Com quase dois anos de atraso a Amazon Prime Video compartilhou, ou pelo menos só entrou em destaque para mim agora em 2025: Pacto de Redenção (Knox Goes Out). O filme, estrelado e dirigido por Michael Keaton é um bom drama sobre um homem correndo contra o tempo e a perda de controle sobre sua mente.
O assassino de aluguel chamado John Knox (Keaton), está tenso e tendo alguns esquecimentos, e logo recebe de seu médico a pior notícia possível: ele sofre não apenas de demência, mas de uma rara forma que é rápida. Em apenas poucas semanas, ele não terá mais memória de quem nem mesmo ele é. Obvio que em qualquer situação a informação é devastadora, e para Knox que não tem mais contato com o filho ou a ex-mulher, é perigoso porque sua atividade não dá espaço para erros.

O plano de Knox é meio que “estragado” com a tradução, o original diz apenas que ele vai sair de cena, mas, no meio de tudo, o passado o alcança e ele tem uma única chance de resolver todos os seus problemas, o pior deles é a falta de tempo. Isso porque não apenas ele comete um erro no trabalho como seu filho (Marsden) aparece pedindo ajuda por algo extremamente complexo para resolver.
Estou deliberadamente guardando os spoilers porque são poucas viradas e perde muito se souber de antemão. As participações de Al Pacino e Marcia Gay Harden são curtas, mas essenciais. Obviamente, quem se destaca mesmo é Keaton, que é ótimo em longos silêncios, que nos conduz nessa angustiante jornada de um homem que seguirá vivo, mas morto para quem é e o que ainda poderia ser.
Knox é um mistério e só sabemos algumas coisas: inteligente e culto, o veterano do exército em algum momento passou a matar pessoas por dinheiro. E muito, aliás. Ele não se importa nem em confirmar se são pessoas que “merecem” ser mortas. Ainda assim, ele não é seu sociopata usual. Afinal, ele é extremamente frio e racional, mas há um sentimento por seu filho e sua ex-mulher. A praticidade prevalece e essa é a vantagem tanto do filme como da trama: ele nos deixa em suspense sobre seu plano final, temos que acompanhar para entender sua redenção.

O plano final de Knox para “sair de cena” e ter, repetindo, “redenção” é, como diz o personagem de Pacino: genial, mas beirando o impossível para alguém que mal tem alguns dias para se manter em controle de sua própria mente. Na sua cola está o alívio cômico e bem vindo, que é a detetive astuta (Suzy Nakamura) que está na sua cola.
Dito tudo isso, há mais vácuos no roteiro do poderíamos esperar. As poucas explicações que recebemos são um reflexo do jeito de Knox de lidar apenas com o necessário, mesmo que a gente queira saber mais. Mas vale conferir.
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