Meio Grávida, Meio Engraçado

Amy Schumer surgiu meio que na mesma época que Lena Dunham, liderando um movimento importante de ser divertida e questionar os padrões estéticos de Hollywood, fazendo grande sucesso com Descompensada (Trainwreck) em 2015. Infelizmente, desde então, ela parece vir se repetindo em papéis dentro de sua zona de conforto, algo que faz que suas piadas soem repetitivas e menos engraçadas, mesmo que ainda apuradas.

Meio Grávida (Kinda Pregmant) é sua comédia romântica mais recente, depois de Life & Beth, que não foi unanimidade. Recém chegada à plataforma da Netflix, o roteiro é coescrito por Amy e Julie Paiva e pega emprestado a mesma dinâmica de tudo que a atriz fez até aqui, mas, dessa vez, abordando a maternidade.

Lainy (Schumer) é uma professora que, ao ver sua melhor amiga Kate (Jillian Bell) engravidar, sente-se deixada para trás. Ela, que sempre quis ser mãe, sente ciúmes e fica insegurança, decidindo usar uma barriga falsa para fingir uma gravidez, e ter, mesmo que temporariamente, a atenção e os privilégios que acredita estarem associados à maternidade. A situação se complica quando ela se aproxima de Megan (Brianne Howey) e se envolve romanticamente com Josh (Will Forte), irmão de Megan, enquanto mantém a farsa da gravidez e descobre que suas fantasias românticas estão bem longe da verdade.

Apesar de liderar a lista de filmes mais assistidos na Netflix nos EUA, Meio Grávida recebeu críticas mistas porque embora o filme busque explorar temas como maternidade e autodescoberta com humor, ele tropeça em piadas forçadas e um roteiro pouco inspirado, o que irritou profundamente a atriz porque ela é inteligente e se recusa a ter um elenco que esteja de acordo com o esperado.

Há uma proposta de abordar fatos mais verdadeiros sobre gravidez, mas eles não engatam ou são desenvolvidos, voltando ao “drama” criado por Lainy que é impossível conquistar a plateia. As personagens de Amy sempre são narcisistas, mas aqui o que parecia ser sobre amizade tampouco mantém o foco. E sua falta de versatilidade dramática também não ajuda quando a história entra nas consequências do que Lainy faz.

A verdade é que é impossível ver o filme sem lembrar de Descompensada e antecipar cada momento que deveria nos surpreender. Claro que distrai, claro que dá saudades de Nova York, mas falta química. Mesmo sem ser um desastre, só é meio ok. Como a meia gravidez. Um filme que meio que passa só para distrair.


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