Poucos programas de televisão alcançam meio século de existência, e menos ainda conseguem manter sua relevância por tanto tempo por isso, ao alcançar a impressionante marca de 50 anos no ar é preciso muita festa. E filme. E documentário.
Saturday Night Live (SNL), criado por Lorne Michaels e exibido pela primeira vez em 11 de outubro de 1975, não apenas sobreviveu ao teste do tempo, mas se tornou um verdadeiro pilar da cultura pop americana. Ao longo de cinco décadas, o programa consolidou sua marca com sátiras afiadas, personagens icônicos e performances musicais memoráveis, lançando carreiras de alguns dos maiores nomes da comédia e do entretenimento mundial.
Portanto, sem muita surpresa, a principal festa do ano para Hollywood não é mais o Oscar cercado de polêmica, mas a festa de comemoração do SNL: o local para ver e ser visto.

Tudo começou com uma aposta no escuro
O Saturday Night Live (SNL) nasceu de uma necessidade da emissora NBC de preencher a programação noturna dos sábados, após a saída de Johnny Carson desse horário. A ideia era criar um programa inovador, misturando humor, sátira política, esquetes cômicas e apresentações musicais ao vivo.
O responsável por essa revolução na comédia televisiva foi Lorne Michaels, um produtor e roteirista canadense, que criou o formato e montou o time original do SNL, trazendo talentos como John Belushi, Chevy Chase, Gilda Radner e Dan Aykroyd. Desde a estreia, em 11 de outubro de 1975, o SNL se tornou uma verdadeira fábrica de estrelas da comédia.
Lorne Michaels é considerado o arquiteto desse fenômeno televisivo, sendo responsável pelo tom ácido e inovador do programa. Ele atuou como produtor executivo da maior parte das temporadas e continua no comando até hoje, sendo uma figura central na indústria do entretenimento e na formação de gerações de comediantes.
A Fábrica de Estrelas
Desde sua estreia, o SNL revelou talentos que se tornaram referências no cinema e na TV e quase que um rito de passagem obrigatório para comediantes ou estrelas que queiram provar sua versatilidade. Nos primeiros anos, Eddie Murphy, Bill Murray e Dan Aykroyd trouxeram vitalidade ao humor do programa, pavimentando o caminho para futuras gerações.
Nos anos 1990, Tina Fey, Will Ferrell e Adam Sandler trouxeram novas abordagens, enquanto os anos 2000 consolidaram nomes como Kristen Wiig, Andy Samberg e Bill Hader. Mais recentemente, Kate McKinnon, Pete Davidson e Bowen Yang são exemplos do frescor contínuo da atração.
Não seria exagero pensar em mais 50 anos assim.
Os Momentos Mais Marcantes
Nestes 50 anos, o SNL produziu momentos inesquecíveis, como a apresentação de Nirvana em 1992, o tributo emocionante ao 11 de setembro com Rudy Giuliani e bombeiros de Nova York, e a aparição surpresa de Betty White aos 88 anos. O programa também foi palco de polêmicas, como a inesquecível performance de Sinead O’Connor rasgando uma foto do Papa João Paulo II em protesto contra abusos na Igreja.
O Método Lorne Michaels
Michaels tem um estilo de gestão que combina rigor e imprevisibilidade. O SNL é um programa que exige rapidez e improviso, já que é escrito, ensaiado e apresentado ao vivo em apenas uma semana. O processo começa na segunda-feira com a reunião de roteiristas, passa pela seleção de esquetes na quarta-feira e culmina no show ao vivo no sábado à noite. A famosa frase “o programa não vai ao ar porque está pronto, mas porque são 23h30” define a essência do SNL.
Ao longo dos anos, Michaels ficou conhecido por sua habilidade de descobrir e lançar talentos. Seu olhar clínico para comédia e sua exigência por excelência fazem com que o SNL seja um verdadeiro campo de treinamento para futuros astros da TV e do cinema.

A Fórmula do Sucesso
Uma das razões pelas quais o SNL continua relevante após quase 50 anos é a sua capacidade de se reinventar. Michaels sempre soube equilibrar sátira política, humor físico e personagens icônicos, mantendo o programa atual sem perder sua essência. Ele também adaptou o SNL para diferentes gerações, trazendo roteiristas mais jovens e explorando novas plataformas como o YouTube e o TikTok.
Outro fator fundamental para o sucesso do programa é sua conexão com o cenário político. Desde os tempos de Chevy Chase imitando Gerald Ford, Will Ferrell se destacando como George W. Bush até Alec Baldwin interpretando Donald Trump, o SNL se tornou um termômetro do humor político nos EUA. Lorne Michaels sabe que o programa funciona melhor quando reflete o espírito do momento, e por isso o mantém sempre afiado.
Legado e Futuro
Lorne Michaels já recebeu inúmeros prêmios, incluindo mais de 20 Emmys, e em 2021 foi homenageado com a Medalha Presidencial da Liberdade. Seu legado vai muito além do SNL, pois ele também esteve por trás de programas como 30 Rock e The Tonight Show Starring Jimmy Fallon.
Aos 80 anos, Michaels já indicou que pode se aposentar após o 50º aniversário do SNL, em 2025. No entanto, sua influência permanecerá, e o programa que ele criou continuará moldando o cenário da comédia americana por muitos anos.

A Relevância Hoje e o Futuro
Mesmo com a fragmentação da audiência e o crescimento do streaming, o SNL continua a gerar memes, discussões e talento. O desafio para os próximos anos será manter sua conexão com novas gerações enquanto preserva a essência que o tornou lendário. A celebração de seus 50 anos tem sido uma grande reunião de ex-integrantes, participações especiais e, claro, muitas risadas.
O que começou como um experimento ousado se tornou uma instituição. E se há algo que o Saturday Night Live nos ensinou, é que, enquanto houver política, cultura pop e comediantes dispostos a desafiar os limites do humor, ele continuará relevante
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