Alguém que faz parte do fã clube de Travis Fimmel tinha alguma dúvida que ele ia “roubar” o protagonismo de Duna: Profecia? Pois é, desde a exibição do primeiro episódio da série todos estão em polvorosa com sua personagem: Desmond Hart. Ajuda o fato de que o soldado é uma invensão da série, mas, paradoxalmente, justamente por isso o risco também era maior. Ter alguém carismático e telentoso no papel era mesmo essencial.

Desde sua atuação marcante como Ragnar Lothbrok em Vikings, Travis Fimmel tem se estabelecido como um mestre em trazer intensidade e complexidade para personagens moralmente ambíguos. Em Duna: Profecia, Desmond Hart é outra figura enigmática na sua filmografia e um homem que se torna um ponto crucial na expansão do universo de Arrakis. Sua performance vem gerando tanto elogios quanto controvérsias, refletindo a profundidade do papel e o impacto que ele traz para a narrativa.

Reações e Críticas

Fimmel entrega uma performance magnética, trazendo uma fisicalidade crua e uma vulnerabilidade contida que elevam Desmond Hart além do arquétipo de “forasteiro misterioso”. Ele é descrito por críticos como um personagem “hipnoticamente imprevisível”, capaz de alternar entre a brutalidade implacável e momentos de reflexão quase filosófica.

No entanto, algumas críticas apontam que embora cativante, o ator às vezes se apoia em maneirismos familiares que remetem a seus papéis anteriores, especialmente Ragnar. Essa repetição, segundo alguns, pode limitar a novidade de sua interpretação em um universo tão rico e diverso quanto o de Duna. Isso é verdade, mesmo Marcus de Raised by Wolves tinha o arregalar dos olhos e o entortar de cabeça que viraram assinatura de Vikings. Mas fica o aviso: NUNCA é exatamente a mesma coisa.

Quem é Desmond Hart?

Hart é apresentado como um renegado com um passado obscuro e uma conexão surpreendente com a Bene Gesserit. Sua introdução adiciona um novo dinamismo à trama, explorando as tensões entre a busca por poder, a espiritualidade e os limites da sobrevivência em Arrakis.

Ele é, ao mesmo tempo, um antagonista e uma figura trágica, com suas ações impulsionadas tanto por traumas pessoais quanto por um objetivo maior. Essa dualidade é habilmente explorada por Fimmel, que faz o público questionar se Hart é um produto das circunstâncias ou se ele escolheu ser a força destrutiva que se torna na narrativa.

E ainda falando de Vikings, enquanto Ragnar era um visionário que lutava para conquistar novas terras e ideais, Desmond Hart é um homem quebrado que luta para manter sua humanidade em meio ao caos. Apesar de algumas semelhanças em sua intensidade, Fimmel explora aqui uma faceta mais introspectiva, quase desesperada, que não foi tão evidente em seus papéis anteriores.

As Teorias mais populares sobre Desmond Hart

Conexão com o Kwisatz Haderach
Muitos fãs acreditam que Desmond Hart pode ser uma tentativa falha ou alternativa de criação de um Kwisatz Haderach pela Bene Gesserit, o que explicaria sua resistência a certos poderes mentais e sua habilidade de prever acontecimentos futuros.

Essa teoria é apoiada por cenas em que Hart parece antecipar movimentos futuros, além de sua aversão instintiva às Reverendas Madres, sugerindo um trauma profundo ligado a essas experiências.

Aliança com a Casa Corrino
A lealdade de Hart permanece nebulosa, mas há indícios de que ele possa estar secretamente alinhado à Casa Corrino, como um agente infiltrado da Casa Corrino, enviado para desestabilizar as facções em Arrakis. Há pistas sutis, como símbolos e referências em suas roupas, que poderiam ligar Hart aos interesses da imperatriz viúva Wensicia.

Essa teoria coloca Hart como um jogador político, mais próximo das intrigas das Grandes Casas do que de uma figura espiritual ou rebelde.

O Fator Anti-Herói
Outra teoria sugere que Desmond Hart pode ser uma espécie de reflexo sombrio de Paul Atreides, desafiando o mito do “escolhido” ao mostrar um destino que não leva à glória, mas à autodestruição.

Hart pode ser a antítese de Paul Atreides, um reflexo sombrio que expõe os perigos da obsessão por poder e destino. Em vez de ser “o escolhido”, Hart representa o que acontece quando as pressões do destino corrompem um homem até o ponto de não retorno.

Isso explicaria sua relação conturbada com personagens que veem nele uma figura de liderança. Em vez de aceitar esse papel, Hart frequentemente o rejeita, mostrando sua recusa em seguir qualquer “grande plano”.

Conexão Perdida com Arrakis
Alguns sugerem que Hart pode ser um descendente de Fremen que foi arrancado de Arrakis ainda criança e moldado por forças externas, possivelmente a Casa Corrino ou os Tleilaxu. Isso explicaria sua familiaridade com os desertos e seu conhecimento quase inato sobre como sobreviver às condições brutais de Arrakis, mesmo sem pertencer a nenhum dos grupos conhecidos.

Fãs apontam para sua reação ao cheiro de especiaria como um indicativo de que ele tem uma ligação biológica mais profunda com Arrakis, talvez até uma linhagem ancestral esquecida.

Rebelião Contra o Destino
Uma das teorias mais emocionantes sugere que Desmond Hart é, na verdade, um “produto” da própria melange. Exposto a níveis extremos da substância, ele pode ter desenvolvido habilidades anormais, mas também se tornado um símbolo do vício e da corrupção causados pelo uso excessivo da especiaria.

