O Conde de Monte Cristo: A Magia de Alexandre Dumas no Cinema

Caso não tenha ficado claro ainda, o que duvido, sou fã de Alexandre Dumas. Se puder, vejo e revejo Os Três Mosqueteiros quantas vezes queiram refilmá-lo assim como O Conde de Monte Cristo. Com isso, nessa recente onda de refilmar os clássicos da literatura francesa em grandes produções, estou amando todas. A última versão do conto de traição e vingança, que é a base de 9 entre 10 novelas, está finalmente nas plataformas para ser alugado. Se não o viu no cinema, vale alugar.

Uma das grandes vantagens da versão francesa de O Conde de Monte Cristo está na fidelidade da obra. Antes dela, a produção americana com Jim Caviezel e Guy Pearce, de 2002, altera significamente a história o final, portanto é uma delícia ver a habilidade ímpar de Dumas para mesclar draalhão, aventura, história e ficção com tanta autonomia e inteligência.

Com elenco jovem, o filme é voltado para as gerações mais jovens, com cenários e figurinos espetaculares e efeitos especiais de muita qualidade. Se com Os Três Mosqueteiros a história foi dividida em dois filmes, D’Artagnan e Milady, agora, em O Conde de Monte Cristo é uma longa tirada sem interrupções.

A atemporalidade da história – inspirada em um acontecimento real – reúne inveja, ambição, raiva, justiça, vingança, piedade, redenção, ressentimento, amor e (in)fidelidade que justificam lutas de espadas, tramas, prisões, fugas, investigações, tesouros escondidos, romances, e intrigas. Aqui, Edmond Dantès (Pierre Niney), um herói íntegro e romântico, inadvertidamente se vê tragado para um complô político que tenta repor Napoleão no poder. Três homens, por diferentes razões, o querem fora do caminho, e eles se unem para acusar Edmond de estar envolvido em um complô político que ele nem desconfia estar em andamento. Mesmo inocente, é preso na terrível prisão do Château d’If.

Em isolamento total, Edmond passa anos até conhecer Abade Faria (Pierfrancesco Favino), um prisioneiro sábio que não apenas se torna seu mentor e o ensina filosofia, línguas, ciência, mas revela a localização de um imenso tesouro escondido na ilha de Monte Cristo. Após a morte de Faria, Edmond consegue escapar fingindo-se de morto e resgatar a fortuna, que será usada para sua vingança. Assumindo a identidade de Conde de Monte Cristo, ele traça um meticuloso plano para destruir seus algozes, mas, ao longo do processo, acaba atigindo inocentes também.

Dumas era extremamente criativo em suas histórias e temos que nos deixar levar por elas. O filme de Matthieu Delaporte e Alexandre de La Patellière é detalhista, luxuoso e mantém o ritmo, sempre nos deixando atentos e na torcida. A super produção, é agora o filme mais caro do país, superando Rainha Margot, e foi indicada a nada menos do que. 14 Césars (o Oscar francês). Eles, que dirigiram Os Três Mosqueteiros, têm uma mão mai segura na trama, cheia de nomes que pessoas que não conhecem a história podem se confundir.

Pierre Niney, que foi indicado como Melhor Ator e já tinha se destacado há poucos anos no filme Yves Saint Laurent, merece ser destacado. Edmond Dantès é complexo porque tem que transmitir inocência e heroísmo em alguns momentos, mas, em outros, é um homem calculista e implacável, ainda assim, humano. Sem sua atuação convincente, o filme se perderia facilmente.

Como um grande exemplo de uma história popular tem seu lugar no cinema, O Conde de Monte Cristo é o mais próximo do que poderia se esperar de uma versão definitiva. Um grande acerto.


Descubra mais sobre

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Deixe um comentário