Seria um tanto simplista, e vou ainda me debruçar sobre o tema, mas se no Cinema a ordem é apostar em continuações, no streaming e TV a boa e velha espionagem vem ganhando fôlego e nova roupagem. Sou fã de Slow Horses há anos, embora apenas em seu quarto ano pareça estar ganhando popularidade. Mas ao se afastar de estilo 007 e se aproximar das repercussões políticas, a “nova onda” de espiões encontrou um público ávido por aventura. Nada muda, de verdade.

Nesse cenário, encontramos um elenco absolutamente de tirar o fôlego com A Agência, a série da Paramount Plus que traz Jeffrey Wright, Richard Gere, Jodie Turner-Smith, Katherine Waterston, e Michael Fassbenber na refilmagem do grande sucesso francês de mesmo nome e que foi ao ar entre 2015 e 2020. No Brasil, temos apenas um episódio disponibilizado e fica o aviso: não perca.
Se você é daqueles que mergulhou nas plataformas digitais fora do mercado, já conferiu o material original, a produção francesa Le Bureau des Legendes, que fez sucesso em mais de 100 países sendo considerada um marco para o gênero de espionangem. “O que The Wire fez pelo programa policial, o drama francês Le Bureau está fazendo pelo drama de espionagem do século 21″, disse oo The New York Times, em 2021. Sim, há grandes expectativas para a refilmagem.
Como nos Estados Unidos o original “não aconteceu” com o grande público, A Agência tem todo potencial de virar febre. A história gira em torno do escritório da CIA em Londres, e do agente cujo nome de código é “marciano”. Ele é retirado da missão onde passou os últimos seis anos (e esconde uma ligação romântica que é um risco tanto para sua carreira como identidade verdadeira). Tudo em torno de um jogo mortal de intriga internacional e espionagem.

Adaptada pelos irmãos Jez e John-Henry Butterworth, experts do gênero de suspense político, e com os dois primeiros episódios dirigidos pelo genial Joe Wright, A Agência é uma superprodução e uma que comprova que aquela divisão entre TV e Cinema, em especial entre Streaming e Cinema, não existe mais. Estrelas de calibre de Oscar estão em ambos cenários.
O que faz de A Agência ainda mais interessante não são as estrelas, é a atualidade que o roteiro traz para o universo de espionagem, explorando conflitos mundiais diferentes da versão francesa e até das demais das diferentes plataformas. Dito isso, o primeiro episódio é passo a passo a história original, então quem viu sabe dos spoilers. (Não é meu caso)

Se seguir o mantra de Le Bureau des Legendes, A Agência tem tudo para dar certo. A proposta não é ser nem realista, nem dramático, mas plausível. Há um sutileza na proposta, mas efetivamente, inovadora. Seguindo as tramas que livros de John le Carré popularizaram – mostra a burocracia da espionagem mais do que a ação – é o que torna a história tão interessante. E, com apenas um episódio, já coloco a produção em um dos destaques do ano. 2025 só promete ainda mais!
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