Essa hipótese conecta Hart ao ciclo vicioso que Arrakis perpetua: enquanto a especiaria é a chave para a sobrevivência e o poder, ela também destrói aqueles que dependem dela.

A origem dos Sardaukar
A versão mais popular é a teoria de que Desmond Hart seja o fundador da Guarda Sardaukar. Uma especulação que se baseia em algumas pistas visuais e narrativas ao longo do primeiro episódio e dos filmes. São elas:

Conexão com o planeta Salusa Secundus:
Algumas cenas sugerem que Desmond tem um passado relacionado ao planeta que mais tarde se tornaria o lar da brutal Guarda Sardaukar. Salusa Secundus é conhecido como um lugar de exílio e treinamento extremo, que molda guerreiros letais. Desmond demonstra habilidades de combate e uma filosofia que parecem alinhar-se com os princípios que formariam a base do Sardaukar.

Liderança estratégica:
Ao longo de Duna: Profecia, Desmond mostra inclinações para liderança e a habilidade de organizar forças, mesmo em situações de caos. Essas características poderiam indicar que ele foi instrumental na criação da estrutura inicial da Guarda.

Evolução narrativa de sua moralidade:
O arco de Desmond o coloca em uma zona cinzenta moral. Essa ambiguidade pode ser a ponte para ele justificar a criação de uma força militar que impõe disciplina rígida, ainda que de maneira cruel, como os Sardaukar.

Relação com o Imperium:
Desmond parece ter uma conexão indireta com as casas nobres ou o Imperador, que, no cânone de Duna, utilizam os Sardaukar para manter o poder. Se ele é de fato um exilado ou sobrevivente de Salusa, sua influência pode ter moldado a relação entre o planeta e o trono imperial.

Contrapontos à teoria:

Falta de evidência direta no filme: Até agora, Duna: Profecia não confirma explicitamente a fundação da Guarda Sardaukar ou qualquer conexão clara de Desmond com Salusa Secundus.

Destino do personagem: Dependendo de como a história se desenrole em sequências futuras, o impacto de Desmond pode ser mais limitado ou desviar completamente desse foco.

Possível implicação na franquia: Se essa teoria for confirmada, ela posiciona Desmond como uma figura chave no universo de Duna, explorando não só as raízes da Guarda Sardaukar, mas também as consequências éticas e políticas de tal criação. Isso também pode fornecer a Travis Fimmel uma narrativa ainda mais rica para explorar em interpretações futuras.

Mas… e Rasputin?

Os showrunners deixaram claro que Desmond Hart seria uma espécie de “Rasputin” no universo de Duna: Profecia, uma comparação que reforça um lado místico e manipulador do personagem, que vai além de seu papel como líder ou guerreiro.

Com isso em mente, reforça as teorias:

Influência carismática sobre figuras poderosas: Grigori Rasputin é historicamente conhecido por sua habilidade de manipular a nobreza russa, particularmente a família imperial. Se Desmond Hart segue essa linha, ele poderia ser uma figura que exerce influência decisiva sobre os futuros líderes imperiais. Esse carisma poderia ser o gatilho para convencer o Imperium a usar Salusa Secundus como base para treinar uma força militar como os Sardaukar.

Misticismo e habilidades sobrenaturais: Em Duna, figuras com habilidades incomuns, como os Bene Gesserit, têm impacto profundo no destino do universo. Se Desmond possui alguma habilidade psíquica, mística ou mesmo simplesmente um magnetismo pessoal incomum, isso o tornaria uma força propulsora por trás de eventos como a fundação da Guarda Sardaukar, mas por meio de manipulação indireta, não de ação direta.

Dualidade moral: Assim como Rasputin era visto como um salvador por alguns e como uma figura corrupta por outros, Desmond parece operar em uma zona moral ambígua. Ele poderia ser visto como tanto um visionário quanto uma força destrutiva, dependendo de como seu papel evolua. Essa ambiguidade é compatível com a filosofia dos Sardaukar, que equilibram disciplina quase religiosa com uma brutalidade extrema.

Manipulação e sobrevivência: Rasputin era um sobrevivente, mesmo em meio a conspirações e tentativas de assassinato. Se os showrunners de Duna: Profecia explorarem esse aspecto, Desmond pode ser alguém que resiste às adversidades de Salusa Secundus e emerge como um catalisador de mudanças profundas no Imperium, usando tanto manipulação política quanto sua capacidade de sobreviver em condições extremas.

Conexão com a Guarda Sardaukar: Se Desmond é uma figura à la Rasputin, sua influência pode ser mais espiritual ou ideológica, inspirando os princípios por trás da Guarda, em vez de ser literalmente seu fundador. Ele poderia estabelecer uma filosofia ou visão que os futuros treinadores de Salusa Secundus adotam, levando à criação dos Sardaukar como os conhecemos.

O “toque Rasputin” também sugere que Desmond seria uma figura polarizadora, tanto reverenciada quanto temida — uma característica que combina com o legado sombrio dos Sardaukar no universo de Duna.

Assim, se mantivermos a comparação com Rasputin ela não exclui, mas complementa as teorias, só reforça a ideia de que Desmond é um personagem mais ideológico e manipulador do que um simples estrategista militar. Sua influência sobre a fundação da Guarda Sardaukar, se confirmada, pode vir menos de ações diretas e mais de sua habilidade de inspirar e manipular líderes e sistemas.

Claro, essas teorias não apenas expandem o mistério em torno da personagem, mas também abrem portas para novos desenvolvimentos na trama. Seja como for, Desmond Hart já se posiciona como um dos personagens mais intrigantes e controversos de Duna: Profecia e coloca, mais uma vez, Travis Fimmel em destaque. Nós adoramos!

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