Só há uma rede de apostas mais constante do que a quem vai ganhar o Oscar e ela é a que tenta antecipar quem será o novo James Bond. Nem mesmo Daniel Craig tinha saído da franquia e já se discutia substitutos. Ele fez seu último filme em 2021 e estamos entrando em 2025 sem nada confirmado. A The Hollywood Reporter aposta que isso vai mudar. Será?

Em março de 2024 chegaram a praticamente anunciar Aaron Taylor-Johnson no papel, uma surpresa para muitos porque ele não constava da lista habitual, mas uma proposta interessante. No entanto o ano está a uma semana do fim e nenhuma palavra foi emanada do time de produtores. Ao que parece, Aaron pode ser perfeito, mas não bateu no coração de Barbara Broccoli.

Barbara está com toda confiança dos fãs de 007. Foi ela quem bancou Daniel Craig quando ninguém concordava com a escolha e hoje ele é um dos favoritos no legado do espião inglês, mesmo que a coroa fique sempre com Sean Connery. Daniel certamente é um dos três melhores, com o segundo lugar – para mim – inabalável no colo de Pierce Brosnan. A questão é: ser James Bond é lucrativo e importante para um ator inglês, mas pode ser também uma maldição. Uma vez a serviço de sua majestade, sempre lembrado assim.

É jovem? Britânico? Entra na lista

Há muito que se discute atualizar e rejuvenescer o espião que saiu das páginas de Ian Fleming ainda nos anos 1960s. De machão, misógino e violento, James Bond já mudou muito ao longo das décadas. Cada um defende seus filmes, seus vilões, sua trilha sonora e claro, seu 007, mas a controvérsia só cresceu quando passou a se demandar um James inclusivo e compatível com um Reino Unido de várias etnias.

Os tradicionalistas saltam da cadeira ao contemplar a ideia. Daniel Craig, que apenas pegou a proposta de Timothy Dalton e trouxe um Bond mais trágico e complexo não seria popular se Sam Mendes não tivesse feito de Skyfall um dos melhores filmes da franquia de todos os tempos. A questão é que a impressão é simples: é jovem? É britânico? É bonito? Pode ser o novo James Bond.

A lista de candidatos sempre segue essa premissa como base e há atores que constam na especulação há tantos anos que hoje já estão sendo descartados por serem “velhos”. Estou falando de Idris Elba, Tom Hardy e Henry Cavill, mas apenas citado três para poupar quem está lendo de uma lista quase infinita e bem diversa. Pessoalmente tenho uma piada interna quando vejo um ator inglês entre 20 a 35 anos fazendo filmes de ação: está sendo testado para ser James Bond. Alguém diz que estou errada?

A lista atual está mais alinhada com a realidade

Eu gostei da proposta de Aaron Taylor-Johnson no papel icônico, mas meu candidato ideal jamais é citado nas listas populares e ele é Dev Patel. Seria um ator incrível em todos os sentidos, mas está fora do radar.

Um dos mais fortes há uns 5 anos tem sido o hoje famoso (quando passou a ser cogitado ainda não era), Paul Mescal. Paul, a meu ver, está grande demais para James Bond, sem a necessidade do papel para ganhar estrelato e depois de Gladiador 2 menos ainda de ter que estar em algo de ação.

Outro nome forte sempre foi do de Regé Jean-Page, febre mundial em 2020 por conta de Bridgerton, mas desaparecido desde então. Seria – depois de Idris – o favorito para ser o primeiro Bond negro, mas nos últimos meses quem vem sido citado são dois outros atores. São eles Aaron Pierre, conhecido por trabalhos em Krypton e The Underground Railroad, e mais ainda Damson Idris (sem parentesco com Elba), que está para estrelar o filme de Fórmula 1 ao lado de Brad Pitt.

Outros dois atores que não saem da lista são James Norton e Callum Turner, com 39 e 34 anos respectivamente. Em outras palavras, no limite do descarte se a ideia for recomeçar do zero.

Na virada do ano, uma aposta surpreendente no escolhido

Até o momento, não houve anúncio oficial sobre quem será o próximo James Bond. Como no último filme com Daniel Craig o espião aparenta ter morrido, é a chance de fazer tudo de novo (como fizeram com ele) e conquistar um novo público. Isso significa que os “originais” e “puristas” não têm peso no palpite. Tanto que a The Hollywood Reporter, que não costuma entrar em especulações lacrando em nada surpreendeu em dezembro de 2024 antecipando quem teria sido escolhido. Ninguém menos do que Josh O’Connor, para sempre lembrado como “o príncipe Charles jovem de The Crown“.

Josh, que é um ator premiado na TV, elogiado no teatro e em demanda no cinema, está no estágio que Paul Mescal estava antes de Gladiador: popular mas ainda de estatura mediana no mercado internacional. Em outras palavras: no tempo perfeito para ser Bond. Mais ainda que os produtores Barbara Broccoli e Michael G. Wilson indicaram que estão em busca de um ator na faixa dos 30 anos e que a etnia não será um fator determinante na escolha.

Segundo o repórter Seth Abramovitch, “Barbara Broccoli, sempre liderou com base no instinto, não cedeu à opinião popular” ao se referir ao mercado ter reagido positivamente com as notas sobre Aaron Taylor-Johnson ter gravado o teste já com o smoking e a Walther PPK do espião. Ela não segue testes de popularidade, mas sua opinião pessoal.

Mas se ela não se pronunciou nos últimos 5 anos (o filme ficou guardado por mais de um ano por causa da pandemia, para esperar que os cinemas reabrissem), por que o faria em 2025? Porque é o ano que marca 20 anos desde que ela reergueu a franquia do 007 com Daniel Craig sendo oficializado no papel. E porque entre anunciar o ator e lançar o filme podemos esperar mais outro ano ou dois. Tá na hora!

Gostei dos argumentos da THR e os considero sólidos. Fiquei surpresa de saber que Josh estava na lista, mas ele tem talento e apelo. Mais ainda, com 1m83, olhos azuis e cabelos escuros, ele é como James é descrito, seria uma escolha que “respeitaria” a imaginação de Fleming e traria nova energia para as telas.

Se será Josh, ou Aaron ou Damson o suspense se mantém. Na lista, sem descartar nenhum dos já citados no post, ainda constam Jack Lowden (de Slow Horses), Theo James (The White Lotus) e não descartaria Eddie Redmayne que está excelente e convincente em O Dia do Chacal. O bom é: sempre gostamos de especular sobre 007. Se soubermos o eleito em 2025, será ainda melhor!

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