Dentre as novas personagens da próxima temporada de The Gilded Age há uma médium, Madame Dashkova (Andrea Martin), que, segundo compartilhado, “afirma ser capaz de se comunicar com os mortos”. Uau, quem vai querer fazer a consulta com ela?
Essa parte esotérica da história será interessante porque no período em que a série se desenrola, havia o que historiadores havia uma “crise espiritual” que cobriu nada menos do que 30 anos, entre 1865 e 1895. Batizado como “renascimento religioso”, foi um tempo no qual a curiosidade e o medo pelo sobrenatural cresceu e com eles, os golpes também.

Isso mesmo, já cravo aqui que devemos ter muita atenção com Madame Dashkova que ainda não sabemos em qual vidente pode ter sido inspirada. Já aprenderam a lição com a passagem de Maud Beaton, não é?
A atriz Andrea Martin, que teve passagens por Only Murders in the Building e Meu Casamento Grego será a vidente que tentaremos buscar a origem no post de hoje. Há muitas possibilidades!
É provável que ela seja inspirada em Ann O’Delia Diss Debar, ou Editha Salomon, uma vigarista que entrou para a História, ganhando notoriedade quando Harry Houdini, especializado em desmascarar médiuns, a considerou “uma das mais extraordinárias médiuns falsas e vigaristas misteriosas que o mundo já conheceu”.
Ela agia em Nova York, com suas “pinturas espirituais” que eram gravuras feitas com giz durante sessões espíritas. Ela alegava que a alma do além é quem desenhava, mas o que os crentes não viam era que ela tinha uma esponja escondida com a qual limpava o giz. Ousada, alegava que artistas como Rembrandt a usava como meio para criar “novos” quadros. Sei que soa absurdo, mas ela convencia seu público.
Entre seus clientes mais assíduos estava o advogado Luther Marsh, que pagava altas quantias a cada consulta e foram muitas. Marsh era tão devotado (e ingênuo) que chegou a organizar uma exposição de pinturas espirituais.
Logo depois, Ann O’Delia foi presa por acusações de fraude. Durante o julgamento ela mostrou como dava seu golpe e todos os que caíram na conversa ficarm envergonhados. Mas nem a prisão reformou Ann, anos depois, ela voltou a circular, agora disfarçada de mística ou princesa estrangeira. Em tempo, os registros ficaram escassos e não se sabe seu destino final, mas infelizmente, deixou uma longa lista de pessoas enganadas e prejudicadas por terem suas fés exploradas.

Antes de agir como Ann O’Delia, ela usou outros nomes como Baronesa Rosenthal e Sra. Munnell. Estima-se que conseguiu roubar quase 250 mil dólares dos ricos, com William H. Vanderbilt como um dos seus clientes. Ela o convenceu que poderia ajudá-lo a contatar seu falecido pai para ter conselhos sobre investimentos e somente depois de um ano que ele descobriu a verdade, por acaso.
Ele suspeitava que seu rival, o magnata Jay Gould tivesse um espião na sua equipe para furar o esquema estabelecido com a médium. Para desmascará-lo, contratou os Pinkertons, apenas para descobrir que a pessoa que estava roubando era ninguém menos do que a Sra. Munnell, em esquema que durava mais que um ano. Assim que descobriu, o milionário rompeu com ela.
Nos anos seguintes, com o nome de Ann O’Delia Diss Debar, ela passou a fazer as pinturas espirituais e agia em Nova York e Newport, entre outras. Apenas com Luther Rawson Marsh é que os golpes chegaram ao fim. Marsh havia ficado viúvo recentemente e perdido uma filha pequena pouco antes disso. Ele estava procurando contatar seus espíritos do outro lado. Assim os dois se conectaram e ele ficou completamente cativado. Quando foi desmascarada, a reputação do advogado já estava em frangalhos.

Depois de passar por um julgamento e prisão, Ann viajou para Europa mas descoberta em seus golpes logo foi deportada de volta para os Estados Unidos. Em 1891, anunciou que iria tirar sua própria vida. Ela saltou de uma balsa de Staten Island e desapareceu sob as ondas. Nenhum corpo foi encontrado nunca mais se ouviu falar de Ann O’Delia Diss Debar.
No mesmo ano em que Ann desapareceu, em Boston a médium Eleanor Morgan passou a ganhar clientes ricos e famosos. Sim, era ela mesma. Logo foi reconhecida e teve que fugir, adotando o nome de Vera P. Ava estava e se estabelecendo em Chicago. Lá também ficou pouco tempo antes de ser reconhecida mais uma vez e ur oara Cincinatti. Em todas as cidades, cobrava para conduzir sessões espíritas.
Ann O’Delia Diss Debar agiu ainda muito por muitas décadas só deixando de se ter notícias dela nos anos 1930s. Podemos imaginar se Oscar Van Rhijn (Blake Ritson) vai contratá-la para achar Maude? Espero que não!
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