TV e pequenas produções, até sua estreia de maior visibilidade na novela General Hospital. Foi nesse momento que Demi começou a atrair a atenção de produtores e diretores de Hollywood, que viam nela um potencial para papéis que exigiam uma presença forte e cativante na tela. Sua voz rouca e beleza inegável rapidamente a colocaram em posição de destaque.

O filme Blame It on Rio (1984), ao lado de Michael Caine, ajudou a impulsionar sua carreira, mesmo com um papel menor. Ela emendou a produção com O Primeiro ano do Resto de Nossas Vidas (St. Elmo’s Fire), em 1985, e realmente chamou a atenção da crítica e do público, integrando o “Brat Pack” — um grupo de jovens astros em ascensão da década de 80. Esse papel a consolidou como uma promessa de Hollywood e preparou o terreno para sua ascensão como uma das estrelas mais marcantes da década seguinte.

Os anos 1980s foram marcados por filmes sobre adolescentes e românticos, com Demi marcando presença em alguns deles. Apenas em 1990, com o mega sucesso de Ghost que ela entrou para o grupo das atrizes mais reconhecidas e celebradas da época. Esse papel icônico, ao lado de Patrick Swayze, rendeu cenas mais inesquecíveis e consolidou Demi como uma estrela internacional.

A partir daí, a atriz emendou projetos que chamavam a atenção fosse pela temática ousada ou as estrelas com quem contracenava. Em Proposta Indecente, de 1993, era a mulher casada com Woody Harrelson que enfrenta o dilema moral se aceita um milhão de dólares para passar uma noite com o milionário interpretado por Robert Redford. (Spoiler, ela aceita). Um ano antes, ao lado de Jack Nicholson, Kevin Bacon e Tom Cruise estrelou Questão de Honra, que discutia a violência e preconceito no treinamento dos fuzileiros navais. Também esteve como a antagonista no (completamente equivocado) Assédio Sexual (Disclosure), de 1994, onde mostrou coragem em não se apegar à uma imagem feminina, mas aceitando o desafio de estar no coração de discussões mais delicadas.

Um dos momentos mais marcantes da carreira de Demi Moore foi quando, em 1996, recebeu um cachê recorde de 12 milhões de dólares por Striptease, marcando uma virada sobre os papéis de mulheres em grandes produções e o poder feminino no cinema.

Nem tudo foram flores, assim como Striptease fracassou nas bilheterias, sua tentativa de navegar em dramas de época como o filme A Letra Escarlate também deram errado e os críticos ao sucesso dela (na maior parte homens) questionavam o talento de Demi como intérprete.

Isso porque, pioneira, ela enfrentou desafios e críticas, especialmente por papéis que exploravam sua sexualidade de forma intensa. Striptease não foi bem recebido (é mesmo horrível), mas mostrou sua coragem em assumir papéis ousados. Talvez seu grande último destaque nos anos 1990s tenha sido Até o Limite da Honra (G.I. Jane), de 1997, para o qual raspou o cabelo para interpretar uma soldado, desafiando os estereótipos femininos da época e mostrando sua dedicação física e emocional ao ofício.

Parte do “problema” de Demi Moore ser levada à sério era a sua constante presença nas revistas de fofoca e grandes jogadas de marketing, que gerou o “apelido” machista de “gimme moore” (me dê mais) como se la fosse gananciosa e sem talento. Isso mesmo, por ser uma das primeiras atrizes a lutar publicamente por salários equivalentes aos de seus colegas homens, ela não era exatamente popular entre os executivos de Los Angeles.

Seus relacionamentos amorosos vendiam tanto quanto seus filmes: foi casada assim que chegou à Hollywood com o músico Fred Moore, foi noiva de Emilio Estevez, mas foi ao lado de Bruce Willis que formou o ‘power couple’ mais icônico do final do século 20 na capital do cinema, ele e ela estrelas de grandeza e bilheteria iguais.

Com Bruce, Demi teve três filhas (e chocou o mudo ao posar para a capa da Vanity Fair nua enquanto grávida de nove meses), mas os dois se separaram (amigavelmente no início dos anos 2000). A relação saudável dos dois também gerou descofiança de alguns, mas, em geral, os tornou referência também.

Na primeira metade dos anos 2000, Demi Moore chocou o público ao iniciar um relacionamento com o ator Ashton Kutcher, 15 anos mais jovem. O casamento deles trouxe uma onda de atenção de todos os lados, destacando Moore como uma mulher que desafiava os estereótipos da diferença de idade. Durante os anos que estiveram juntos, o casal foi alvo de intensa cobertura midiática, o que alimentou discussões sobre a maturidade feminina e a liberdade de se reinventar emocionalmente.

Mas o fim do relacionamento foi particularmente duro para ela. Com trabalhos escassos desde que completou 40 anos, Demi também enfrentou batalhas pessoais que vieram à tona nos últimos anos, especialmente em torno de questões de saúde física e mental. Em 2019, com o lançamento de sua autobiografia Inside Out, ela revelou problemas com dependência e detalhou como passou por momentos difíceis, incluindo a perda de um bebê e a recuperação da autoestima após o término com Kutcher. Esse livro foi um divisor de águas, pois mostrou uma vulnerabilidade que o público ainda não conhecia e transformou sua imagem em algo mais próximo e autêntico.

Afastada dos grandes papéis em Hollywood, ela seguiu com pequenas participações na TV e no cinema, investindo mais no papel de produtora executiva em alguns projetos para expandir o mercado. E sim, Demi Moore sempre foi uma das celebridades que usavam muito bem as redes sociais, tanto para assuntos leves como discutir tópicos como saúde mental e autocuidado.

E apenas quando achavam que Demi Moore “já era”, ela surpreende a todos com dois sucessos, uma na TV e outra no cinema. Em 2024, sua interpretação como a socialite Ann Woodward em Capote Versus Os Cisnes, de Ryan Murphy, foi breve, mas marcante. E com o filme de terror Substância, aclamado em Cannes, Demi Moore não apenas é uma das mais esperadas a ter uma indicação Oscar. Há quem a coloque como a favorita pelo reconhecimento.

Seria incrível. Não apenas é exatamente 40 anos depois de sua estréia no cinema como no filme ela interpreta uma estrela de televisão fitness, demitida por ser velha e que usa uma droga do mercado negro para se tornar mais jovem, com consequências trágicas e assustadoras.

Ou seja, subestimar Demi Moore é mais do que errado, é injusto. Observando como se destacou nas últimas quatro décadas, a atriz é um exemplo de coragem e autenticidade que ressoa com diferentes gerações. Apesar de todos os desafios, ela nunca deixou de evoluir, e seu legado vai além da tela, influenciando a maneira como vemos força, vulnerabilidade e transformação na vida das mulheres em Hollywood. E disso, queremos sempre mais.


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